Crise

Comissão de Ética da CBF recebe mais duas denúncias de assédio contra Rogério Caboblo

O presidente da entidade máxima do futebol brasileiro está afastado temporariamente do cargo. Possíveis novos casos serão investigados

Victor Parrini*
postado em 10/06/2021 23:22 / atualizado em 10/06/2021 23:22
 (crédito: Douglas Shineidr/AFP)
(crédito: Douglas Shineidr/AFP)

Às vésperas da estreia da Seleção Brasileira na Copa América - o time canarinho joga no domingo (13/6), contra a Venezuela, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vive uma efervescente crise institucional. O presidente afastado, Rogério Caboclo, formalmente denunciado por uma funcionária da entidade por assédio moral e sexual, estaria envolvido em outros dois casos semelhantes. Segundo apuração do portal UOL Esporte, a denunciante informou ao Comitê de Ética que duas ex-colaboradoras da entidade teriam sofrido abusos semelhantes.

O caso ganhou repercussão ainda maior quando os diálogos foram divulgados no Fantástico, da TV Globo. Em vários momentos da conversa, Caboclo deixa a funcionária desconfortável. O dirigente chegou a perguntar se ela se masturbava. A colaborada da CBF alega que o presidente afastado também a teria chamado de cadela e oferecido biscoitos de cachorro, durante um dia de trabalho na casa do cartola.

Antes da divulgação do caso, a defesa de Rogério Caboclo teria oferecido R$ 12 milhões para que a cerimonialista não tornasse o material público. A funcionária da CBF está afastada das atividades desde 9 de abril e, segundo ela, o caso não era novidade para os colegas de trabalho, pois já havia comentado sobre o comportamento do mandatário.

Nesta semana, com os desdobramentos do caso, a funcionária acrescentou informações à sua denúncia, pedindo para que os casos semelhantes, de duas ex-colegas de trabalho na CBF, fossem analisados pela Comissão de Ética da entidade. Isso porque teriam vivido situações similares à da primeira denunciante. O processo passa por Gladys Regina Vieira Miranda, presidente da Câmara de Investigação.

As funcionários não tiveram os nomes revelados. As duas, entretanto, não trabalham mais na CBF. Uma das mulheres, inclusive, vive fora do Brasil, enquanto a outra prestou serviços para a entidade até o final de 2020.

Inicialmente, Rogério Caboclo está afastado da presidência da entidade por 30 dias, que podem ser prorrogados. Apesar do escândalo, o cartola nega ter cometido qualquer ato de assédio. Em nota, defesa declarou que o dirigente reconhece que houveram "brincadeiras inadequadas e excesso de intimidade". Além do afastamento temporário, o mandatário pode ser demitido por justa causa, sofrer afastamento ou banimento de atividades relacionadas ao futebol.

*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

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