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Como o City Group, proprietário do Manchester City, virou um dos maiores compradores de joias da base do futebol brasileiro. Destino dos talentos nem sempre é a matriz, mas filiais espalhadas pelo planeta

Marcos Paulo Lima
postado em 04/05/2021 00:21 / atualizado em 04/05/2021 00:24
 (crédito: Adam Dav/AFP - 13/3/21)
(crédito: Adam Dav/AFP - 13/3/21)

Houve um tempo em que sonho de criança era jogar no time do coração. Depois, em clube de ponta da Europa. Agora, a moda é ter crachá de multinacional do futebol e estar sempre de malas prontas para prestar serviço na matriz ou em alguma filial da companhia pelo mundo afora. Assim funciona o badalado City Football Group — dono do Manchester City.

Adversário do Paris Saint-Germain no duelo de volta da Liga dos Campeões da Europa, hoje, às 16h, no Etihad Stadium, o clube inglês venceu o primeiro round, em Paris, por 2 x 1, na semana passada. Logo, a trupe de De Kevin De Bruyne pode até perder por 1 x 0 para avançar pela primeira vez à final do torneio. Neymar e Mbappé precisam liderar o triunfo por dois gols. Em caso de vitória por
2 x 1, a partida avançará à prorrogação. Persistindo, pênaltis.

Novo comprados dos “ pés de obra” brasileiros, o City Group é bancado pelo rico dinheirinho dos Emirados Árabes Unidos e tem um objetivo claro: ter jogadores jovens, na "fralda", desenvolvê-los em sucursais da América do Sul, Norte, Europa, Ásia ou Oceania, turbinar os fora de série no Manchester City e recuperar valores de investimento com a revenda de apostas que não se adaptam à firma. Poucos vão direto para a matriz, como o atacante Gabriel Jesus, por exemplo. Levantamento do Correio mostra que a multinacional investiu mais de 72 milhões de euros em diamantes da base dos times brasileiros. Jesus puxa a fila. O Palmeiras recebeu 32 milhões de euros na transação.

As aquisições do jovem Kayky, do Fluminense, por 10 milhões de euros, e do volante Abemly Meto Silu, o Metinho, por 5 milhões de euros, podem render ao Fluminense ao menos 15 milhões de euros (R$ 100 milhões). Há possibilidade, ainda, de o valor dobrar de acordo com variáveis baseadas em metas e eventuais negociações futuras.

Kayky e Metinho são apenas mais duas compras na lista do consumista City Group. Recentemente, eles também tiraram do Brasil campeões mundiais sub-17 pela Seleção Brasileira em 2019, como o lateral Yan Couto (Coritiba), contratado por 6 milhões de euros, e o volante Diego Rosa (Grêmio), contratado pelo mesmo valor.

O City Grupo ataca em várias frentes no Brasil. Tirou Douglas Luiz do Vasco por 12 milhões de euros. Pinçou no Flamengo os jovens Caio Roque por 1,5 milhão de euros e Vinicius Souza por 2,5 milhões de euros. Há contratações mais antigas feitas pelo projeto, como Rony Lopes (Sevilla), adquirido por 1 milhão de euros, e Thiago Andrade (New York City).

Filiais

O Manchester City é o clube mais visível do City Group, uma espécie de matriz. Nem sempre as jovens apostas partem rumo ao clube inglês. Há filiais espalhadas pelo mundo. Além do Manchester City, a multinacional é dona do Melbourne City (Austrália), Montevideo City (Uruguai), Lommel (Bélgica), New York City (EUA), Mumbai City (India), e tem participações em clubes como Girona (Espanha), Sichuan Jiniu (China), Yokohama Marinos (Japão), Troyes (França) e Bolivar (Bolívia).

Os jogadores passam por um processo de "engorda" em um desses times e de lá partem pra o Manchester City ou são vendidos a outros clubes de ponta. É o caso de Douglas Luiz. O volante revelado pelo Vasco foi comprado pelo Manchester City por 12 milhões de euros, emprestado ao Girona, que disputava a primeira divisão do Espanhol, retornou ao clube inglês e, no ano passado, saiu por 16,8 milhões de euros com o Aston Villa. O volante Diego Rosa, campeão mundial sub-17 com a Seleção em 2019, também defende o Lommel.

