Quadrado portenho

No milésimo jogo de sua história, Argentina tem atuação frenética no início, marca em jogada iniciada por Messi e conquista os três pontos no clássico contra um Uruguai sem inspiração em noite apagada de Cavani e Suárez

Danilo Queiroz
postado em 19/06/2021 01:07
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

Ontem, o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, se transformou em um pedacinho de Buenos Aires. Pelo menos foi desta forma que Lionel Messi e companhia se sentiram durante o clássico do Rio da Prata contra o Uruguai, pela segunda rodada da Copa América. Na milésima atuação na história, a alviceleste foi mais consistente, letal quando preciso, cercou o ataque uruguaio e venceu, por 1 x 0. No confronto de grandes artilheiros contra Cavani e Suárez, o camisa 10 portenho foi a estrela de mais lampejos na noite de céu limpo na capital federal. Cirúrgico, foi ele quem criou as melhores chances do jogo válido pelo Grupo A.

Insinuante nas transições, a Argentina tomou o campo de ataque desde os primeiros minutos de jogo. Principal válvula de escape alviceleste, Messi era o mais acionado e criou boa chance defendida por Muslera aos sete. Com 12, o camisa 10 trabalhou bem cobrança curta de escanteio e cruzou para Rodríguez cabecear. A bola ainda beijou a trave antes de encontrar a rede. Acuado, o Uruguai tinha dificuldades. Cavani foi quem mais buscou o jogo. Porém o momento de maior destaque foi uma tentativa de conseguir um pênalti. Wilton Sampaio não caiu na simulação e o VAR referendou a decisão.

Marcação
Pressionada no campo de defesa, a Argentina não conseguiu ser fatal nos contra-ataques. Aos 27, em nova escapada veloz de Messi, Molina perdeu a chance de ampliar a vantagem do time portenho ainda na etapa inicial. Na volta do intervalo, o jogo ganhou um ritmo bastante pegado. A constante pressão das defesas complicou a vida dos astros em campo. Com a mesma postura, o Uruguai apostou nas bolas longas. Sem sucesso. Cercada, a Argentina também passou a rifar o jogo conforme os atacantes do adversário forçavam a marcação.

O ritmo preguiçoso, mas pegado, fez a melhor chance uruguaia ser um cruzamento ríspido de Viña. Os artilheiros Cavani e Suárez se esticaram, mas não o suficiente para tocar na bola empatar. Aos 34, Messi retomou o jogo. Primeiro, deixou os marcadores na saudade e foi parado apenas com falta. Na cobrança, o camisa 10 atraiu todos os olhares, mas carimbou a barreira. No minuto seguinte, criou nova chance, mas, cercado, foi desarmado na área. Com a Argentina satisfeita com o placar mínimo, ele passou a ser acionado para diminuir a temperatura do jogo e manter a bola no ataque, e assim fez.

No jogo onde quatro dos dez maiores artilheiros em atividade no futebol mundial pisaram na arena da capital federal, um gol solitário e de um coadjuvante — assistido por um dos protagonista — foi suficiente para garantir a vitória portenha. Com seis pontos em dois jogos, a Argentina volta ao Distrito Federal na próxima segunda-feira. Desta vez, a alviceleste medirá forças com o Paraguai, às 21h, no Estádio Nacional Mané Garrincha. No mesmo dia, mas às 18h, o Uruguai tentará iniciar uma reação imediata do revés no clássico contra o Chile, na Arena Pantanal, em Cuiabá.

 

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Pelé torce por marca de Ney

As últimas atuações de Neymar pela Seleção, especialmente a da goleada de 4 x 0 sobre o Peru, na quinta-feira, no estádio Nilton Santos, no Rio, pela segunda rodada da Copa América, tem rendido elogios de Pelé. O Rei do Futebol fez uma postagem nas redes sociais após o atacante marcar mais um gol e ficar a nove de igualá-lo na artilharia do Brasil em jogos oficiais — esses são os números da Fifa, que não considera partidas contra combinados ou clubes.

“Eu, assim como todos brasileiros, sempre fico feliz quando vejo ele jogar bola. Neymar deu mais um passo em direção ao meu recorde de gols pela Seleção”, escreveu Pelé. “Eu estou na torcida para que ele chegue lá, com a mesma alegria que tenho desde que o vi jogando pela primeira vez”, continuou Pelé. “Toda vez que vejo esse menino, ele está sorrindo. É impossível não sorrir de volta. É contagiante", encerrou o eterno camisa 10.

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