Brasileirão

Morumbi em depressão

 Em fase de declínio na reta final do campeonato, como nas duas temporadas passadas, São Paulo vê objetivos ameaçados. Recuperação pode iniciar hoje, contra o Coritiba, que figura na zona de degola

Correio Braziliense
postado em 22/01/2021 23:06
 (crédito: Paulo Pinto/saopaulofc.net)
(crédito: Paulo Pinto/saopaulofc.net)

Uma dura coincidência volta a impactar o São Paulo nesta reta final do Campeonato Brasileiro. A exemplo do que aconteceu em 2018 e 2019, pela terceira vez seguida o time cai de rendimento no segundo turno, desperdiça vantagem e vê o objetivo ser ameaçado. A equipe do Morumbi deixou escapar, nesta temporada, uma folga de sete pontos para o vice-líder e, agora, está na segunda posição, atrás do Internacional.

A goleada sofrida por 5 x 1, no Morumbi, na última quarta-feira, deixa a equipe com o aproveitamento de apenas 55% dos pontos no segundo turno. Na primeira metade, o São Paulo teve rendimento melhor, de 68%. Outros números também escancaram o declínio. Quatro das seis derrotas de todo o campeonato foram registradas na segunda parte da competição e um terço de todos os gols sofridos ocorreu nos quatro últimos compromissos.

“Eu acredito que a gente é capaz de reverter esse quadro, mostramos que temos condições. Temos pessoas de caráter para buscar as vitórias que precisamos”, disse o técnico Fernando Diniz. O lateral-direito Juanfran admite que o time ainda está abalado pela eliminação diante do Grêmio pela Copa do Brasil. “Depois da derrota para o Grêmio, a cabeça não ficou boa. É o mesmo quando você tem um momento ruim na vida pessoal. Agora, é um momento ruim na vida profissional”, comentou.

A mesma queda que, nesta temporada, ameaça tirar o título do São Paulo custou bem caro em 2018. A equipe dirigida pelo técnico Diego Aguirre liderou grande parte do Brasileirão, após conquistar 76% dos pontos disputados no primeiro turno. Na segunda metade, a campanha piorou tanto que o rendimento caiu para 41%, e o time não conquistou nem metade dos pontos possíveis nos 10 jogos finais.

O treinador uruguaio acabou demitido, e o São Paulo saiu de postulante a título para ser um time que terminou somente na quinta posição, até mesmo sem vaga na fase de grupos da Copa Libertadores. No ano seguinte, o clube passou por uma oscilação mais sutil. A equipe conquistou apenas um ponto a menos no segundo turno em comparação à primeira metade (32 a 31), mas, como os rivais cresceram de rendimento, por pouco a vaga na Libertadores não escapou.

O time já era dirigido por Fernando Diniz e só conseguiu se garantir na fase de grupos da competição porque, em vez de G-4, a temporada teve um G6. Os títulos do Flamengo, na Libertadores, e do Athletico-PR, na Copa do Brasil, permitiram que o sexto lugar fosse suficiente para garantir a classificação. Apesar disso, nos 10 jogos finais do Brasileirão de 2019, o time também penou. O aproveitamento foi de apenas 47% dos pontos nesse período.

“Precisamos aprender a não oscilar tanto, esse é o ponto negativo do momento, oscilamos e fizemos apenas um ponto (nos quatro últimos jogos), quando tínhamos uma sequência de quase 12 jogos sem derrota. Agora, vai chegar o momento mais importante da temporada, precisamos recuperar”, disse o meia Daniel Alves. “Os jogadores precisam recuperar a confiança que foi perdida. Os jogadores, cada vez mais juntos, têm mais chances de recuperar essa confiança, que é muita coisa no futebol. Estamos todos muito juntos para buscar essa recuperação”, afirmou Raí, diretor-executivo de futebol.

Um alento para as sete partidas restantes é ter compromissos contra adversários que fazem campanha ruim. Embora o panorama em termos de classificação para a Libertadores seja confortável, o temor é mais uma vez terminar o Brasileirão em um viés de declínio e não com um cenário de reação.

