CHAMPIONS LEAGUE

Modinha retrô

Quartas de final começam hoje com gigantes recorrendo a alternativas táticas como a linha de três defensores. Real é um deles. Seleções de ponta também lapidam 3-5-2 e suas variáveis para a Eurocopa

Marcos Paulo Lima
postado em 05/04/2021 22:50 / atualizado em 06/04/2021 10:14

Ainda não é uma onda. Por enquanto, podemos chamr de marola. Discretamente, as Eliminatórias e os jogos das principais ligas nacionais do Velho Continente protagonizam ensaios de uma tendência que pode virar moda retrô no meio deste ano na decisão da Liga dos Campeões da Europa, em Istambul, na Eurocopa, com decisão prevista para Londres, e conquistar adeptos para o Mundial do Qatar, em 2022.

As quartas de final da Champions League começam, hoje, às 16h (de Brasília), com alguns candidatos ao título do principal torneio de clubes do mundo recorrendo ao sistema tático com linha de três defensores — configuração que levou Argentina (1986), Alemanha (1990) e Brasil (2002) ao título da Copa do Mundo.

Uma das partidas de hoje é o duelo entre Real Madrid e Liverpool, no Estádio Alfredo Di Stéfano, na capital espanhola. Chama atenção a tentativa do técnico tricampeão europeu Zinedine Zidane de aprimorar os alternativos 3-5-2, 3-4-1-2 ou 3-1-4-2. A estratégia funcionou nas oitavas na vitória por 3 x 1 sobre a Atalanta, da Itália, no duelo de volta das oitavas, mas tem sido frequentemente testada no Campeonato Espanhol.

No último fim de semana, por exemplo, o Real Madrid derrotou o Eibar formatado no 3-4-2-1. Neste desenho, Zidane explora o que o lateral-esquerdo brasileiro Marcelo tem de melhor — a força ofensiva. Consequentemente, o francês Mendy recua para formar o trio defensivo. Há duas possibilidades: uma linha de três com Varane, Nacho Fernández e Sergio Ramos, como no triunfo sobre a Atalanta, ou com Mendy no papel de beque pela esquerda a fim de abrir espaço para Marcelo no time.

Difícil afirmar que Zidane usará sistema com três na guerra de informações entre Real e Liverpool, mas Jürgen Klopp certamente dorme com uma pulga atrás da orelha. Será essa a estratégia merengue para segurar um ataque com poderio de Salah, Mané, Firmino e Diego Jota?

“A formação com três defensores é uma solução a mais, alternativa para gerar superioridade e favorecer os laterais. Permite, também, mais possibilidades na perda da bola”, comentou, em uma entrevista coletiva, o técnico Zidane depois de testar a tática no Real no Campeonato Espanhol.

O sistema com três zagueiros também é mais uma opção para Pep Guardiola. No entanto, o catalão usa o sistema com moderação desde que “bugou” o Manchester City nas quartas de final da temporada anterio. Escalou o time no 3-1-4-2 contra o Lyon, em Lisboa, perdeu por 3 x 1 e deu adeus precocemente ao sonho do título inédito. De lá para cá, fez ensaios discretos da variação nas vitória sobre Arsenal, Newcastle, Manchester United e Fulham nesta temporada.

Dos oito candidatos ao título, o Chelsea é o mais apegado à linha de três. Em vez de opção, é regra. O técnico alemão Thomas Tuchel, ex-PSG, mandou o time a campo no 3-4-2-1, 3-4-1-2 ou 3-4-3 em 13 dos 15 jogos à frente do time londrino. Certamente, será assim, também, contra o Porto, amanhã, no início do duelo pelas quartas.

Seleções europeias não encaram a linha de três como alternativa. Potências como Bélgica e Inglaterra devem se exibir assim na Eurocopa e na sequência das Eliminatórias para a Copa 2022. Joachim Löw (Alemanha), Didier Deschamps (França) e Frank de Boer (Holanda) já testaram a variação em alguns jogos de 2020.

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