OLIMPÍADAS

Saiba como estão os atletas brasilienses a 100 dias dos Jogos de Tóquio

Ainda cercado por incertezas, os Jogos Olímpicos de Tóquio estão previsto para começar daqui a 100 dias, em 23 de julho de 2021

Maíra Nunes
postado em 14/04/2021 11:08 / atualizado em 14/04/2021 13:11
A  campeã olímpica Tandara é uma das líderes do elenco verde-amarelo comandado por Zé Roberto na Seleção de vôlei -  (crédito: Eddy/FIVB - 3/8/17
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A campeã olímpica Tandara é uma das líderes do elenco verde-amarelo comandado por Zé Roberto na Seleção de vôlei - (crédito: Eddy/FIVB - 3/8/17 )

Após serem adiados em um ano por causa da pandemia de covid-19, o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 parece, enfim, estar próximo. Ainda cercado por incertezas, o evento está previsto para começar daqui a 100 dias, em 23 de julho de 2021. Veja como estão os brasilienses mais cotados para participar das Olimpíadas.

 

Tandara - vôlei

A brasiliense Tandara Caixeta é considerada a melhor oposta brasileira da atualidade. No auge da carreira, ela foi a jogadora com a maior média de pontos por set na Superliga 2020/2021, defendendo o Osasco. O time foi eliminado nas semifinais pelo Praia Clube, mas Tandara saiu como a maior pontuadora.

Aos 32 anos, Tandara se prepara para disputar a segunda Olimpíada da carreira em Tóquio. Nos Jogos de Londres-2012, fez parte do elenco campeão olímpico e foi uma das últimas atletas cortadas por José Roberto Guimarães para os Jogos do Rio-2016, em que o Brasil caiu nas quartas de final. No ano anterior, a jogadora ficou grávida e precisou interromper brevemente a carreira. Após o nascimento da filha Maria Clara, em setembro, se esforçou para voltar a forma à tempo de disputar a Superliga 2015/2016 pelo Minas.

A filha de Evaldo Caixeta, ex-jogador amador da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), tinha 9 anos quando assistiu a uma propaganda na televisão sobre uma peneira no Força Olímpica, do Distrito Federal, foi tentar a sorte no teste e acabou aprovada. Aos 16, disputou a primeira Superliga da carreira, pela equipe Brasil Telecom, de Brasília, 2005. Dois anos depois, foi contratada pelo Osasco, que foi vice-campeão da Superliga.

 

Bruno Schmidt - vôlei de areia

Campeã olímpico nos Jogos do Rio-216, ao lado de Alison Mamute, o brasiliense Bruno Schmidt levou um susto no ano olímpico. O jogador de vôlei de praia passou 13 dias hospitalizado em Vila Velha, no Espírito Santo, por causa da covid-19. Ele chegou a passar cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com boa parte do pulmão comprometido, mas se recuperou e foi liberado para voltar para casa em 28 de fevereiro.

Bruno voltou a treinar na areia em meados de março visando os Jogos de Tóquio. Ele faz parceria com Evandro no vôlei de praia e a dupla está classificados para as Olimpíadas, com grandes expectativas de medalha.

 

Caio Bonfim - marcha atlética

O brasiliense Caio Bonfim vem de uma família apaixonada pelo atletismo e colocou o Caso (Centro de Atletismo de Sobradinho) como referência da marcha atética no Brasil. Aos 30 anos, o filho dos treinadores Gianetti Sena Bonfim e João Sena se prepara para disputar a terceira Olimpíada da carreira. Nos Jogos do Rio-2016, ele bateu na trave de subir no pódio, ao terminar na quarta posição.

Em março, Caio foi campeão dos 20km da Copa do Brasil de Marcha Atlética, conquistando o 10º título consecutivo na prova. Agora, a principal preocupação do medalhista de bronze no Mundial de Londres-2017 é conseguir disputar as principais competições da modalidade na Europa antes dos Jogos para fazer uma preparação forte, com melhores condições climáticas para a prática e alta competitividade.

