COPA DO NORDESTE

Jogo do milhão

Modelos de gestão, Ceará e Bahia decidem título regional, vaga antecipada para a terceira fase da Copa do Brasil 2022 e um bom dinheiro no caixa. Especialista compara situações financeiras dos finalistas

Marcos Paulo Lima
postado em 07/05/2021 23:34
 (crédito: Orlando Gonzalez/Ceará Sporting Club)
(crédito: Orlando Gonzalez/Ceará Sporting Club)

O futebol nordestino vive um momento arretado. Em 2021, terá mais clubes na Série A do Campeonato Brasileiro do que o Rio de Janeiro, por exemplo. Bahia, Ceará, Fortaleza e Sport são os representantes da Região na elite. A Cidade Maravilhosa contará apenas com a dupla Fla-Flu. Vasco e Botafogo amargam a Série B.

O Nordeste virou rota de jogos internacionais. Finalistas da Lampions League, hoje, às 16h, no Castelão, em Fortaleza, Ceará e Bahia representam o país na fase de grupos da Copa Sul-Americana. O Vozão lidera o C contra Bolívar, Arsenal e Jorge Wilstermmann. O Bahia é vice do B, atrás do tradicional Independiente e à frente de Montevideo City do Uruguai e Guabirá da Bolívia.

À frente na decisão da Copa do Nordeste contra o Bahia depois de vencer o jogo de ida por 1 x 0, o Ceará tem a vantagem do empate para conquistar o bicampeonato consecutivo — tri na história no torneio. Igualaria o próprio Bahia e o Sport. Do outro lado, o tricolor cobiça o tetra para alcançar o recorde do arquirrival Vitória.

O sucesso dos times comandados por Guto Ferreira e Dado Cavalcanti vai além da final do Nordestão e da presença em um torneio internacional. Tem a ver, também, com a tentativa dos respectivos presidentes, Robinson de Castro e Guilherme Bellintani, de colocar as finanças em ordem.

Levantamento da Sports Value, firma especializada no estudo anual das contas dos clubes, acerca das 20 maiores receitas de 2020, mostra que o Bahia teve a melhor arrecadação entre os times nordestinos: R$ 130,6 milhões. No ranking nacional, superou o Cruzeiro. Vale ponderar que o time mineiro disputou a Série B em 2020. O Ceará teve receita de R$ 103,2 milhões, em 17º lugar, à frente do arquirrival Fortaleza.

Na prática, as situações dos finalistas são bem distintas. “O Ceará é o melhor exemplo de equilíbrio na gestão financeira do futebol brasileiro. Menor dívida dos top 20 (R$ 26,5 milhões), melhor indicador dívida x receita. O Bahia está mais endivididado (R$ 267,9 milhões), tem mais dificuldades, mas vem se esforçando e fazendo uma gestão muito boa. A receita com sócio torcedor é uma das maiores do Brasil (atrás de São Paulo, Corinthians, Vasco, Palmeiras, Inter, Grêmio e do líder Flamengo)”, avalia em entrevista ao Correio, Amir Somoggi, administrador de empresas e sócio da Sports Value Marketing Esportivo.

O Nordeste não conquista o Brasileirão desde o bi do Bahia, em 1988, no velho Nacional. Na era dos pontos corridos, o prêmio máximo para o clubes das região é o passaporte para a Libertadores. Porém, na era dos pontos corridos, nenhum nordestino conseguiu via Brasileirão. Último representante do Nordeste na Libertadores, o Sport participou, em 2009, como campeão da Copa do Brasil do ano anterior.

Desde então, a Sul-Americana é o prêmio internacional. O Nordeste tem representantes em todas as edições desde 2009.

Além da taça, a decisão de hoje vale vaga para a terceira fase da Copa do Brasil 2022 e prêmio de R$ 1 milhão ao campeão. Ceará e Bahia acumularam R$ 2,56 milhões nas fases anteriores. Logo, o campeão receberá no total até R$ 3,56 milhões. O vice acumulará pelo menos R$ 3,06 milhões.

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