Eliminatórias

Brasil revoluciona futsal do Cazaquistão

Correio Braziliense
postado em 27/03/2021 21:09
 (crédito: Jure Makovec/AFP - 10/2/18)
(crédito: Jure Makovec/AFP - 10/2/18)

A seleção francesa é favoritaça, hoje, contra o Cazaquistão pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Mas no futsal, a situação seria diferente, porque os cazaques gradualmente se tornaram uma potência. Graças aos investimentos privados e à chegada de jogadores importados do Brasil, o futsal passou por um grande desenvolvimento na ex-república soviética.

“É uma das referências, está em sétimo lugar no mundo, 16 posições acima da França. No futuro, poderá ser campeã europeia ou mundial”, projeta Pierre Jacky, técnico da França no futsal.

O melhor clube do Cazaquistão, o Kairat Almaty, conquistou duas vezes a Liga dos Campeões e ganhou a Copa Intercontinental em 2014. Resultados impensáveisno futebol. O país ocupa apenas o 122º lugar no ranking da Fifa.

Nas competições internacionais, a seleção cazaque ainda espera para brilhar. Em seu primeiro Mundial, na Guatemala, em 2000, estreou com massacre de 12 x 1 contra o então campeão, o Brasil, e terminou sem vitória.

Ermek Tursunov lembra a interferência política, especialmente do presidente da Federação de Futebol, Rakhat Aliev, então genro do chefe de estado, Nursultan Nazarbaiev. “Mudaram de comissão técnica, nos obrigaram a contar com alguns jogadores e deixar outros em casa. Fomos a um Mundial com um time que mal havia jogado junto", conta o ex-jogador de 59 anos, que agora trabalha como cineasta.

O reinado de Aliev na Federação terminou quando uma briga com o sogro o levou a se exilar. Acusado de crimes pelas autoridades cazaques, se suicidou em 2015 na prisão austríaca onde aguardava a extradição.

Foi justamente o Brasil, país que havia humilhado o Cazaquistão na Guatemala, quem permitiu ao país evoluir no futsal.

O treinador do Cazaquistão nesse esporte é Paulo Ricardo Kaká, brasileiro, assim como seu antecessor, Cacau. A seleção da Ásia Central também conta com vários jogadores brasileiros naturalizados, incluindo astros.

Leo Higuita, conhecido por seu jogo com o pé e eleito três vezes goleiro do ano no Futsal Planet Awards, e o atacante Douglas Junior são duas referências.

Ambos chegaram ao Cazaquistão graças a Kairat Orazbekov, um rico empresário que fundou o AFC Kairat em Almaty, enviando regularmente olheiros à América do Sul. No Brasil, ninguém os conhecia, e agora todos os conhecem", diz o magnata.

O futuro parece muito promissor para o futsal no Cazaquistão, já que a maioria das escolas do país, agora, tem uma quadra para prática de futsal.

Uma situação que contrasta com o futebol, onde falta infraestrutura. “Se a Eslováquia tem 1.200 campos e a Bélgica três vezes mais, nós temos 50, no máximo. Não dá para lutar boxe sem um ringue e não dá para jogar futebol sem campos", lamenta o empresário Kairat Orazbekov.


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