Olimpíada

Águas de maio levam a Tóquio

Brasil conquista quatro vagas nos saltos ornamentais. Duas são de atletas do DF: Kawan e Luana

Maíra Nunes
postado em 04/05/2021 23:50
 (crédito: Satiro Sodré/SSPress/CBDA)
(crédito: Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Desde 2004, Brasília conta com representantes na disputa dos saltos ornamentais nos Jogos Olímpicos. César Castro e Hugo Parisi levaram a capital federal a quatro edições olímpicas (Atenas-2004, Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016). Aos 38 e 36 anos, respectivamente, ambos não competem mais. No entanto, acompanham uma nova geração.

Kawan Pereira, 18 anos, e Luana Lira, 25, são atletas do Instituto Pró-Brasil, do DF, e garantiram vaga para os Jogos de Tóquio, no Japão, a partir de 23 de julho.

Após o adiamento do evento, de 2020 para 2021, e as restrições impostas pela pandemia, Kawan tinha poucas chances de conquistar vaga olímpica. A resiliência foi recompensada nesta semana. O atleta radicado em Brasília carimbou o passaporte para os Jogos ao ficar entre os 18 melhores na plataforma de 10m da Copa do Mundo, na mesma piscina em que ocorrerão as disputas daqui a menos de três meses. Ontem, conquistou a 10ª colocação na final — o melhor resultado do Brasil na competição.

“Eu estava um pouco desacreditado, mas treinando muito para isso”, comemorou Kawan, em entrevista ao Correio. O saltador começou as disputas da Copa do Mundo com a quarta colocação nas eliminatórias, ao somar 456,05 pontos. Nas semifinais, ficou em sexto (448,80 pontos) e, na decisão, terminou na décima posição (409,90). Os saltadores Isaac Souza (plataforma), Luana Lira (trampolim) e Ingrid Oliveira (plataforma) também se classificaram e integram as 213 vagas confirmadas do Brasil no evento.

A Copa serviu de Pré-Olímpico e foi realizada em meio a muitos protocolos sanitários por causa da pandemia. “Não pode sair do seu andar no hotel, não pode visitar quarto de outro país e tem teste de saliva todos os dias”, conta.

A colega de clube, Luana, também ressaltou o controle da organização com os competidores: “As refeições estão sendo entregues embaladas, em marmitas, no hotel, e ninguém pode sair do seu andar, apenas saímos do quarto para a piscina e voltamos”.

Kawan nasceu em Parnaíba, no Piauí, mas mudou-se ainda criança com a mãe para o DF, onde foi criado e conheceu os saltos ornamentais. Também foi na capital federal que conheceu Hugo Parisi, atual presidente do Instituto Pró-Brasil, que atua na formação e manutenção de atletas de alto rendimento. O projeto desenvolve e garimpa talentos no Centro Olímpico e Paralímpico do Gama e abastece a equipe treinada na Universidade de Brasília (UnB). “Desde pequeno, eu sempre gostei da plataforma e o Hugo sempre foi a pessoa que eu me inspirei”, conta Kawan.

Natural de João Pessoa, Luana mudou-se para Brasília em 2014, aos 18 anos. “Eu já conhecia o Hugo, o acompanhei treinando e competindo. Sou muito grata a ele e a todos que colaboram com nossos resultados”, diz Luana.

A alegria é pela conquista que resultará na estreia dela em Jogos Olímpicos. Na Copa do Mundo, Luana terminou a disputa preliminar no trampolim de 3m em 16°, entre os 18 melhores. “A sensação é única, sem igual! Uma felicidade enorme, desabafa.

Há três meses, a equipe do DF passou a trabalhar no Centro de Treinamento Maria Lenk, no Rio, devido ao aumento das restrições no auge da pandemia no DF. “Levou um tempinho para resgatar os saltos e voltar ao ritmo, à técnica dos saltos e à força", avalia Luana.

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