Supercopa

Talentos da final sub-20 entre Fla e Palmeiras se reencontram na Supercopa

Crias da base de Flamengo e Palmeiras ganham espaço em elencos milionários e voltam a se enfrentar 16 meses após decidirem o Brasileirão Sub-20

Danilo Queiroz
postado em 06/04/2021 23:07 / atualizado em 07/04/2021 18:59
 (crédito: Fábio Menotti/Palmeiras e Marcelo Cortes/Flamengo)
(crédito: Fábio Menotti/Palmeiras e Marcelo Cortes/Flamengo)

Em dezembro de 2019, Flamengo e Palmeiras estiveram frente a frente para decidir o Campeonato Brasileiro Sub-20. Naquela ocasião, os rubro-negros levaram a melhor ao vencer no agregado de duas partidas, por 3 x 1. Dezesseis meses depois, cariocas e paulistas colhem os frutos plantados nas categorias de base. Marcada para domingo, às 11h, no Mané Garrincha, a final da Supercopa do Brasil deverá promover o reencontro de vários atletas e pode colocar à prova revelações que buscam se firmar de vez nas equipes profissionais.

No Brasileirão sub-20, o goleiro Hugo Souza, os laterais Ramon e Matheuzinho, e os atacantes Rodrigo Muniz e Lázaro davam os últimos passos rumo ao profissional do Flamengo. Do lado alviverde, os volantes Patrick de Paula e Danilo, o lateral Gabriel Menino e o atacante Gabriel Silva ganharam espaço no Palmeiras. Todos vêm sendo relacionados constantemente nas últimas partidas e podem ganhar mais uma oportunidade de mostrar serviço para os respectivos técnicos, Rogério Ceni e Abel Ferreira.

Os alviverdes se firmaram mesmo com o pouco tempo entre os profissionais e tiveram participação decisiva em momentos importantes. Na final do Campeonato Paulista, ainda sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, Patrick de Paula, 21 anos, mostrou personalidade e cobrou o pênalti que confirmou a conquista do título sobre o Corinthians. A estrela decisiva de Gabriel Menino brilhou na Copa do Brasil. Acionado no segundo tempo, o lateral de 20 anos marcou o primeiro gol alviverde na vitória por 2 x 0 sobre o Grêmio no jogo da taça. A conquista dessa competição, inclusive, credenciou os paulistas para a disputa da Supercopa.

A ascensão das Crias da Academia teve outro capítulo fundamental em uma das partidas mais emblemáticas da temporada alviverde. Menino, Patrick e Danilo formaram o meio de campo do Palmeiras durante a vitória por 3 x 0 sobre o River Plate, na Argentina, pelas semifinais da Libertadores. A partida clareou o caminho para o título, confirmado na fase seguinte contra o Santos, no Maracanã. Na decisão, mais uma prova de confiança: o trio novamente iniciou o duelo entre os titulares no triunfo por 1 x 0 sobre o Peixe.

A inclusão dos rubro-negros tem sido gradual. Dos quatro nomes da final do Brasileirão sub-20 com espaço no elenco principal, apenas o goleiro Hugo Souza teve sequência. Após estrear na fogueira e se destacar justamente em uma partida contra o Palmeiras — na ocasião, o Flamengo enfrentava um surto de covid-19 com 16 casos —, o arqueiro foi o único a pular etapas. Com seguidas lesões de Diego Alves, o camisa 45 assumiu a meta rubro-negra e, ora por acertos, ora por erros, foi destaque na conquista carioca do bi brasileiro. A promessa de 22 anos atuou em 23 partidas da campanha.

O jogo do Brasileirão contra o Palmeiras também foi um importante para Lázaro, de 19 anos, e Ramon, de 20. Ambos atuaram como titulares pela primeira vez contra o alviverde. Matheuzinho, 20, era um dos infectados por covid-19 na ocasião. Para o atacante Rodrigo Muniz, 19, o espaço veio, principalmente, em 2021. Com a ausência dos titulares nas rodadas iniciais do Carioca, o camisa 43 aproveitou a brecha, ganhou espaço e foi o único a ser utilizado — como titular ou reserva — nas oito partidas do time no ano. O centroavante é, ainda, o artilheiro rubro-negro no Estadual com cinco gols.

Jovens expoentes rubro-negros e alviverdes, Hugo Souza e Gabriel Menino chamaram a atenção do técnico Tite e acumulam convocações para a Seleção Brasileira. Com idade olímpica, os dois teriam condições, inclusive, de integrarem o time que disputará os Jogos Olímpicos de Tóquio, entre julho e agosto.

O desafio dos meninos rubro-negros e alviverde, agora, é um torneio de gente grande. No reencontro em Brasília, na decisão da Supercopa do Brasil, a missão das promessas de Flamengo e Palmeiras é demostrar, de fato, que o processo de amadurecimento profissional está avançado. No caminho de cumpri-lo, uma boa atuação na primeira disputa de título nacional da temporada de 2021 pode servir de trunfo na meta de provar valor e gerar ainda mais espaço e oportunidades em meio aos elencos de dois dos mais afortunados clubes do futebol brasileiro.

 

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  • Gabriel Menino era titular na decisão do Brasileirão Sub-20 contra o Fla
    Gabriel Menino era titular na decisão do Brasileirão Sub-20 contra o Fla Foto: Fabio Menotti/Palmeiras
  • Gabriel Menino comemora gol pela Libertadores no Allianz Parque, estádio do Palmeiras, em dezembro de 2020
    Gabriel Menino comemora gol pela Libertadores no Allianz Parque, estádio do Palmeiras, em dezembro de 2020 Foto: Sebastiao Moreira/ AFP / POOL

Jovens com espaço

A presença de revelações entre os relacionados de Flamengo e Palmeiras comprova que os times, protagonistas na disputa de títulos e no poderio financeiro no futebol brasileiro nas últimas cinco temporadas, ainda olham com carinho para as promessas formadas no Ninho do Urubu e da Academia de Futebol. Mesmo em meio a investimentos milionários, cariocas e paulistas mantêm espaço para jovens.

Mesmo quando fortaleceu os investimentos no departamento de futebol, o Flamengo sustentou a política de incluir em seus elencos atletas caseiros. Quando Diego e Everton Ribeiro chegaram ao clube, em 2016 e 2017, respectivamente, ambos tiveram a companhia de nomes como Felipe Vizeu, Vinícius Jr. e Lucas Paquetá. Em 2019, Gabriel Barbosa e Bruno Henrique foram contratados como protagonistas, enquanto o brasiliense Reinier dava os primeiros passos no profissional.

O clube, inclusive, lucrou bastante com as revelações. Com as vendas de 13 atletas formados no Ninho do Urubu em cinco anos, os cariocas lucraram mais de R$ 600 milhões. No Palmeiras, o processo de incorporação de jovens em meio as grandes contratações foi mais lento. Após colher os frutos do sucesso do atacante Gabriel Jesus esportivamente e financeiramente, o alviverde fortaleceu o status de importador.

O cenário mudou drasticamente na última temporada, quando 13 jogadores estrearam entre os profissionais. Neste ano, o alviverde reforçou a postura. Na partida contra o São Bento, em 24 de março, o auxiliar técnico João Martins relacionou 19 jogadores formados na base. O clube crê, inclusive, que pode arrecadar até R$ 700 milhões apenas com a venda de diamantes. (DQ)

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