Olimpíada

Handebol masculino do Brasil entra em quadra e mira a primeira medalha

Desde que a modalidade se estabeleceu no programa do torneio, em Munique-1972, a Seleção não conquistou nenhuma medalha. Superados os problemas internos, o time verde-amarelo buscará o primeiro pódio olímpico

Júlia Mano*
postado em 22/07/2021 22:55 / atualizado em 24/07/2021 12:49
 (crédito: Miriam Jeske/COB)
(crédito: Miriam Jeske/COB)

De cara, a seleção masculina de handebol enfrentará um forte adversário na estreia nas Olimpíadas de Tóquio-2020. Nesta sexta-feira (23), às 21h (de Brasília), o time verde-amarelo confrontará a Noruega, uma das favoritas a conquistar a medalha de ouro nesta edição. O palco do duelo será o Ginásio Nacional Yoyogi, onde a equipe terá de superar o resultado do último encontro com os europeus se quiser subir no pódio do torneio pela primeira vez.

No Pré-Olímpico Mundial de Montenegro, entre 12 e 14 de março deste ano para fechar a lista de nações participantes nos Jogos Olímpicos, o Brasil enfrentou o oponente desta sexta. Os noruegueses golearam a Seleção ao emplacar 20 x 32. Depois da vitória sobre a Coreia do Sul, a classificação para Tóquio ainda ficou na mão dos europeus.

Apesar da vitória de virada nos segundos finais diante do Chile, os brasileiros só se classificaram após a derrota da Coreia do Sul para a Noruega. A atuação do goleiro Leonardo Ferrugem somado aos cinco gols do artilheiro do confronto, o armador Léo Dutra, foram importantes para emplacar 26 x 24 contra os sul-americanos.

Os brasileiros enfrentarão, também, a bi olímpica França, Espanha, Argentina e Alemanha na primeira fase. A Seleção terá bastante trabalho para pegar uma das quatro vagas classificatórias do grupo para as quartas de final.

Campanha da Seleção

No primeiro semestre deste ano, o Brasil participou do Mundial, no Egito. A equipe finalizou a competição na 18ª posição com apenas uma vitória em cima do Uruguai edois empates com a Espanha e Tunísia. Além disso, amargou três derrotas para Polônia, Hungria e Alemanha. A campanha fez o Brasil se despedir na segunda fase.

O início do torneio foi tumultuado. Leonardo Ferrugem, o treinador Marcos Tatá, o armador e capitão Thiagus Petrus e mais três membros da comissão técnica testaram positivo para covid-19 antes de embarcarem rumo ao Egito. O comandante teve que trocar a beira da quadra por vídeo-chamadas e os jogadores foram baixas importantes.

Próximo da viagem para Tóquio, o Brasil participou do Torneio de Nuremberg, na Alemanha. Tatá utilizou o campeonato amistoso para ensaiar a equipe para as Olimpíadas, onde levou os 15 convocados mais Cléber Andrade (Handebol Taubaté), cortado da lista oficial.

Na cidade alemã, o Brasil enfrentou a própria Alemanha e o Egito. Perdeu para os dois países. Antes da competição, o time verde-amarelo venceu Portugal em jogo amistoso. Ao todo, o handebol masculino fez 12 partidas neste ano. Sofreu seis derrotas, teve dois empates e quatro vitórias. Contudo, em Pan-americanos, a Seleção é tricampeã e acumula quatro pratas e dois bronzes.

Desordem na CBHb

A confusão na diretoria da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) impactou o desempenho em quadra. Entre 2019 e o fim de 2020, ocorreram três trocas no comando da Seleção masculina por causa de disputas políticas pelo cargo alto da organização. A renúncia de Ricardo Luiz de Souza encerrou a queda de braço dentro da Confederação. O imbróglio vinha desde a gestão de Manoel Luiz Oliveira. Presidente por 30 anos, Oliveira foi afastado pela justiça em 2018.

Ricardo, que era vice-presidente, assumiu o cargo e rompeu com Manoel. Oliveira chegou a retornar à Confederação, mas foi afastado novamente. À época, Ricardinho estava suspenso pelo Conselho de
Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em razão de denúncia de assédio moral e sexual contra ele. Por se recusar a deixar o cargo, o movimento cortou relações com o CBHb. Felipe Rêgo Casão foi eleito presidente e empossado no início deste ano.

Time em busca da medalha inédita

Felipe Borges (US Créteil Handball)
Guilherme Torriani (Handebol Taubaté)
Rudolph Hackbarth (CB Ciudad de Logrono)
João Pedro da Silva (Club Balonmano Puente)
Thiagus Petrus (Barcelona)
Leonardo Dutra (Orlen Wisla Plock)
Thiago Ponciano (Club Balonmano Ciudad)
Haniel Langaro (Barcelona)
Gustavo Rodrigues (Pontault-Combault)
José Guilherme Toledo (CS Minaur Baia Mare)
Leonardo Terçariol (Club Balonmano Benidorm)
Rangel da Rosa (CB Ciudad de Logrono)
Rogério Moraes (Telekom Veszprem HC)
Vinicius Teixeira (Handebol Taubaté)
Fabio Chiuffa (HC Dobrogea Sud)*
Técnico: Marcus Ricardo de Oliveira
*Atleta alternativo, ele pode entrar na condição de competidor se for escalado por Tatá no decorrer do torneio.

Próximos jogos

25/7 - Brasil x França - 21h
28/7 - Brasil x Espanha - 7h30
29/7 - Brasil x Argentina - 21h
01/8 - Brasil x Alemanha - 7h30

*Todos os horários estão no fuso de Brasília (DF).

 

*Estagiária sob supervisão de Marcos Paulo Lima

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