O futebol candango tem uma relação de incontáveis nomes que, sem chance nos clubes da capital, deixam o Distrito Federal para se aventurar em outros estados do Brasil. Por vezes, a busca por espaço termina com boas atuações bem longe do quadradinho. Lateral-direito titular na campanha do semifinalista Volta Redonda no Campeonato Carioca, Oliveira deu os primeiros chutes na bola em São Sebastião. Chegou a vestir a camisa do Brasília e ser vice-campeão candango, mas, com somente 19 anos, percebeu a necessidade de deixar os campos de onde foi criado por mais oportunidades.
Neste ano, se destacou no clube da Cidade do Aço e foi, inclusive, o líder de desarmes do estadual do Rio de Janeiro. No currículo, acumula passagens pelo sub-23 do Internacional e conquistou, em 2020, a Série D do Campeonato Brasileiro com o Mirassol, torneio de cobiça de todos os times locais. O atleta conhece bem os percalços da última divisão, mas também sabe os segredos para ser bem-sucedido na disputa. Em entrevista ao Correio, o jogador citou quais são eles, destacou a relação com a cidade, avaliou o desempenho na temporada e revelou o sonho de um dia poder jogar perto de casa, mas não antes de vestir a camisa de um grande clube do Brasil.
Qual sua relação com Brasília?
Comecei a jogar futebol em São Sebastião. Passei por times amadores e joguei uma seletiva para a terceira divisão (extinta em 2009). Nela, consegui me destacar. O pessoal do Brasília me viu e me levaram para lá. O treinador era o Marquinhos Carioca. Fiquei no grupo treinando, mas tive poucas oportunidades. Bem raras mesmo. Conseguimos chegar na final do Campeonato Candango de 2009, mas perdemos o título para o Brasiliense.
As raras chances motivaram a saída?
A falta de oportunidades foi, sim, um dos motivos para eu sair do Distrito Federal. O futebol de Brasília não valoriza muito quem joga aí. Fui tentar a vida em outros clubes e cidades do Brasil. Estou batalhando sempre, mas com Deus à frente as coisas vão andando, Naquela mesma temporada, joguei a Série D do Campeonato Brasileiro pela primeira vez e tive mais oportunidades. Sempre tive vontade de jogar fora de Brasília. Joguei no sub-23 de Internacional, no Red Bull Brasil, no Guarani e outros times.
No ano passado, você esteve no Mirassol, um projeto vencedor na Série D que os clubes daqui tentam replicar. O que viu de diferente por lá?
O Mirassol tem em uma da melhores estruturas de futebol do Brasil. Penso que estrutura com bom planejamento, a tendência é as coisas darem certo. Ter convicção no trabalho realizado. Creio que isso seja algo fundamental para ter êxito na Série D do Brasileirão. Em 2020, eliminamos o Brasiliense nas oitavas de final do mata-mata.
Acredita que algum time candango repita esse sucesso?
Eu, particularmente, tenho pouco conhecimento em relação aos times do Distrito Federal, porque faz muitos anos que saí para jogar fora, mas ouço falar por amigos que jogaram no Brasiliense que eles têm uma excelente estrutura. Torço para que o Brasiliense ou outro clube candango consiga ter o acesso para divisão superior do Brasileirão, pois a cidade de Brasília, por tudo que representa, pelo estádio que tem, necessita estar entre os principais times do país.
Como avalia seu início de temporada no Volta Redonda?
É fruto de muito trabalho. Conseguimos fazer novamente uma campanha histórica, classificamos para as semifinais com duas rodadas de antecedência. Disputamos títulos da Taça Guanabara contra o Flamengo e fomos eliminados por eles na seminais do Carioca. Mas foi bastante positivas para todos nós. Para o clube, para os torcedores...
É o segundo ano que jogo o estadual pelo Volta Redonda, ano passado também chegamos nas duas seminais.
Agora vem a Série C…
Foco total na terceira divisão. Sabemos da dificuldade que é jogar essa competição, mas vamos continuar com muito trabalho em busca dos nosso objetivos.
Seus desempenhos quase valeram Seleção do Campeonato.
Glorifico a Deus pela oportunidade de jogar o Carioca e enfrentar, na minha opinião, o melhor time do Brasil nesse momento, que é o Flamengo. Jogar contra grandes jogadores. Realizei sonho de atuar no Maracanã e concorrer à seleção do campeonato. Então a palavra é gratidão a Deus por tudo. Fico feliz somente em estar concorrendo e estar entre os melhores da posição do campeonato. Também fui líder em desarmes de toda a competição.
Qual seu maior ídolo e sonho no futebol?
Meu maior ídolo no futebol é o Cafu, por tudo que ele representou e ainda representa para o futebol mundial. Principalmente pela história de vida dele. O sonho é poder jogar em um clube grande do Brasil.
Como reagiria a uma proposta do DF para jogar perto da família?
Seria um grande prazer jogar onde dei os primeiros passos profissionalmente no futebol. Ainda mais tendo a chance de minha mãe assistir aos meus jogos na torcida. Seria uma realização de um sonho. Ela nunca teve a oportunidade de assistir a um jogo meu na arquibancada.
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