Aroma do bi: Fla perfuma a torcida com 7º título em duas temporadas

Título do Brasileirão 2020 chega com muito sofrimento, mas iguala bi da Era Zico na Série A e estabelece dinastia rubro-negra

Danilo Queiroz
postado em 26/02/2021 11:04 / atualizado em 26/02/2021 11:10
Capitão do Flamengo, Diego levanta a taça de campeão brasileiro da edição 2020 -  (crédito: NELSON ALMEIDA/AFP)
Capitão do Flamengo, Diego levanta a taça de campeão brasileiro da edição 2020 - (crédito: NELSON ALMEIDA/AFP)

Hoje, os flamenguistas estão vivendo, mais uma vez, sensações proporcionadas somente pelos deuses rubro-negros. Depois de 38 anos, o Flamengo voltou a conquistar dois títulos do Campeonato Brasileiro de forma consecutiva. Assim como na conquista da Libertadores de 2019, Gabigol, Arrascaeta, Everton Ribeiro e Bruno Henrique e companhia repetiram mais um feito alcançado pela geração liderada por Zico, Nunes, Adílio e Júnior. A confirmação do bi do Campeonato Brasileiro veio de forma dramática, na noite de quinta-feira (25/2), com derrota para o São Paulo, por 2 x 1, no estádio do Morumbi. A melancolia do tropeço, ao fim, virou comemoração.

A confirmação do título veio após um campeonato disputado ponto a ponto até a última rodada. Com semelhanças do título de 2009, o Flamengo oscilou durante boa parte da competição, se encontrou no final e fez disputa ferrenha, principalmente, com o Internacional, líder por 17 vezes e rival com quem dividiu as atenções na tela dividida dos jogos da 38ª rodada. Por fim, a liderança por somente duas jornadas do Brasileirão foi suficiente para a festa carioca tomar as dependências do estádio da Zona Sul paulista. O sorriso amarelo pela revés fora de casa começou a tomar outro tom tão logo a ficha da taça caiu.

Precisando de uma vitória simples para conquistar o título, o Flamengo começou o jogo utilizando uma de suas principais características e permaneceu com a bola no pé. Com a pouca vibração ofensiva coração dos flamenguistas acelerou acima da média aos 18, quando a arbitragem checou possível pênalti de Isla em Luciano. Rodrigo Toski, porém, nada marcou. Sem espaço para infiltrar, o rubro-negro acuou o São Paulo e arriscou em chutes de longe. Com um olho no Beira-Rio, os jogadores do time carioca sem condição de jogo vibraram com o pênalti não marcado para o Inter.

Toda a emoção ausente nos primeiros minutos ficou reservada para os cinco finais da etapa inicial. Aos 40, Filipe Luis cobrou escanteio e a bola chegou em Gabriel. O camisa 9 se esticou, mas mandou para fora. Em dois minutos, os rubro-negros foram da euforia à preocupação. No Beira-Rio, o Inter marcou com Yuri Alberto, mas o tento foi anulado por impedimento. O alívio, porém, durou pouco. Em cobrança de falta, Hugo Souza armou mal a barreira e Luciano cobrou no canto onde ele estava para abrir o placar no Morumbi. Mesmo com a derrota, o Fla seguia líder na composição dos resultados.

Ciente da necessidade de reverter o resultado para não precisar de combinações com o jogo do Inter, o Flamengo voltou em cima e empatou com cinco minutos. Arrascaeta cobrou escanteio, Gustavo Henrique escorou e a bola encontrou o predestinado Bruno Henrique: 1 x 1. Na ânsia de sair jogando, Hugo Souza cometeu novo erro. O camisa 45 tentou passe pelo alto, mas mandou no peito de Daniel Alves. Com a zaga rubro-negra saindo, Pablo surgiu livre para reencontrar as redes após 15 partidas. A última vítima havia sido, justamente, o rubro-negro pela Copa do Brasil. O drama carioca voltou à escala máxima.

A vantagem fez o São Paulo voltar a se concentrar na entrada da área e o Flamengo apelou para bolas alçadas. Em uma delas, Bruno Henrique mandou rente à trave. A tensão, nítida em campo, parecia prender a perna dos rubro-negros em campo. Com a falta de efetividade carioca, as vibrações se voltaram para a manutenção do resultado do Beira-Rio. No banco de reservas, um celular atualizava os atletas de cada lance do concorrente. A ação chegou, inclusive, a ser repreendida pela arbitragem. As tentativas do time da Gávea não importavam mais e a real vibração veio, mesmo, à confirmação de novo impedimento de gol Colorado e no apito final no Rio Grande do Sul.

 


Minuto a minuto dos jogos que decidiram o título

Primeiro tempo

0’ Bola rola no Morumbi e no Beira-Rio
15’ Zero insiste em ficar no placar
37’ VAR anula pênalti para o Inter
44’ Yuri Alberto marca, mas impedido
49’ Luciano abre para o São Paulo

Segundo tempo

0’ Jogos recomeçam ao mesmo tempo
4’ Cássio opera primeiro milagre
5’ Flamengo empata no Morumbi
13’ Hugo erra e São Paulo marca
18’ Colorado coloca bola na trave
39’ Gabigol assiste jogo pelo celular
51’ Edenílson faz gol impedido
Fim Diego consola Hugo na comemoração

 

“Não era da maneira como a gente queria, mas é um título brasileiro que vale ao longo das 38 rodadas. Ser jogador do São Paulo foi um orgulho. Ser treinador do Flamengo que ganhou tudo em 2019 é um sabor especial”

Rogério Ceni, técnico do Flamengo


“O Rogério falou: ‘vamos focar que seremos campeões no Morumbi. Estamos em outro patamar mesmo, por tudo que aconteceu. A história não é como começa, é como termina. E hoje somos campeões”

Bruno Henrique, atacante do Flamengo

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