MUNDIAL DE CLUBES

Mar vermelho

Bayern de Munique conquista tetracampeonato com um gol polêmico contra o Tigres, empilha a sexta taça em 2020, iguala marca do Barcelona de 2009 e agora mira hepta na Champions League

Correio Braziliense
postado em 11/02/2021 23:07
 (crédito: Karim Jaafar/AFP)
(crédito: Karim Jaafar/AFP)

O Bayern de Munique, atual campeão europeu, conquistou o Mundial de Clubes 2020 ao derrotar o Tigres, do México, por 1 x 0 na final, ontem, no Education City Stadium, em Al-Rayyan, no Catar. O único gol da partida, do francês Benjamin Pavard, aos 59 minutos, deu ao time comandado por Hansi Flick o sexto título no ano. O clube ‘Felino’ terá de se consolar com a segunda colocação na primeira participação em um Mundial, que é o melhor desempenho de um time da Concacaf na história do torneio.

O gigante bávaro se junta assim ao Barcelona de 2009, liderado por Pep Guardiola, como as únicas duas equipes a conquistarem a Liga dos Campeões, o campeonato nacional e a Copa de seu país, a Supercopa Nacional e Europeia e, finalmente, o Mundial de Clubes em um ano.

“Fizemos história, temos nosso sexteto”, comemorou o astro polonês Robert Lewandowski ao microfone da DAZN. “Ganhar seis títulos seguidos é algo muito especial. Acho que é um dos maiores sucessos do futebol. Nosso time será lembrado por muito tempo”, disse o polonês. O jogador eleito melhor do mundo, em 2020, também ganhou o prêmio de melhor jogador da final realizada ontem.

Na mesma linha, o treinador do Bayern, Hansi Flick, fez elogios ao elenco: “A minha comissão técnica e eu queremos dar os nossos cumprimentos a cada um dos jogadores. É extraordinário o que esta equipe conseguiu”.

O técnico do Tigres, o brasileiro Ricardo Ferretti, reconheceu a força do Bayern: “Acho que o fato de termos chegado à final fala das coisas boas que fizemos, mas acho que, hoje, enfrentamos um grande adversário, e não devemos desmerecer a vitória, mas acho que eles foram superiores e mereceram a vitória”, afirmou.]

Lance duvidoso
O único gol da partida foi marcado pelo francês Benjamin Pavard no segundo tempo. O Tigre até alimentou esperanças antes do jogo por causa de duas circunstâncias infelizes para o Bayern: o retorno à Alemanha do zagueiro Jerome Boateng para comparecer ao funeral de sua ex-namorada e o desfalque do atacante Thomas Müller após um teste positivo para coronavírus.

Flick teve de remodelar sua equipe, substituindo Boateng por Lucas Hernandez na zaga central, e escalou três alas de origem: Leroy Sané e Kingsley Coman às suas posições naturais, e Serge Gnabry em uma função de ‘maestro’, que ele soube fazer corretamente.

Lewandowski, eleito Jogador de 2020 pela Fifa, participou do gol do Bayern. Após vencer um duelo aéreo contra o goleiro argentino Nahuel Guzmán, a bola caiu nos pés de Pavard, campeão mundial com a seleção da França em 2018, que só precisou tocar para o gol vazio. Câmeras flagraram toque na mão de Lewa antes do gol, mas o Árbitro de Vídeo não acusou ilegalidade no lance crucial da partida.

A equipe comandada por Hansi Flick havia mandado uma bola para o fundo da rede no primeiro tempo, mas o gol de Joshua Kimmich foi anulado ao ser marcado um impedimento de Lewandowski que afetou o campo de visão do goleiro.

O Tigres deixa este Mundial de Clubes de cabeça erguida, apesar de não ter conseguido evitar um segundo título do Bayern no torneio da Fifa (o primeiro foi em 2013), nem de ter conseguido encerrar a sequência de títulos consecutivos de um representante europeu, que agora sobe para oito seguidos.

Entre os recordes deste extraordinário Bayern de Munique, Hansi Flick estabeleceu um que deve durar muito tempo: nomeado treinador, em novembro de 2019, após a demissão de Niko Kovac, ele acaba de conquistar seis títulos em apenas 68 partidas no comando, ou seja, mais títulos do que derrotas (cinco) desde que assumiu.

“É um aprendizado, temos muita coisa pela frente, isso não pode nos abater e nem tirar nosso mérito de estar aqui”

Weverton,
goleiro do Palmeiras


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Palmeiras faz pior campanha sul-americana

Campeão da Libertadores, o Palmeiras aumentou o fracasso no Mundial de Clubes ao perder nos pênaltis para o Al-Ahly, por 3 x 2, depois de empate por 0 x 0 no tempo normal. As duas equipes fizeram um jogo com pouco brilho. O time paulista mostrou sinais de cansaço. O jogo foi resolvido nas penalidades sem passar pela prorrogação no Estádio Education City de Al Rayyan, cenário da decisão entre Tigres e Bayern de Munique.

O Palmeiras, que havia sido derrotado nas semifinais pelo Tigres do México, por 1 x 0, fez a pior campanha de um time da América do Sul na história desta competição. Nas quatro derrotas anteriores do campeão da Libertadores nas semifinais, o representante sul-americano salvou a honra ao vencer esse jogo de consolação. Foram os casos do Internacional (2010), Atlético-MG (2013), Atlético Nacional (2016) e River Plate (2018).

Apesar da melhor qualidade individual dos jogadores comandados pelo técnico português Abel Ferreira, o campeão africano entrou em campo com um pouco mais de ambição e pegada ofensiva. Os brasileiros melhoraram no segundo tempo, mas sem criar perigo real para o gol defendido por Mohamed El-Shenawy. Nos pênaltis, Rony, Luiz Adriano e Felipe Melo perderam para o Palmeiras enquanto o time egípcio mandou duas bolas na trave.

“É um aprendizado, temos muita coisa pela frente, isso não pode nos abater e nem tirar nosso mérito de estar aqui”, disse o goleiro Weverton, após a derrota.

O Al-Ahly igualou com este terceiro lugar seu melhor desempenho em um Mundial de Clubes (2006). Só o Mazembe, da República Democrática do Congo, finalista em 2010, e o marroquino Raja Casablanca, vice-campeão também em 2013, podem se orgulhar de ter ido mais longe entre as equipes africanas.

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