Tite é o primeiro técnico, desde Cláudio Coutinho, mantido na Seleção Brasileira após perder a Copa do Mundo. Coutinho ficou no emprego depois do fracasso nas quartas de final de 1978, na Argentina. Tite também resistiu na sequência da eliminação de 2018, na Rússia. Essa não é a única coincidência entre as passagens dos dois profissionais gaúchos pelo cargo. Coutinho não chegou ao Mundial seguinte, na Espanha, em 1982. Sob pressão da CBF e do presidente da República, Jair Bolsonaro, Tite defenderá o emprego, hoje, às 21h30, em Assunção, para confirmar presença na Copa-2022.
Em 1979, o Brasil empatou por 2 x 2 com o Paraguai, no Maracanã, e foi eliminado da Copa América. À época, o torneio não tinha sede fixa e os duelos rodavam o continente. A pressão aumentou depois de Coutinho minimizar a relevância da competição. Paralelamente, para variar, a CBF passava por uma crise.
Dirigentes de federação pressionavam por uma intervenção na Confederação Brasileira de Futebol, como a ex-CBD passou a se chamar, em 24 de setembro de 1979, comandada, à época, pelo Almirante Heleno Nunes. Os opositores do cartola diziam que a entidade estava uma desordem. Qualquer semelhança com o atual momento da CBF...
Houve eleição para presidente e Giulite Coutinho triunfou em dezembro de 1979. Paralelamente, o Palmeiras, de Telê Santana, protagonizava exibições de gala e lançava candidatura a uma possível sucessão de Cláudio Coutinho. Ao tomar posse, Giulite Coutinho avisou que desejava um técnico exclusivo para a Seleção e começou a enfraquecer Cláudio Coutinho, que acumulava o cargo de treinador do Flamengo.
Em fevereiro de 1980, Coutinho escolheu ficar no time do coração. Saiu com 66,7% de aproveitamento. Aquela partida contra o Paraguai pela semifinal da Copa América foi definitivamente a última dele no cargo. E Giulite Coutinho elegeu Telê Santana técnico da Seleção Brasileira.
Tal qual Coutinho em 1978, Tite foi mantido depois do fracasso na Copa 2018. Renovou contrato até 2022. Ganhou a Copa América em 2019 e lidera as Eliminatórias com 100% de aproveitamento. Assim como o conterrâneo, Tite pode ser vítima não do trabalho regular no que diz respeito a números — 79,2% de aproveitamento — mas do caos político da CBF e do Palácio do Planalto.
O presidente afastado da CBF Rogério Caboclo teria dito a Bolsonaro que trocaria Tite por Renato Gaúcho. Caboclo nega. Tite diz que não foi ameaçado. Chefe interino, o coronel Nunes banca a permanência de Tite. (MPL)
Eliminatórias
P J V SG
1. Brasil 15 5 5 12
2. Argentina 11 5 3 4
3. Equador 9 5 3 5
4. Paraguai 7 5 1 1
5. Uruguai* 7 5 2 0
6. Colômbia 7 5 2 -2
7. Chile 5 5 1 0
8. Bolívia 4 5 1 -5
9. Venezuela 3 5 1 -6
10. Peru 1 5 0 -9
8ª rodada
Hoje
18h Equador x Peru
19h30 Venezuela x Uruguai
20h Colômbia x Argentina
21h30 Paraguai x Brasil
22h30 Chile x Bolívia
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