 

Reinier - futebol

O brasiliense de 19 anos é apontado por André Jardine, técnico da Seleção Brasileira sub-23, como um clássico camisa 10 que gosta de estar perto do gol pelo alto potencial de finalização. O meia brasileiro participou do Pré-Olímpico Sul-Americano de 2020, em que o Brasil terminou na vice-liderança, atrás da Argentina, e garantiu a vaga para buscar o bicampeonato em Tóquio.

Emprestado ao clube alemão Borussia Dortmund desde agosto, Reinier tem como colega de elenco o badalado noruegues Erling Haaland. A adaptação ao estilo de jogo europeu é importante para o jogador cravar uma vaga na Seleção Olímpica em Tóquio -- esta edição, em especial, os jogadores poderão ter até 24 anos, além das três exceções com idade liberada. Pelo desempenho até o momento, as chances de ver Reinier com a amarelinha são altas.

Nascido em Brasília, Reinier passou pelas categorias de base Vasco, Botafogo e Fluminense antes de se firmar no Flamengo. Fez a formação como jogador toda no clube rubro-negro desde 2014. Tratado como uma joia na equipe, conquistou a Copa do Brasil sub-17 e estreou no profissional aos 17 anos, sob o comando do português Jorge Jesus, pelas oitavas de final da Libertadores, contra o Emelec. Antes de completar a maioridade, já havia colocado no currículo um título de Libertadores e de Brasileiro, ambos em 2019. No início de 2020, o jogador foi anunciado pelo Real Madrid.


Ketleyn Quadros - judô

A a primeira mulher a ganhar uma medalha olímpica em esportes individuais para o Brasil é uma brasiliense de Ceilândia. Ketleyn Quadros entrou para a história do judô brasileiro ao ganhar a medalha de bronze na categoria leve (até 57 kg) dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Hoje, aos 33 anos, ela é a brasileira melhor colocada no ranking mundial da Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês). Na 14ª posição mundial, com 3.492 pontos, Ketleyn se prepara para disputar mais uma Olimpíada na carreira.

Isso porque os 18 melhores de cada categoria no ranking até 28 de junho de 2021 garantem vaga direta para os Jogos de Tóquio, respeitando-se o limite de um atleta por país em cada peso. A segunda brasileira melhor colocada é Alexia Castilhos, que ocupa a 23ª posição, com 2.661 pontos. Ao todo, esse sistema de classificação será usado para alocar as 352 vagas olímpicas do judô na ordem hierárquica de qualificação, considerando que o prazo foi adiado em um ano após a alteração da data das Olimpíadas.

 

Victória Albuquerque - futebol

Cria do Minas Brasília, Victória Albuquerque saiu do time candango para brilhar nacionalmente pelo Corinthians. A meia-atacante de 23 anos é peça importante do clube brasileiro mais vitorioso da atualidade. Na equipe paulista desde o início de 2019, Vic soma 40 gols em 72 jogos, sendo 49 deles como titular. E já coleciona quatro títulos: Copa Libertadores (2019), Campeonato Brasileiro A1 (2020) e dois no Paulista (2019 e 2020).

O desempenho em campo vem rendendo convocações para a Seleção Brasileira pela técnica Pia Sundhage. Vic Albuquerque participou do último período de treinamentos na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), que terminou na terça-feira (13/4), visando os Jogos Olímpicos de Tóquio. A brasiliense esteve entre as 25 do grupo que priorizou jogadoras que atuam no Brasil pelas dificuldades de viagens internacionais impostas pela pandemia.

Com passagens pelas categorias de base da Seleção Brasileira, Vic agora busca ganhar espaço na equipe principal. A frequência de convocações pela treinadora Pia mostra que a jogadora está no caminho certo e tem tudo para vestir a amarelinha em grandes competições. Atualmente, porém, enfrenta uma alta concorrência entre as atacantes brasileiras em uma briga que promete ser muito disputada para as próximas Olimpíadas.

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