Prova nobre da natação, os 100m livre não contaram com brasileiros na final dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Ainda assim, um campeão olímpico do Brasil tinha muito pelo que torcer. Até hoje, Cesar Cielo é dono do recorde mundial da prova (46s91) e chegou a arriscar que a marca seria batida ainda nas seletivas. Candidato a ser o “novo Phelps", Caeleb Dressel conquistou o ouro nesta quarta-feira (29/7), mas a marca não foi suficiente para desbancar a do brasileiro.
Nadador dos Estados Unidos, Dressel sagrou-se campeão olímpico dos 100m livre em Tóquio, com o tempo de 47s02, batendo o recorde olímpico. A medalha de prata ficou com Kyle Chalmers, da Austrália; e o bronze, com Kliment Kolesnikov, do Comitê olímpico Russo (ROC).
O norte-americano de 24 anos chegou aos Jogos de Tóquio como favorito a conquistar sete ouros na natação, lembrando o compatriota Michael Phelps, maior campeão olímpico da história com 23 medalhas douradas. No caso de Dressel, dois títulos já foram abocanhados. Além da primeira colocação nos 100m livre, Dressel subiu ao lugar mais alto do pódio com a equipe dos Estados Unidos no revezamento 4x100m livre.
Apesar da honra de ser comparado ao fenômeno Michael Phels, o jovem protagonista das piscinas tenta fugir das comparações e preocupa-se com os efeitos que elas podem causar na saúde mental. Dressel, que sofreu de depressão na juventude, chama atenção para uma questão cada vez menos silenciosa no esporte de alto rendimento.
O próprio Phels declarou publicamente ter lutado contra a depressão. Atualmente, a estrela da ginástica artística Simone Biles está no centro do debate, por declarar que está sofrendo um drama relacionado à saúde mental em meio aos Jogos Olímpicos que chegou como protagonista. São muitos os exemplos, infelizmente.
Dressel está na segunda participação da carreira em Olimpíadas. Na Rio-2016, quando Phelps assumia a maioria dos holofotes, o americano conquistou o ouro nos 4x100m medley e no 4x100m livre. No ano seguinte, Dressel colecionou sete medalhas de ouro no Campeonato Mundial de Natação de Budapeste-2007. No Mundial de Gwangiu-2019, ele voltou a ser soberano, somando oito medalhas (seis de ouro e duas de prata).
As façanhas elevaram as expectativas para que Dressel assumisse papel de novo protagonista dos Jogos Olímpicos, em Tóquio. Que, acima de qualquer resultado, o nadador seja candidato a desfrutar das vezes que pular na piscina.
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