A o longo dos 47 anos de história, o Estádio Nacional Mané Garrincha, no coração de Brasília, estendeu o tapete vermelho para grandes nomes do futebol mundial. Em 1974, o Rei Pelé passou pela antiga versão do palco candango. Em 2014, durante a Copa do Mundo, o endereço recebeu astros como Cristiano Ronaldo e Neymar. Hoje, a arena viverá, em 90 minutos, uma honraria digna dos principais templos do esporte. Às 21h, no confronto entre Argentina e Uruguai, pela segunda rodada da Copa América, quatro dos 10 maiores artilheiros em atividade estarão, juntos, no local.
Se depender do histórico matador das carreiras vitoriosas de Lionel Messi e Sergio Agüero, pelo lado argentino, e de Luis Suárez e Edinson Cavani, pelo uruguaio, o clássico do Rio da Prata, disputado pela primeira vez em solo candango, dificilmente ficará sem bolas na rede. A probabilidade se explica pelo número altíssimo de aproveitamento do quarteto. Juntos, os jogadores são responsáveis por 2.093 gols e ocupam posições privilegiadas entre os principais goleadores da atualidade. Além da veia artilheira, todos são donos de dezenas de títulos coletivos e de prêmios individuais.
Messi e Suárez são as estrelas de maior brilho do jogo. Seis vezes eleito o melhor jogador do planeta, o camisa 10 da Argentina soma 745 tentos ao longo da carreira. O dono da 9 uruguaia também tem uma marca invejável: 502 bolas na rede. Os dois, inclusive, integram o seleto top cinco de atletas com mais de 500 gols como profissionais. Além deles, somente o português Cristiano Ronaldo (777), o sueco Zlatan Ibahimovic (564) e o polonês Robert Lewandowski (541) chegaram a tal feito. Referências técnicas, ambos devem começar a partida no Mané Garrincha como titulares.
Até mesmo os bancos de reservas do estádio candango receberão artilheiros de peso. Agüero e Cavani devem figurar como opções dos técnicos Lionel Scaloni e Oscar Tabárez para o decorrer da partida entre Argentina e Uruguai. Os dois também estão entre os maiores goleadores em atividade e detêm marcas de respeito. O argentino ostenta 425 gols. O uruguaio vem pouco atrás, com 421.
Messi é, ainda, quem tem o maior número de gols marcados pela seleção entre os quatro astros. São 73 bolas na rede em 145 aparições pela alviceleste. Por outro lado, os dados apontam que Suárez é quem mais se sente à vontade quando veste a camisa de seu país. Os 63 tentos anotados em 116 partidas pelo Uruguai representam 12,54% de todos anotados pelo camisa 9 na carreira. Em proporcionalidade, por exemplo, o argentino tem 9,78% e aparece atrás de Cavani.
Marcado por partidas históricas, como onze finais de Copa América, uma de Copa do Mundo e uma de Jogos Olímpicos, o clássico centenário entre Argentina e Uruguai ganhará um lugar no rol dos grandes jogos disputados no Mané Garrincha, tão logo a bola role, como uma das grandes reuniões de craques do esporte no Distrito Federal. Sem a presença de público devido à pandemia de covid-19, os 72.788 lugares vazios serão as únicas testemunhas in loco do encontro memorável dos dois mil gols na capital federal. Os fãs do futebol verão só pela tevê.
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Neymar se aproxima do Rei Pelé e desabafa
A cada jogo da Copa América, Neymar fica mais próximo de ultrapassar Pelé na artilharia histórica da Seleção Brasileira. Ontem, o atacante marcou um gol — o segundo dele na competição — e ajudou o Brasil a vencer o Peru, por 4 x 0, no Nilton Santos, no Rio de Janeiro. Agora, ele está a nove do maior jogador de todos os tempos: são 68 contra 77 em partidas oficiais. Se mantiver o ritmo, o camisa 10 deve aproximar-se ainda mais do índice histórico. Restam oito jogos válidos para a soma até o fim da temporada 2021.
Ao fim do jogo, Neymar se emocionou. "É uma honra fazer parte da história da Seleção Brasileira. Meu sonho sempre foi vestir essa camisa. Nunca imaginei chegar a esses números. É até emocionante, porque passei por muita coisa nesses dois anos que são difíceis e complicadas. A felicidade que tenho de jogar pelo Brasil... Estamos vivendo um momento atípico e ser espelho para alguém é uma alegria. Espero que todo mundo que gosta de futebol goste de mim", desabafou.
Em campo, a Seleção teve uma atuação tranquila. Em nenhum momento da partida os peruanos indicaram que iriam colocar a vitória em risco. O primeiro gol nasceu em jogada trabalhada. Cebolinha cruzou, Gabriel Jesus emendou para o m eio e Alex Sandro marcou. No segundo tempo, Neymar recebeu na entrada da área, girou e chutou rasteiro para as redes. No fim, Richarlison deu assistência para Everton Ribeiro fazer o primeiro dele na Seleção. Nos acréscimos, o Pombo aproveitou bate e rebate na área e fechou o placar.