COPA AMÉRICA

O mundo Real verde-amarelo

 Com mais jogadores do time merengue do que a Espanha, Brasil estreia contra mutilada Venezuela

Marcos Paulo Lima
postado em 13/06/2021 00:04
 (crédito: Lucas Figueiredo/CBF)
(crédito: Lucas Figueiredo/CBF)

As estreias do Brasil na Copa América, hoje, contra a Venezuela, às 18h, no Mané Garrincha, e da Espanha na Eurocopa, amanhã, contra a Suécia, deveriam ter um fornecedor de “pés de obra” em comum: o badalado Real Madrid. Só que não...

Adenor Leonardo Bachi, o Tite, conta com três jogadores vinculados ao clube merengue. O zagueiro Éder Militão e o volante Casemiro são titulares. A joia Vinicius Junior é reserva. Luis Enrique radicalizou. A Espanha partirá rumo ao tetra continental sem ninguém do time recordista de títulos de La Liga e da Champions League. Isso é inédito. Jamais havia acontecido em convocações para Euro e Copa. O capitão Sergio Ramos seria o respresentante, mas não se recuperou a tempo de jogar o torneio. Nomes como Carvajal, Nacho, Asensio, Lucas Vázquez, Odriozola e Isco foram preteridos.

Hoje, o projeto de Tite rumo ao Qatar-2022 é mais dependente de jogadores do Real Madrid do que a revolução — e renovação — proposta por Luis Enrique. Ao que parece, o zagueiro Éder Militão chegou para tomar conta do pedaço na defesa. Amadureceu na temporada em que precisou assumir mais responsabilidade na defesa com as lesões no Real.

A dupla de zaga formada por Éder Militão e Marquinhos não sofreu gol nas vitórias sobre o Equador e o Paraguai nas Eliminatórias. Iniciará a Copa América invicta, também, devido a um fiel escudeiro do meio de campo.

Casemiro é um dos 10 intocáveis de Tite. Remanescente dos jogadores levados para a Copa da Rússia em 2018. Com ele, o Brasil foi bem até as oitavas de final. Sem ele, deu adeus ao Mundial na partida contra a Bélgica.

Blindado contra o ataque do adversário, o Brasil tem outra preocupação na partida de hoje: o surto de covid-19 na delegação da Venezuela. Treze integrantes da delegação foram infectados. Ontem, o técnico português José Peseiro convocou 15 jogadores às pressas para o torneio. Eles serão testados assim que desembarcarem em Brasília para o torneio.

Ontem, o técnico Tite voltou a dizer que a comissão técnica e os jogadores pediram ao presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, para o Brasil não receber o torneio. Mais enfático do que em outras entrevistas, reclamou da organização da Copa América. “Quando um campeonato é feito de forma atabalhoada está sujeita a isso”, criticou o treinador.

Em entrevista coletiva, ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a dar garantias à Copa América na pandemia. “O evento é privado. O protocolo da Conmebol é seguro. Vamos acompanhar para que tenhamos uma segurança sanitária e o evento seja bem sucedido”, disse. Ele afirmou que os 13 venezuelanos infectados só deixarão o país depois depois de cumprirem a quarentena.

Abertura
Em meio à polêmica, a Conmebol preparou uma cerimônia de abertura tecnológica para o torneio, com luzes, efeitos visuais e sem presença humana no gramado para as tradicionais coreografias. Os ensaios foram intensos nos últimos dias no Mané Garrincha. A taça do torneio de seleções mais antiga em atividade está na capital e será uma das atrações. O presidente Jair Bolsonaro é esperado na arena.


“Quando um campeonato é feito de forma atabalhoada, excessivamente rápido como a Conmebol fez, se está sujeito a essa situação. Isso deve ser observado”

Tite, técnico do Brasil

“Vamos jogar sem sete jogadores que foram titulares contra o Uruguai. A pandemia mudou tudo. Teremos 11 jogadores que não tiveram tempo de treinar juntos”

José Peseiro, técnico da Venezuela

 

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