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Nos primeiros dias no Flamengo, uma brincadeira entre Renato Gaúcho e Gabi marcou o início da relação no rubro-negro. Ao ver o camisa nove marcar três vezes diante do Bahia, o treinador revelou ter sido questionado pelo atacante sobre o badalado DVD com os melhores momentos da carreira como atleta e foi categórico ao dizer que ele não estaria preparado para ver os feitos. “Iria se atrapalhar em campo”, ironizou.
Porém, quando o assunto são as atuações no Mané Garrincha, em Brasília, o jogador de 24 anos tem muito a ensinar ao comandante. Às 21h30, diante do Defensa y Justicia, no jogo de volta das oitavas de final da Libertadores, ele pode dar um “F5” na série de grandes atuações na capital.
Por aqui, o atacante jamais perdeu e tem uma relação de intimidade com as redes. Hoje, Gabigol fará a décima atuação no principal palco esportivo do Distrito Federal em oito anos de carreira. No período, marcou sete vezes: seis pelo Fla e uma pela Seleção.
O Mané Garrincha é, inclusive, o endereço em que o atacante deu os primeiros passos como profissional. Em 2013, quando a nova versão da arena era inaugurada no jogo entre o rubro-negro e o Santos, o então garoto de 16 anos substituiu Neymar na partida que marcou a despedida do atacante rumo à Europa. À época, havia fechado com o Barcelona.
Os poucos minutos em campo foram apenas os primeiros de uma relação íntima. A gravação do primeiro gol em Brasília demorou um pouco para sair. O personagem só concretizou quando vestiu o figurino rubro-negro. Após passar em branco em duas atuações pela Seleção na fase de grupos dos Jogos Olímpicos Rio-2016 — empates por 0 x 0 com África do Sul e Iraque —, Gabi veio a Brasília em 2019, desandou a fazer gols e iniciou produção do DVD made in Brasília. Diante do CSA, marcou uma vez. Fez dois contra o Vasco e outro no Avaí.
Em 2020, o Mané Garrincha também ficou gravado na memória do atacante em forma de conquistas. Diante do Athletico-PR, fez um gol e ajudou a construir a vitória, por 3 x 0, que garantiu o título da Supercopa do Brasil.
Na atual temporada, pelo mesma competição, voltou a ser decisivo no Mané Garrincha. Marcou uma vez contra o Palmeiras e converteu uma penalidade na disputa decisiva para levantar o bi do torneio entre os campeões da Série A do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Na estreia na Copa América deste ano, voltou a fazer bom uso do amuleto e balançou, mais uma vez, as redes da sorte contra a Venezuela.
Público
Diante do Defensa y Justicia, Gabigol e o Fla terão um novo momento marcante no Mané Garrincha. Após 17 meses, o rubro-negro voltará a disputar uma partida diante de sua torcida. As exigências e o alto custo para estar nas arquibancadas, porém, afastou os flamenguistas. Até ontem, apenas 5 mil das 17 mil entradas, com preço entre R$ 140 e R$ 500, haviam sido comercializadas.
Os portões estarão abertos apenas para quem tiver concluído o ciclo de vacinação — duas doses, ou única da Janssen, há 15 dias — ou com teste PCR negativo. Em vantagem após a vitória por 1 x 0, na Argentina, Renato Gaúcho conta com mais um show de Gabigol em Brasília para avançar rumo às quartas de final.
Gabigol e o Mané
26/5/2013 – Santos 0 x 0 Flamengo (Brasileirão)
4/8/2016 – Brasil 0 x 0 África do Sul (Olimpíada Rio-2016)
7/8/2016 – Brasil 0 x 0 Iraque (Olimpíada Rio-2016)
13/6/2019 – CSA 0 x 2 Flamengo (Brasileirão) – l
17/8/2019 – Vasco 1 x 4 Flamengo (Brasileirão) – ll
7/9/2019 – Avaí 0 x 3 Flamengo (Brasileirão) – l
16/2/2020 – Flamengo 3 x 0 Athletico (Supercopa do Brasil) – l
11/4/2021 – Flamengo 2 x 2 Palmeiras (Supercopa do Brasil) – l
13/6/2021 – Brasil 3 x 0 Venezuela (Copa América) – l
Resumo: 9 jogos, 5 vitórias, 4 empates, 7 gols marcados
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Atlético-MG e São Paulo tiram argentinos
O Brasil conheceu, ontem, os dois primeiros representantes classificados para as quartas de final da Libertadores. Diante de argentinos, o Atlético-MG e o São Paulo levaram a melhor por caminhos diferentes e confirmaram suas vagas. No Mineirão, o Galo voltou a empatar com o Boca Juniors, por 0 x 0, e avançou nos pênaltis. No El Cilindro, o tricolor jogou com imposição e venceu o Racing, por 3 x 1.
A classificação dos mineiros veio cercada de polêmica. No tempo normal, o Boca Juniors voltou a ter um gol anulado pelo VAR. O lance foi impugnado após sete minutos de muita confusão. Nas penalidades, o goleiro Everson — que falhou na origem do lance invalidado — cresceu para cima dos argentinos, pegou duas cobranças e converteu a batida decisiva para confirmar a vaga mineira. Nos vestiários, inconformados com a decisão, os atletas xeneizes entraram em confronto com a polícia e arremessaram diversos objetos contra os militares. O time visitante foi encaminhado para a delegacia, onde prestou depoimento por crime contra o patrimônio.
Em clima mais ameno, o São Paulo começou a construir o resultado ainda no primeiro tempo, com Rigoni. Na etapa final, o argentino voltou a marcar para o tricolor. Na sequência, o garoto Marcus Vinícius, de 18 anos, ampliou a vantagem. O Racing chegou a diminuir com Javier Correa, mas não teve forças para virar o jogo e tirar a vaga das mãos do time paulista.