Tóquio 2020

Seleção Brasileira não sabe o que é derrota em estreia olímpica desde 1996

O último tropeço verde-amarelo em rodadas inaugurais dos Jogos Olímpicos completou 25 anos nesta quarta-feira (21/7), um dia antes do início da trajetória em Tóquio 2020

Victor Parrini*
postado em 21/07/2021 17:48
 (crédito: Ricardo Nogueira/CBF)
(crédito: Ricardo Nogueira/CBF)

As esperanças olímpicas estão renovadas. A Seleção Brasileira Masculina de Futebol faz a sua estreia nesta quinta-feira (22/7), às 8h30, diante da Alemanha, adversária na final do torneio em 2016, no Rio de Janeiro. O palco do duelo entre os gigantes é muito bem lembrado pelas duas torcidas. O Yokohama Stadium recebeu a final da Copa do Mundo 2002, justamente entre Brasil e Alemanha. O resultado final, todos já sabem: vitória canarinho por 2 x 0, com dois gols de Ronaldo e o pentacampeonato na bagagem. O que muitos não sabem é que desde os Jogos de 1996, em Atlanta, nos EUA, o Brasil não sabe o que é derrota em estreias olímpicas. O Correio relembra os debutes da amarelinha nas últimas cinco participações em Olimpíadas.

Jogos Olímpicos de Atlanta 1996

Dona de duas medalhas de prata - Los Angeles, em 1984, e Seul, em 1988 -, o Brasil desembarcou nos Estados Unidos com uma das equipes mais talentosas do torneio. O técnico Zagallo levou nomes como Dida, Roberto Carlos, Rivaldo, Bebeto e Ronaldo, que mais tarde se consolidaram vestindo a amarelinha. O primeiro desafio naquela edição dos Jogos Olímpicos foi contra o Japão, no Estádio Orange Bowl, em Miami. Superiores tecnicamente, os brasileiros pressionaram os japoneses e tiveram as melhores chances da partida. Contudo, aos 26 minutos da etapa final, o zagueiro Aldair e Dida se atrapalharam, e o jovem Ito, de 21 anos, aproveitou a sobra e empurrou para o fundo das redes, decretando o triunfo sobre a canarinho. E para se ter noção do feito, a vitória sobre foi chamada de “Milagre de Miami” pela imprensa do Japão, pois foi a primeira dos Samurais sobre o esquadrão então tetracampeão mundial. Na sequência da competição, o Brasil caiu nas semis para a Nigéria, mas conquistou o bronze sobre Portugal.

Jogos Olímpicos de Sydney 2000

Na Austrália, Vanderlei Luxemburgo estava incumbido de guiar a Seleção ao ouro inédito. Alex e Ronaldinho eram as principais referências ofensivas daquela equipe. Na estreia, jogando no Brisbane Cricket Ground, o adversário foi a Eslováquia. Como era de se esperar, os brasileiros começaram propondo o jogo, querendo inaugurar o placar logo cedo. Porém, aos 26, em jogada de velocidade, lahor avançou pela ponta esquerda, invadiu a área e cruzou para Porazik fazer 1 x 0. Sem deixar a peteca cair, aos 30 minutos, Alex encontrou ótimo passe para Edú, que recebeu na entrada da área, dominou no peito e finalizou rasteiro no canto direito da meta eslovaca. A virada veio no segundo tempo, com o fogo amigo de iovský. E nos acréscimos, Alex apareceu novamente. Dentro da área, o camisa 10 aproveitou o cruzamento rasteiro e chutou firme para dentro da meta adversária. Naquela edição das Olimpíadas, o Brasil caiu nas quartas de final para Camarões, que viria a conquistar a medalha dourada.

Jogos Olímpicos de Pequim 2008

A disputa pelo lugar mais alto do pódio na China foi pensada pelo técnico Dunga, que levou jogadores como Ronaldinho, Alexandre Pato, Ramires, Marcelo, Hernanes, Diego e Jô. Na estreia, logo uma pedreira pela frente. A Bélgica de Vertonghen, Fellaini, Kompany e Moussa Dembélé dificultou muito a vida da Seleção Brasileira. O gol da amarelinha, o único daquela partida, foi marcado por Hernanes, aos 34 minutos da etapa final. O meia brigou pela bola no setor ofensivo e aproveitou um espaço para finalizar firme no canto direito da caixa belga. Em 2008 o Brasil chegou até as semis, quando caiu para a rival Argentina, de Lionel Messi, campeã do torneio. Na disputa pelo bronze, novamente a Bélgica. O esquadrão canarinho venceu por 3 x 0 e ficou com a medalha.

Jogos Olímpicos de Londres 2012

A Seleção Brasileira desembarcou para os Jogos Olímpicos de 2012 com bastante otimismo. Mano Menezes reuniu um grupo com grandes talentos ofensivos e defensivos. Neymar, Hulk, Thiago Silva e Marcelo estavam sob os holofotes. O primeiro desafio na fase de grupos foi frente ao Egito, que contava com Salah no banco de reservas. Sem tomar conhecimento, o placar foi aberto logo aos 16 minutos, com o lateral direito Rafael. Na sequência, ainda na etapa inicial, Leandro Damião e Neymar fecharam a conta brasileira. Os egípcios até correram atrás do prejuízo e marcaram dois gols, mas não foram o suficiente para impedir a derrota. A caminhada na terra da rainha levou os brasileiros até a final em Wembley. Apesar do embalo, a amarelinha perdeu do México por 2 x 1 e ficou com a medalha de prata.

Jogos Olímpicos Rio de Janeiro, 2016

Jogando em casa, a conquista do ouro em 2016 era uma verdadeira obsessão. A trajetória vitoriosa teve início no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. E apesar da alta expectativa fora das quatro linhas, dentro de campo, a equipe de Rogério Micale não empolgou. Na estreia, diante da África do Sul, o placar não saiu do zero. A primeira vitória verde-amarela no torneio veio apenas na última rodada da fase de grupos, na goleada por 4 x 0 sobre a Dinamarca. Nas fases finais, o Brasil superou Colômbia e Honduras, até chegar a sua segunda final olímpica consecutiva. Para subir ao lugar mais alto do pódio, precisaria superar a Alemanha no Maracanã. O placar de 1 x 1 no tempo normal levou a decisão para os pênaltis. Inspirados, os brasileiros converteram todas as cobranças, a última delas com Neymar e, enfim, conquistaram, em casa, a tão sonhada medalha dourada.

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima 

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