Em 25 de novembro de 2020, o mundo do futebol vivia o luto da morte de Diego Armando Maradona. Ontem, o dono da camisa 10 que gerou mais comparações ao maior ídolo da seleção argentina voltou a ser decisivo para levar o país à final da Copa América 2021. Foi de Lionel Messi a assistência para o gol de Lautaro Martínez na semifinal, no Mané Garrincha. Mas a Colômbia empatou com Luis Díaz e levou a disputa para os pênaltis. Melhor para a seleção celeste, que venceu por 3 x 2, e disputará a primeira decisão desde a morte de Maradona. De quebra, pode encerrar um jejum de 28 anos sem conquistar a Copa América e protagonizar um tributo a D10S, sábado, às 21h, no Maracanã.
O último título da seleção principal da Argentina na Copa América foi em 1993, no Equador, contra o México. Desde então, os dois países decidiram o título nas edições de 2004 e 2007, com vitórias dos brasileiros nas duas ocasiões. Os hermanos também amargaram o vice em 2015 e em 2016 diante do Chile.
Neste ano, a decisão será entre os dois melhores ataques do campeonato. Com o gol de Martínez, a Argentina chegou aos 11 tentos, atrás do Brasil, com 12.
Contra a Colômbia, Lionel Messi não marcou o dele, mas, aos seis minutos, recebeu dentro da área, girou sobre o marcador e deixou Martínez na cara do gol para abrir o placar. Com a quinta assistência e os cinco gols que soma na competição, o craque participou diretamente de nove dos 11 tentos.
Após sofrer o gol, a Colombia respondeu rapidamente. O empate no primeiro tempo parou por duas vezes na trave. Aos 35 minutos, com Barrios em chute de fora da área em uma bola que desviou no braço de Lo Celso. E, no minuto seguinte, com Mina de cabeça após escanteio cobrado por Cuadrado.
O jogo esquentou no segundo tempo, mas a Colômbia continuou melhor. Aos 15 minutos, foi recompensada com gol de Luis Díaz. Após ser lançado por Cardona, o atacante ganhou na velocidade de Pezzella e tocou na saída do goleiro, deixando tudo igual no Mané Garrincha.
O lance despertou a Argentina. Di Maria aproveitou o erro de Muñoz na saída de bola, avançou para dentro da área, driblou o goleiro Ospina e passou para Lautaro chutar, sem goleiro. Mas Barrios salvou em cima da linha. Messi ainda acertou a trave.
A decisão foi para os pênaltis. Os protagonistas abriram balançando as redes. Gols de Cuadrado e de Messi. Após sequência de desperdícios, coube ao goleiro Emiliano Martínez assumir o papel de herói. Ele defendeu a batida de Cardona e garantiu a celeste na final contra o Brasil. Suspenso por mais um jogo por causa da expulsão nas quartas de final, Gabriel Jesus será desfalque no time tupiniquim.
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...e a Paolo Rossi
Nove de dezembro de 2020. Catorze dias depois da morte de Diego Armando Maradona, a Itália derrama lágrimas pela perda do símbolo da conquista do tricampeonato conquistado na Copa do Mundo de 1982: Paolo Rossi, o carrasco do Brasil na Tragédia do Sarriá. De repente, do pranto fez-se o riso, ontem, em Wembley, na semifinal da Eurocopa. Sete meses depois do luto, um brasileiro classificou a Squadra Azzurra para a final na decisão por pênaltis. Houve empate, por 1 x 1, com a Espanha no tempo normal e na prorrogação, gols de Chiesa e de Morata. Coube ao catarinense naturalizado italiano Jorginho, de 29 anos, a última cobrança. Ele confirmou a vitória por 4 x 2. A decisão no domingo, novamente em Londres, será contra Inglaterra ou Dinamarca, adversárias na semifinal de hoje, às 16h, mais uma vez em Wembley.
Não é só mais uma classificação. Três anos depois de ficar fora da Copa da Rússia, em 2018, a Itália decidirá a Eurocopa. Conseguiu ir além de outras duas potências protagonistas de reviravoltas parecidas. Explica-se: França e Inglaterra não se classificaram para o Mundial dos Estados Unidos, em 1994. Envergonhadas, sacudiram a poeira e quase deram a volta por cima na Eurocopa de 1996.
Há 25 anos, França e Inglaterra chegaram à semifinal da Euro, mas foram eliminadas, respectivamente, por República Tcheca e Alemanha nos pênaltis. As duas seleções traçaram o plano de chegar à final da Euro-1996 dois anos depois de ficar fora da Copa frustrado. A Itália, não. A gigante tetracampeã do mundo foi além. Três anos depois da humilhação no Estádio San Siro, em Milão, foi exaltada, ontem, em Londres.
Em 13 de novembro de 2017, Bonucci, Chiellini, Immobile, Belotti, Bernardeschi e o ítalo-brasileiro Jorginho passavam vergonha, em Milão, na eliminação por 1 x 0 no placar agregado da repescagem para a Copa de 2018 contra a Suécia. Quatro deles cobraram pênalti, ontem, contra a Espanha. Belotti, Bonucci, Bernardeschi e Jorginho acertaram. Sabiam o peso da decisão. Autor da primeira cobrança, o jovem Locatelli, de 23 anos, errou, mas foi salvo pela casca grossa do quarteto marcado pelo vexame na repescagem das Eliminatórias para a Copa. Além deles, Donnarumma defendeu uma cobrança e viu outra passar longe, por cima do travessão.
A vitória nos pênaltis é quase sempre sessão de exorcismo para a Itália. De 12 decisões da marca da cal na Euro ou na Copa, a Itália venceu sete e perdeu cinco. Duas delas para a Espanha. A sorte ou competência mudou de lado, mas é bom não abusar. A França foi eliminada nos pênaltis pela Suíça. A Suíça caiu nos pênaltis contra a Espanha. A Espanha deu adeus nos pênaltis contra a Itália. Que a Itália fuja dos penais na decisão.