Joias da base do Flamengo, o lateral-esquerdo Caio Roque, 19 anos, e o meia Vinicius Souza, 21, ganham experiência no Lommel, da Bélgica, um dos clubes satélite do City Group. Campeão mundial sub-17 em 2019, o lateral-direito Yan Couto, 18, trabalha no Girona.

Um dos radares do City Group no Brasil é o empresário Pere Guardiola — irmão de Pep Guardiola, técnico do Manchester City. No ano passado, o agente, que também é proprietário do Girona, inaugurou no Brasil a empresa Media Base Sports, em parceria com o CEO Luiz Rocha. Um dos alvos da firma é trabalhar na gestão da carreira de atletas e treinadores brasileiros e representar clubes que desejam expandir negócios no exterior.

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Times fazem parte dos tentáculos da multinacional City Football Group: Manchester City, Melbourne City (Austrália), Montevideo City (Uruguai), Lommel (Bélgica), New York City (EUA), Mumbai City (India), Girona (Espanha), Sichuan Jiniu (China), Yokohama Marinos (Japão), Troyes (França) e Bolivar (Bolívia).


Lista de compras

Jovens jogadores adquiridos no Brasil pelo City Football Group e levados para o Manchester City ou times satélites da multinacional

» Gabriel Jesus, atacante

Custo: 32 milhões de euros
Onde está: Manchester City (Inglaterra)

» Douglas Luiz, volante

Custo: 12 milhões de euros
Onde está: Depois de passar por Girona e City, foi vendido ao Aston Villa

» Kayky, atacante

Custo: 10 milhões de euros
Onde está: Fluminense (até completar 18 anos)

» Yan Couto, lateral-direito

Custo: 6 milhões de euros
Onde está: Lommens (Bélgica)

» Diego Rosa, volante

Custo: 5 milhões de euros
Onde está: Lommens (Bélgica)

» Metinho, meia

Custo: 5 milhões de euros
Onde está: Fluminense

» Vinicius Souza, meia

Custo: 2,5 milhões de euros
Onde está: Lommens (Bélgica)

» Thiago Andrade, atacante

Custo: 1,64 milhão de euros
Onde está: New York City (EUA)

» Caio Roque, lateral-esquerdo

Custo: 1,5 milhão de euros
Onde está: Lommens (Bélgica)

» Rony Lopes, atacante

Custo: 1 milhões de euros
Onde está: passou pela base do City e hoje atua no Nice (França)


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Possível ausência de parça pode sobrecarregar Neymar

 (crédito: Franck Fife/AFP - 13/4/21)
crédito: Franck Fife/AFP - 13/4/21

O atacante francês Mbappé viajou, ontem, com a delegação do Paris Saint-Germain para enfrentar o Manchester City no jogo de volta das semifinais da Liga dos Campeões. Por causa de uma lesão na panturrilha direita, Mbappé não participou da vitória do PSG sobre o Lens por 2 x 1, no sábado passado, pelo Campeonato Francês. O atacante, parceiro ideal de Neymar no ataque do time, ainda é dúvida para o confronto.

Em vídeo publicado pelo jornal Le Parisien, o craque aparece mancando ainda no embarque da França rumo à Inglaterra. O atacante francês é figura central na tentativa de recuperação do PSG dentro da competição. Na ida, os ingleses venceram por 2 x 1, o que obriga a equipe francesa a vencer por dois gols de diferença.

Uma eventual ausência de Mbappé aumenta a pressão sobre Neymar na partida decisiva. Os dois são responsáveis por 81% dos gols do PSG na temporada. Para substituir Mbappé, o técnico Maurício Pochettino tem duas opções ofensivas: os italianos Icardi e Kean.

Em sua 8ª participação pelo torneio, desde a edição 2013/14, Neymar, campeão em 2014/2015 com o Barcelona, persegue o título que ainda não foi conquistado pelo PSG. No ano passado, ele chegou ao vice-campeonato, perdendo a final para o Bayern de Munique. "Eu vou dar o melhor de mim e vou fazer de tudo para virar esse jogo mesmo que eu tenha que morrer em campo", declarou o camisa 10 do PSG ao canal oficial do time francês.


"Eu vou dar o melhor de mim e vou fazer de tudo para virar
esse jogo mesmo que eu tenha que morrer em campo"

Neymar, atacante

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