Futebol candango

Lei do Mandante: Saiba o que pensam os dirigentes de clubes candangos

A aprovação do Projeto de Lei na Câmara dos Deputados entusiasma alguns clubes do Brasil. Acerca do assunto, o Correio ouviu os dirigentes de Gama, Brasiliense, Ceilândia e Real Brasília

Victor Parrini*
postado em 14/07/2021 23:50 / atualizado em 15/07/2021 10:43

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (14/7), o Projeto de Lei nº 2336/2021, popularmente conhecido como Lei do Mandante. O objetivo é dar autonomia aos clubes mandantes na negociação dos direitos de transmissão com veículos de comunicação ou plataformas de streaming.

O texto, agora, passará pelo Senado e, caso aprovado, substituirá a Lei Pelé (9.615/1998) que, para a veiculação da partida, prevê o acordo entre os donos da casa e os times visitantes junto a uma emissora. Trazendo a discussão para o futebol do Distrito Federal, o Correio ouviu a opinião dos dirigentes de Gama, Brasiliense, Ceilândia e Real Brasília.

Weber Magalhães, presidente do Gama

"É uma quebra de monopólio. É importante para clubes das Séries A e B. E facilita o trabalho do clube junto à torcida e comunidade, além de oferecer o poder de escolha onde as partidas serão transmitidas, possibilitando buscarmos empresas ou alimentar a própria TV do clube. É um avanço para o futebol. Oferece liberdade para você tratar a imagem do seu clube conforme você quer. Foi um ganho muito grande para o futebol brasileiro.

O Gama passa por um momento difícil, assim como muitos clubes do Brasil. Então, a transmissão pode ser uma alternativa também para os cofres do time, com o torcedor ajudando, comprando ingressos virtuais e gerando caixa para a instituição. Mas, para fazermos uma transmissão agradável ao torcedor, precisaremos de planejamentos e investimentos."

Luiza Estevão, vice-presidente do Brasiliense

"Não vejo problema nenhum com a Lei do Mandante, o Brasiliense há muitos anos transmite os próprios jogos.

Não acredito que teremos complicações para as transmissões, nossa relação com as emissoras e federações sempre foi muito correta."

Ari de Almeida, presidente do Ceilândia

"Todo o futebol profissional será beneficiado, principalmente, aqueles que têm um grande público e disputam competições nacionais. Para o Candangão, não acredito que influenciará muito, pois a procura e interesse de grandes emissoras pelo campeonato é quase inexistente.

Passando pelo Senado, temos que ver onde o Ceilândia se encaixa nisso e quais podem ser as vantagens. Acredito que teremos de terceirizar essa questão, porque ainda estamos crus quanto ao assunto. É esperar ser aprovado para sentar com alguém do ramo que possa nos esclarecer e, a partir daí, tirar algum proveito, uma vez que disputaremos competições nacionais. No entanto, ainda não estamos a par do assunto porque, ao meu ver, interessa mais aos clubes de Série A e B. Não vejo tanta importância nesta lei para times pequenos que sequer têm calendário durante a temporada."

Luis Felipe Belmonte, presidente do Real Brasília

"As aprovações da Lei do Mandante e do projeto clube-empresa fortalecem o futebol em todo o Brasil.

Acredito que é uma medida justa, pois o clube monta toda uma estrutura, e muitos não sabem da dificuldade que é colocar um time em campo. Não ter todos os direitos correspondentes à posição de mandante é injusto. Acho que isso abrirá um novo caminho para os times.

Por aqui, vamos começar a divulgar mais, porque antes tínhamos uma emissora com direitos de transmissão, mas que não usufruiu disso. Nos últimos anos, contamos com a TV Brasília, que transmite apenas um jogo por rodada. Através dessa autonomia, os mandantes poderão transmitir e divulgar de uma forma melhor, mas isso vai depender da capacidade de divulgação de cada entidade esportiva e, principalmente, da equipe montada, porque é isso que atrai o torcedor.

O Real Brasília saúda a chegada desta Lei. Teremos muitas oportunidades de explorar o direito que é natural do clube mandante em cada partida. Acredito que o Senado não vá alterar, e será sancionada para entrar em vigor. Muito satisfeito e feliz com a Lei do Mandante e da Sociedade Anônima do Futebol, que vai contribuir muito para o desenvolvimento do futebol.

 

*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

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