Nas últimas três edições, a taça do Candangão desembarcou nas cidades de Sobradinho (2018) e do Gama (2019 e 2020). Hoje, às 15h, o troféu batizado de Deo de Carvalho, em homanagem ao ex-goleiro e técnico do DF, que morreu em fevereiro, mudará de CEP. O endereço da encomeda está entre duas cidades vizinhas: Taguatinga, casa do Brasiliense, ou Ceilândia, reduto do Gato Preto. A decisão do título tem como endereço um campo neutro: o Mané Garrincha. O Jacaré luta pela décima taça. O alvinegro sonha com o tri. Empate no tempo normal levará a decisão para os pênaltis.
Terceira região mais populosa do DF, com 222 mil habitantes, Taguatinga é um importante polo econômico da região. Apesar de a partida ser no Mané Garrincha, o Brasiliense costuma usar o estádio Serejão para exercer o mando de campo. Maior cidade local, com 489 mil moradores, Ceilândia — considerada um pedaço do Nordeste na capital — abriga o Gato Preto no Abadião. Apesar da íntima relação dos finalistas com as regiões administrativas, o Candangão acaba não chegando ao ouvidos de todos os moradores das cidades vizinhas.
O empreendedor Denivan Castro, 29 anos, morador do Sol Nascente, acompanhou apenas detalhes do campeonato, mas não soube da definição da final. “Os dois estavam no quadrangular semifinal. É um baita feito. Vou torcer pelo tricampeonato do Ceilândia, mesmo o Brasiliense sendo favorito”, ressalta. Habitante da QNO, o autônomo André Lucas de Oliveira, 21, também estava por fora do desempenho do time da cidade. “Conheço o torneio, mas não vejo tanto. Com a oportunidade de o time disputar competições como a Copa do Brasil e a Série D, vou torcer pela equipe”, promete.
Em Taguatinga, o desconhecimento dos rumos finais do Candangão é parecido. “O Brasiliense bateu o recorde de vitórias, mas não sabia que a final seria contra o Ceilândia. Costumo ver os gols das rodadas, mas dessa vez irei assistir o jogo para saber o desfecho”, garante o técnico de informática Samuel Ramos, 32, morador da QNA. Leonardo Campos, 22, também diz acompanhar pouco o torneio local, mesmo residindo na QNL, região próxima ao Serejão. “Ouvia falar sobre , mas não consumo, não parei para assistir”, assume.
Em campo, a final única do Candangão terá como ingrediente extra a expectativa dos capitães de erguerem os primeiros títulos por suas equipes. Dono da braçadeira no Jacaré na maioria dos jogos do torneio, o volante Lídio chegou ao clube em 2021 e logo conquistou a confiança do técnico Vilson Tadei. “É um momento mágico. “Fico feliz e agradeço a Deus por estar vivendo esse momento maravilhoso de poder erguer a taça e entrar na história do Brasiliense. O título coroa o trabalho do dia a dia”, diz.
No Ceilândia, a responsabilidade de liderar o elenco nas quatro linhas do gramado é do zagueiro Liel. O defensor fez três gols decisivos no quadrangular semifinal — dois no Gama e um no Brasiliense — que clarearam o caminho do alvinegro até a final. “Nossa felicidade é nossa crescente. Isso é mais importante do que os gols e outros detalhes. A equipe cresceu na hora certa. Tudo é fruto do nosso trabalho. Vamos seguir em busca dessa conquista”, destaca o camisa 22 do Gato Preto.
* Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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