Antes preterida, hoje porto seguro. A relação de Brasília com a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) mudou da água para o vinho nos últimos meses. Agora, a capital federal pode virar a principal solução da entidade para a realização da Copa América no Brasil, oficializada ontem em substituição a Argentina e Colômbia. Desprezado nas edições de 1989 — quando viu a vizinha Goiânia ser uma das sedes — e em 2019, o Estádio Nacional Mané Garrincha caminha para receber um combo com direito a abertura e final do torneio.
A competição está programado para ocorrer entre 13 de junho e 10 de julho. No período, seriam realizados 28 jogos no país. Para efeito de comparação, em 2021, os estádios brasileiros receberam 45 partidas da Libertadores, Recopa e Sul-Americana. Apesar do aceite do presidente Jair Bolsonaro e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para o Brasil receber a competição, o Ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, não bateu o martelo. Ramos estabeleceu hoje como dia D para a definição. Segundo ele, o governo colocou como condição todos estarem vacinados.
Mesmo assim, a Conmebol trabalha em conjunto com a CBF desde ontem para definir todas as cidades-sede da Copa América. Com a recusa de diversos governadores em receber a competição sul-americana em seus territórios (leia mais na página 2), Brasília virou trunfo. Ontem, o governador Ibaneis Rocha demonstrou entusiasmo para receber jogos do torneio. A Arena BSB, empresa concessionária do palco mais caro da Copa do Mundo de 2014, afirmou ter agenda livre para receber as seleções no Mané Garrincha.
O principal “concorrente” da arena da capital federal é o Maracanã, no Rio de Janeiro. Somente o palco das decisão da Copa América de 1989 e 2019 teria o poder de tirar o combo dos jogos mais importantes do torneio do Distrito Federal. Porém, com a possibilidade de o Campeonato Brasileiro ser disputado em meio ao torneio sul-americano, seria necessário Flamengo e Fluminense abrirem mão de jogar no palco carioca. Ontem, o rubro-negro manifestou posicionamento favorável à interrupção da competição nacional para minimizar possíveis prejuízos técnicos.
A negociação para Brasília ser uma das sedes da Copa América 2021 teve os primeiros capítulos no domingo. Com a preferência da utilização de arenas construídas para o Mundial de 2014, a Conmebol realizou contatos com cidades nessa condição. O GDF e Arena BSB sinalizaram positivamente, inclusive com a possibilidade de presença de público na decisão. A capital estreitou relações com a Conmebol após receber dois eventos da entidade em abril. Abrigou o jogo de volta entre Santos e San Lorenzo pela Libertadores e a decisão da Recopa Sul-Americana entre Palmeiras e Defensa y Justicia. Pouco tempo depois, conquistou a final da Copa Sul-Americana 2022.
O Mané Garrincha tenta ser o palco principal da Copa América por pelo menos três motivos: tem um dos três aeroportos mais movimentados do país, oferece setor hoteleiro bem próximo da área de competição e os clubes do Distrito Federal utilizam pouco a arena. O local, porém, tem programação para a Série D do Brasileirão. Sem o estádio Bezerrão, cedido a um hospital de campanha, a CBF marcou três partidas do Gama na primeira fase para o local. Prejudicado, o alviverde precisaria arrumar outra casa durante a Copa América.
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