55 %


Aproveitamento do São Paulo no segundo turno, contra 68% na primeira etapa

“Eu acredito que a gente é capaz de reverter esse quadro, mostramos que temos condições. Temos pessoas de caráter para buscar as vitórias que precisamos”

Fernando Diniz,
técnico do São Paulo


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Protestos no CT da Barra Funda


Em xeque no Campeonato Brasileiro, o São Paulo amarga uma sequência de quatro jogos sem vencer no torneio. Hoje, diante do Coritiba, às 19h, os comandados de Fernando Diniz tentam reagir para que voltem a sonhar com o título nacional.

Em reflexo à má fase da equipe, torcedores foram ao CT da Barra Funda, ontem, para protestar. O técnico Fernando Diniz e os jogadores Daniel Alves, Tchê Tchê e Vitor Bueno foram os principais alvos da manifestação. Raí, ídolo e dirigente até o fim do Brasileirão, também foi cobrado.

A derrota por 5 x 1 para o Inter, na quarta-feira, foi a gota d’água para a torcida. Em resposta, Raí e Daniel Alves concederam entrevistas e defenderam o trabalho de Fernando Diniz. O camisa 10 chegou a dizer que o trabalho do comandante à frente da equipe é “espetacular”, mesmo após a sequência de três derrotas e um empate nos últimos quatro compromissos no Brasileirão.

Uma vitória em casa contra o Coritiba pode marcar a reação do São Paulo e a retomada da liderança. Além de amenizar as pressões internas e externas, Diniz tem a missão de elevar o ânimo da equipe. O elenco fica visivelmente abalado quando sofre gols e, no caso dos jogos contra Inter e Bragantino, os adversários balançaram as redes logo nos primeiros minutos dos duelos.

O São Paulo também precisa torcer por resultado positivo do Grêmio, pois o tricolor gaúcho encara o Inter, amanhã, no Beira-Rio. Um revés da equipe de Abel Braga e um triunfo sobre o Coritiba, no Morumbi, colocaria o clube paulista de volta na liderança. O time paranaense é apenas o 18º colocado, com 26 pontos.

Para o jogo de hoje, Diniz terá a volta de Arboleda, que esteve ausente por suspensão. Os desfalques ficam por conta de Walce e Liziero, que passaram por cirurgias, além de Hernanes e Toró, que ainda estão em recuperação da covid-19. Igor Gomes pode substituir Tchê Tchê.

Em perigo, Vasco encara o Atlético-MG


A derrota por 4 x 1 para o Bragantino, no compromisso anterior no Campeonato Brasileiro, acendeu o sinal de alerta no Vasco. Afinal, após sofrer a segunda derrota consecutiva, voltou à zona de rebaixamento para a Série B. O duelo com o Atlético-MG, em São Januário, hoje, às 21h, é determinante para afastar o risco de queda.

Botafogo, Coritiba e Goiás estão praticamente rebaixados, com Vasco, Bahia e Sport sendo os maiores candidatos a ocupar a última vaga. Todos têm 32 pontos, com a equipe baiana levando vantagem nos critérios de desempate, seguida pelos pernambucanos, que são os últimos fora da zona da degola. Restam sete jogos para o fim da competição, mas o time carioca ainda tem um compromisso a mais a fazer: contra o Palmeiras, na terça-feira, em partida adiada.

Quando chegou ao Vasco, o técnico Vanderlei Luxemburgo deixou claro que o objetivo do time era não cair. Agora, com a competição se afunilando, o treinador mantém o mesmo foco. “Temos oito jogos para nos mantermos na primeira divisão. Cabe a nós nos envolvermos para isso. Nós, a direção, a torcida, os jogadores, todos”, disse.

O Vasco torce pelo fim do jejum do atacante Germán Cano, goleador que não balança as redes há seis jogos. De fora do último compromisso, Martín Benítez deve ser novidade na escalação. O meia argentino, um dos pontos fortes em 2020, voltou ao time diante do Coritiba após ter o contrato de empréstimo renovado.

O recente fim da boa vantagem do São Paulo na liderança empolgou os candidatos diretos pelo título. O Atlético-MG é um deles. Hoje, apenas três pontos separam o time de Jorge Sampaoli do segundo colocado. A provável escalação do Galo terá Éverson; Guga, Igor Rabello, Réver e Junior Alonso; Hyoran, Jair e Guilherme Arana; Jefferson Savarino, Keno e Eduardo Vargas.

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