COPA AMÉRICA 2021

Realidade brasileira

Presente em apenas uma final de Copa do Mundo no século, Seleção coleciona quarta decisão continental e pode ganhar quarto título desde 2001 — décimo na história. Vitória sobre Peru teve atuação bipolar

Marcos Paulo Lima
postado em 05/07/2021 23:04
 (crédito: Mauro Pimentel/AFP)
(crédito: Mauro Pimentel/AFP)

Finalista da Copa América pela quarta vez no século depois de vencer o Peru por 1 x 0, ontem, no estádio Nilton Santos, no Rio, a Seleção Brasileira começa a lembrar aquele time de futebol “feroz” em campeonatos estaduais e “manso” nas competições nacionais. Recordistas de títulos mundiais, os pentacampeões conquistaram a Copa do Mundo em 2002 e chegaram à semifinal em 2014. Nas outras outras duas, não foram além das quartas.

Sábado, no Maracanã, o Brasil terá a chance de conquistar o título continental, onde sobra contra os concorrentes, pela quarta vez desde 2001. O adversário será conhecido hoje, a partir das 22h, no Mané Garrincha, no duelo entre Argentina e Colômbia (leia matéria ao lado). O Brasil ganhou o título sul-americano em 2004, 2007 e 2019. O bi dos atuais campeões seria o décimo troféu verde-amarelo. O Uruguai tem 15 taças seguido pela Argentina (14).

A expectativa é por uma decisão contra a Argentina. A maior rivalidade da América do Sul decidiu o título em 2004 e em 2007, ambos com triunfos do Brasil nas edições realizadas, respectivamente, no Peru e na Venezuela.

A exibição do Brasil na vitória de ontem lembrou, mais uma vez, aquele Corinthians campeão brasileiro de 2015 do Tite. Fez 1 x 0 e segurou o placar. Há seis anos, o Corinthians ganhou o título nacional com 12 vitórias por um gol de diferença. Havia sido assim contra o Chile nas quartas e a Colômbia na fase de grupos.

Ontem, a Seleção foi bipolar. Na primeira etapa, a velocidade do quarteto ofensivo Neymar, Firmino, Lucas Paquetá e Everton Cebolinha acelerou e confundiu a marcação do Peru. Na etapa final, Ricardo Gareca mudou a postura do adversário. Abriu mão do sistema 5-4-1 e ameaçou o Brasi em pelo menos dois lances. Irreconhecível, a Seleção passou a especular contra-ataques, não conseguiu, e atraiu o adversário.

O gol da vitória nasceu em uma triangulação. Richarlison acionou Neymar. O atacante invadiu a área pela esquerda, passou a bola entre as canetas de Callens e serviu Lucas Paquetá. O meia vinha na corrida e finalizou firme para o fundo da rede de Gallese. Antes, o arqueiro peruano havia salvado seus colegas com duas defensas geniais.

Cauteloso no primeiro tempo, o Peru teve mais posse de bola do que o Brasil na etapa final. Sob pressão, Tite contou com intervenções do ponto forte, a defesa, para evitar o empate. Ederson precisou entrar em ação para segurar a classificação à segunda decisão de título em cinco anos de Era Tite. O futebol dá para o gasto na Copa América, mas é aquém do altíssimo nível que será exigido no Catar em 2022.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Ex-anfitriões decidem vaga

Em 2019, a Conmebol anunciou que Argentina e Colômbia receberiam a Copa América 2020 em parceria. A pandemia de covid-19 obrigou o adiamento da competição. Depois, crise sanitária e política provocaram a desistência dos países-sedes originais. Mas o destino queria mesmo que os caminhos de Argentina e Colômbia se cruzassem.

As duas seleções decidem a segunda semifinal do torneio improvisado no Brasil, hoje, às 22h, no Mané Garrincha, com portões fechados. O jogo terá transmissão do SBT (tevê aberta) e da
ESPN Brasil (por assinatura).

Os argentinos chegam embalados pela boa campanha liderada por Messi. São quatro vitórias e um empate. Nas quartas de final, o camisa 10 marcou um gol de falta e deu duas assistências na vitória por 3 x 0 contra o Equador. Na competição, o craque argentino lidera as estatísticas com quatro gols e quatro assistências.

Messi e Cia. terão pela frente uma Colômbia capaz de surpreender, assim como fez com o Uruguai. Apesar de ter só uma vitória, diante do Peru, a equipe despertou na fase eliminatória e fez um jogo disputado nas quartas e venceu nos pênaltis. O time terá a volta do meia Cuadrado. O meia da Juventus cumpriu suspensão. A Colômbia não chega à final desde 2001, quando conquistou o título continental dentro de casa.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação