BRONCA COM O GOVERNO

Desafio de manter a cabeça no lugar

Carol Solberg se revolta novamente e volta a criticar a postura do Poder Executivo nacional. Desta vez, a indignação foi em relação à gestão do combate à pandemia da covid-19

Correio Braziliense
postado em 21/03/2021 22:47
 (crédito: Reprodução/Twitter)
(crédito: Reprodução/Twitter)

Ágatha e Duda conquistaram, ontem, o primeiro título do Circuito Brasileiro de vôlei de praia juntas. E de maneira perfeita, disputando a final das oito etapas e ganhando seis, sendo cinco consecutivas. A conquista, em Saquarema, no Rio de Janeiro, veio com a vitória por 2 a 0 sobre Bárbara Seixas e Carol Solberg, com duplo 21/17.

Derrotada na final, Carol Solberg voltou a criticar o governo federal pela má condução da pandemia da covid-19. Ela chegou a ser advertida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ter falado "Fora, Bolsonaro", durante entrevista ao vivo, na cerimônia de premiação da etapa de Saquarema (RJ) do Circuito Brasileiro do Vôlei de Praia, em setembro do ano passado, mas depois foi absolvida em novo julgamento.

"Tem sido muito duro manter a cabeça boa. A gente vivendo uma pandemia, completando 290 mil mortes. Eu acho que a gente precisa ter consciência disso como atleta", iniciou.

Após a declaração, a atleta retomou a palavra e enfatizou: "É um desafio muito grande manter minha cabeça boa, concentrada, durante as preparações para os jogos. Então, a gente, como atleta, precisa ter consciência disso. É absurdo o que está acontecendo no Brasil, tristeza, incapacidade de governar".

Absolvida
Pelo "Fora Bolsonaro", Carol foi julgada e absolvida em 16 de novembro do ano passado. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei deu ganho à atleta por 5 votos a 4 e prevaleceu a conversão da multa em advertência à atleta.

Apesar de ter sofrido apenas uma advertência na primeira instância, Carol Solberg decidiu recorrer ao Pleno por não concordar com a sentença, considerar que não "feriu ou desrespeitou" nenhuma lei e para defender a liberdade de expressão dos atletas.

Na semana passada, o alvo das críticas da jogadora foi uma das maiores expoentes do vôlei nacional: a ex-atleta Ana Paula Henkel, que, atualmente, vive nos Estados Unidos e não esconde seu posicionamento político de direita, inclusive é uma das defensora dos governos Bolsonaro e Trump, além de apoiar o armamento da sociedade.

De acordo com Carol, assim como a ex-jogadora, existem pessoas que vivem dentro de uma bolha e "não consegue enxergar um palmo fora".

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Medo da reação das pessoas

Nos dias que sucederram o grito em quadra e a absolvição, a brasileira revelou ter ficado impressionada com o apoio recebido ao final do processo. Entretanto, ela revelou ter sentido medo em certos momentos.

Além de ataques virtuais, segundo Carol, o temor era, por exemplo, ao andar pelas ruas. De acordo com ela, trata-se de um governo que incita o ódio e dá aval às pessoas a falarem absurdos. Questões como apoio ao armamento fazia com que ela prestasse a atenção nos mais diversos movimentos supeitos. Naquele momento, ela passou a evitar praias e focou a procupação na segurança dos filhos. A volta à normalidade veio gradativamente.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação