Dois meses depois do levante mal sucedido de Real Madrid, Chelsea, Internazionale, Manchester City, Tottenham, Liverpool, Manchester United, Juventus, Barcelona, Arsenal, Milan e Atlético de Madrid pela criação da Superliga Europeia, 19 dos 20 clubes da Série A apresentaram, ontem, o rascunho tupiniquim de mais uma tentativa de revolução no Campeonato Brasileiro: a criação de uma liga nacional independente da CBF, a partir de 2022.
O documento fala, também, nos times da segunda divisão, entre eles Botafogo, Cruzeiro e Vasco, mas não se refere aos primos pobres das séries C e D, em uma ação considerada elitista. Há clubes tradicionais como o Santa Cruz na terceira divisão; e a Portuguesa na quarta. São os times mais afetados pela pandemia. Em maio, a CBF repartiu R$ 4 milhões entre os 20 clubes da Série C (R$ 200 mil para cada) e R$ 8,16 milhões entre os 68 times da D (R$ 120 mil cada).
A ideia é simples: equiparar o Brasileirão a ligas badaladas do Velho Mundo como a Premier League, Bundesliga, Ligue 1 e La Liga e até à vizinha Superliga Argentina. O plano não é novidade. O Brasil foi pioneiro em 1987, com a criação da Copa União, mas o torneio nasceu amaldiçoado. Teve até decisão de título no Supremo Tribunal Federal (STF) entre Flamengo e Sport.
Chamou a atenção no movimento de ontem a unanimidade. O Sport só não assinou o documento porque o presidente Milton Bivar renunciou ao cargo. À espera de nova eleição, o clube pernambucano divulgou nota oficial na qual adere ao movimento.
Comanda interinamente pelo pelo vice mais antigo, o coronel Nunes, depois do afastamento do presidente Rogério Caboclo por denúncias de assédio sexual e moral, a CBF oficializou no site a entrega do documento. “A CBF informa que o presidente Antônio Carlos Nunes, vice-Presidentes, secretário geral e diretores da entidade estiveram reunidos com os representantes dos clubes disputantes da Série A do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, os clubes apresentaram uma carta com solicitações coletivas, que serão objeto de análise interna por parte da CBF”, relata o texto.
Uma fonte da entidade máxima do futebol brasileiro ouvida pelo Correio é cética. Segundo ele, a engenharia da liga não se cria porque o Brasil não tem tradição e isso foi tentado diversas vezes.
O projeto é ambicioso, mas difícil de sair do papel. Motivo: o Estatuto da CBF tem travas. Blinda os interesses da entidade e das federações. O artigo 24 exige aprovação da Assembleia Geral Administrativa para criação da liga. O colégio eleitoral é formado pelos 27 presidentes de federação.
Por sinal, os clubes também exigem mudanças nas regras das eleições da CBF. As 27 federações têm peso 3 (81 votos); os 20 da Série A, 2 (40 votos); e os 20 da B, apenas um (20 votos). Reivindicam protagonismo na divisão das cotas de tevê. A liga seria de fevereiro a dezembro. Engoliria os estaduais. Recentemente, houve outra tentativa amaldiçoada de criação da Primeira Liga. Sem adesão em massa como a de ontem, o torneio teve duas edições, apequenou-se e foi extinto.
Série A
PGJVSG
1. Fortaleza9336
2. Athletico-PR9335
3. Flamengo6223
4. Atlético6223
5. Atlético-MG6321
6. Bragantino5313
7. Fluminense5311
8. Bahia4312
9. Palmeiras4311
10. Corinthians4310
11. Ceará431-1
12. Santos431-1
13. Internacional431-3
14. Juventude230-3
15. Cuiabá120-1
16. Sport130-2
17. São Paulo130-3
18. Chapecoense130-5
19. Grêmio020-2
20. América-MG030-4
4ª rodada
Hoje
19h São Paulo x Chapecoense
19h Internacional x Atlético-MG
20h30 Corinthians x Bragantino
21h30 Juventude x Palmeiras
Amanhã
16h Ceará x Bahia
16h América-MG x Cuiabá
19h Fluminense x Santos
19h Sport x Grêmio
19h Atlético-GO x Fortaleza
Adiado
Athletico-PR x Flamengo
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Sem técnico, Inter tenta domar Galo
Em Porto Alegre, o duelo entre Internacional e Atlético-MG, hoje, às 19h, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, opõe dois times em situações distintas. Embora venha de vitória, a equipe colorada, sem um técnico definido para substituir o demitido Miguel Ángel Ramírez, vive um período turbulento e quer mais um triunfo para ter paz. O time mineiro, embalado, busca ampliar a boa fase.
A equipe gaúcha, treinada interinamente por Osmar Loss, tenta encerrar um jejum de quatro partidas e mais de um mês sem vencer no Beira-Rio, que costumava ser um grande aliado. O último triunfo em seu estádio foi a goleada por 4 x 1 sobre o Juventude, em 8 de maio.
Loss terá retornos para dar fim a essa série negativa como mandante. O treinador interino conta com a volta do lateral-esquerdo Moisés, do zagueiro Pedro Henrique e do goleiro Vitor Hug, desfalques contra o Bahia. Apenas o lateral-esquerdo deve ser titular.
O volante Rodrigo Dourado, que se recupera de uma lesão muscular sofrida no empate em 0 x 0 com o Always Ready, no final de maio, voltou a treinar com bola. O meia Boschilia cumpre um cronograma especial de trabalhos depois retornar aos gramados após sete meses.
O Atlético celebra a boa fase de Hulk. Artilheiro do time mineiro na temporada com 11 gols, o jogador teve que passar por críticas no começo de seu trabalho em Belo Horizonte, com direito até a reclamação pública contra o técnico Cuca por não entender que estivesse sendo escalado como queria. O episódio foi superado e os dois estão numa boa.
“O tempo passa, você conhece o jogador, o jogador te conhece. As coisas se aproximam. Todos sabem do começo, como foi até você descobrir onde é a melhor posição pro jogador, até o jogador entender como é o planejamento do treinador. São coisas que você tem que ir se adaptando, e entre um problema aqui ou ali, isso é da nossa carreira. Isso é gestão”, explicou Cuca, que deve manter o time da vitória sobre o São Paulo.
São Paulo tenta evitar crise
O São Paulo encara a partida diante da Chapecoense, hoje, às 19h, como a grande chance de interromper uma sequência ruim neste início do Brasileirão. A equipe do técnico Hernán Crespo ainda não venceu (um empate e duas derrotas) e não fez gol.
A falta de gols contrasta com o desempenho do time no Campeonato Paulista. Nos 21 jogos do torneio, o time não marcou em apenas três partidas. É a mesma marca do início do torneio nacional. O time empatou por 0 a 0 com o Fluminense e perdeu para o Atlético-GO (2 a 0) e Atlético-MG (1 a 0). Uma atuação que atenua esse retrospecto foi a goleada por 9 a 1 sobre o 4 de Julho pela Copa do Brasil. Um ponto em nove.
A recuperação não deve ser fácil no Morumbi. A equipe tem sete desfalques, entre eles, o zagueiro Miranda (estiramento na coxa esquerda) e Arboleda (convocação pela seleção equatoriana), o meia Benítez, o volante Luan e o lateral Daniel Alves, todos em recuperação de lesão.
Palmeiras joga vacinado
Com o elenco vacinado pela primeira dose do imunizante contra a covid-19, o Palmeiras enfrenta o Juventude hoje, às 21h30, em busca de paz. No Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, o time alviverde quer um triunfo para afastar a pressão que veio com a eliminação precoce na Copa do Brasil e se intensificou após o empate no clássico com o Corinthians.
Abel ainda não terá Danilo, Danilo Barbosa e Patrick de Paula. Os três avançaram na recuperação de suas lesões, participaram do último treinamento, mas seguem fora. O atacante Wesley, suspenso, é outra baixa, além dos convocados Weverton, Matias Viña e Gustavo Gómez, que defendem as suas seleções na Copa América, e dos jovens Michel, Gabriel Veron e Lucas Esteves, com covid-19.
Criticado por parte da torcida, o volante Felipe Melo deve ser titular novamente. Se entrar em campo, vai completar 200 jogos pelo Palmeiras, clube em que mais atuou em sua longa carreira.
Corinthians tenta desencantar
O Corinthians busca a primeira vitória sob o comando de Sylvinho na Neo Química Arena. Depois de duas derrotas em casa com o treinador, o time recebe hoje, às 20h30, o Bragantino pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. A novidade na escalação pode ser o retorno do zagueiro Jemerson. Ele voltou a treinar com a equipe na segunda-feira após se recuperar de uma lesão no músculo posterior da coxa esquerda. O jogador, no entanto, vive impasse no clube. Seu contrato vai até o final de junho e ainda não acertou a renovação. Para seguir no Corinthians, ele precisaria aceitar uma redução salarial.