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A fila andou de novo

Fim da abstinência para mais um gigante: depois do Palmeiras na temporada passada, São Paulo volta a conquistar o título estadual depois de 16 anos. Encerra, também, o jejum de troféus, que se arrastava desde 2012

Correio Braziliense
postado em 23/05/2021 22:28
 (crédito: Nelson Almeida/AFP)
(crédito: Nelson Almeida/AFP)


O dia 23 de maio de 2021 já está marcado na história são-paulina como o fim do jejum mais recente do clube. Com a vitória sobre o Palmeiras por 2 x 0, no Morumbi, o São Paulo se sagrou campeão paulista e saiu da fila, como os torcedores costumam dizer. O último troféu havia sido levantado em 2012, na Copa Sul-Americana. No Estadual, o jejum perdurava desde 2005.

Os heróis da conquista foram o volante Luan, protagonista improvável com um chute de fora da área quando o jogo estava enroscado no primeiro tempo, e o atacante Luciano, que entrou no segundo tempo para tornar o time mais dinâmico e letal nos contra-ataques.

O clima de decisão e o peso emocional da disputa ofuscaram as jogadas individuais. Poucos brilharam individualmente. Novamente, os dois times apresentaram esquemas espelhados, com três zagueiros e congestionamento no meio-campo. Jogo travado a exemplo do que havia sido a ida, aquele empate por 0 x 0, no Allianz Parque.

A conquista confere êxito à estratégia da comissão técnica e da diretoria de apostar todas as fichas no torneio estadual para encerrar o jejum de títulos. Desde o início da disputa, o São Paulo usou os titulares, inclusive nas duas últimas partidas da Libertadores, o grande sonho dos clubes brasileiros. A vitória também representa um excelente começo para o técnico Hernán Crespo, em ascensão na carreira. É o segundo título dele, depois da conquista da Copa Sul-Americana com o Defensa y Justicia.

Em um cenário truncado, amarrado, como havia sido o primeiro jogo, o São Paulo conseguiu abrir o placar aos 36 minutos. O volante Luan chutou de fora da área e contou com desvio em Felipe Melo para fazer 1 x 0. Foi a primeira finalização do time tricolor no jogo. A abertura do placar foi mérito, principalmente, de um jogador que arriscou chutar a gol. Vale lembrar que
Luan é volante, marcador tradicional, que rouba a bola e toca de lado. Ele ousou fazer uma coisa diferente na decisão.

O Palmeiras tentou ser mais agressivo. Aproveitando toda a paleta de cores do elenco, Abel Ferreira desmontou a linha de três zagueiros mais flexível. A intenção era que mais meias se aproximassem do ataque. Depois, o treinador trocou o cérebro do time, Raphael Veiga, bem marcado e discreto. O jogo do Palmeiras continuava girando em falso.

As mudanças no São Paulo foram mais positivas. Quando Luciano entrou no lugar de Pablo, o time se tornou mais criativo e ganhou mais posse de bola. Luciano voltava para armar e confundia a defesa. Igor Gomes avançava como um camisa 9. Foi nesse cenário que o time da casa conseguiu ampliar o placar. Aos 31 minutos, o volante Rodrigo Nestor, outra novidade do segundo tempo, cruzou e Luciano fez o segundo gol.

Nos 10 minutos finais, o jogo ganhou o dinamismo que se esperava desde a primeira partida. As chances se somaram com Gabriel Sara, de um lado, e Wesley, do outro. mas era dia do São Paulo.


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O retorno pé-quente de Miranda ao tricolor

Tricampeão brasileiro e titular indiscutível com Muricy Ramalho na primeira passagem no São Paulo, o zagueiro Miranda voltou a festejar mais um título a serviço do clube. E o palco não poderia ser outro que não o Morumbi.

“Estou sendo muito feliz nesta volta. Eu vim para tentar vencer de novo e já consegui alcançar esse objetivo no primeiro campeonato. Agora, precisamos dar continuidade para o trabalho. A história continua”, afirmou.

O beque vê semelhanças nos estilos de Diego Simeone, com quem trabalhou no Atlético de Madrid, e Hernán Crespo. “Eles têm a mesma agressividade de querer ganhar, uma mentalidade vencedora. A diferença é que o Crespo gosta de propor mais a partida, jogar mais com a bola, enquanto o Simeone é mais defensivo. Mas os dois têm a metodologia do futebol argentino, que é de garra, de luta, de entrega. É isso que eles cobram da gente”, comentou o zagueir pé-quente do tricolor paulista.

Protagonista veio de Cotia

O gol que abriu o caminho para o título do São Paulo foi de um jogador formado nas divisões de base do São Paulo: o volante Luan desabafou depois da partida.

No ano passado, reta final do Brasileirão, o Palmeiras era campeão da Libertadores, a bola bateu em mim e chorei muito (gol de Rony decretou o empate por
1 x 1. Hoje, no chute, a bola desviou e entrou. O peso que é vestir essa camisa...a torcida merece ser campeã”, lembrou. E acrescentou: Uma equipe como São Paulo não pode ficar tanto tempo sem ganhar”, criticou.

O Palmeiras amargou o terceiro vice em 42 dias. Antes, havia perdido a Supercopa e a Recopa Sul-Americana para Flamengo e Defensa y Justicia, respectivamente.

Sylvinho é o novo técnico do Corinthians

 (crédito: Francois Lo Presti/AFP)
crédito: Francois Lo Presti/AFP

O antigo namoro entre Corinthians e o técnico e ex-lateral do clube Sylvinho virou casamento. Depois de flertadas não correspondidas com Renato Gaúcho e Diego Aguirre, o clube acertou, ontem à noite, a contratação do auxiliar de Tite na Copa do Mundo da Rússia, em 2018.

Sylvinho estava desempregado desde a demissão do Lyon, em outubro de 2019. Convidado pelo diretor esportivo Juninho Pernambucano para trabalhar no clube francês, ele comandou o time em 11 partidas na temporada passada: três vitórias, quatro empates e quatro derrotas.

O novo líder do Corinthians tem identificação com o clube. Foi campeão da Copa do Brasil (1995), do Brasileirão (1999), tri do Paulistão (1995, 1997 e 1999) e participou, também, da campanha do título no Torneio Ramon de Carranza disputado em 1996.

As negociações com Sylvinho começaram imediatamente depois do “não” do uruguaio Diego Aguirre ao clube. A oferta foi apresentada a ele em Portugal. Ele sinalizou que deseja dar continuidade à carreira de técnico e o acordo foi fechado até 2022.

Os primeiros estágios de Sylvinho foram como auxiliar do ex-técnico do Corinthians, Vágner Mancini, em passagens pelo Cruzeiro e pelo Sport. Passou, ainda, pelo Náutico e o próprio Corinthians como assistente antes de embarcar para intercâmbio na Itália.

Na passagem pela Itália, trabalhou com Roberto Mancini — atual comandante da Squadra Azzurra — na Internazionale.

Sylvinho deixou Milão para trabalhar com Tite na Seleção. Colaborou nas Eliminatórias e na Copa da Rússia na campanha em que o Brasil foi eliminado pela Bélgica. Deixou o cargo para iniciar a carreira solo no Lyon.

Um dos entusiastas da contratação é o atual vice de futebol Roberto de Andrade. Em 2016, o então presidente tentou contratar Sylvinho, mas ele preferiu permanecer na Europa fazendo curso de treinador da Uefa.

 

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