Martine Grael e Kahena Kunze cumpriram a missão de repetir a medalha de ouro na vela dos Jogos Olímpicos. Na madrugada de hoje (horário de Brasília), a dupla brasileira conquistou o segundo título seguido na classe 49er FX, como havia ocorrido na edição de 2016, no Rio de Janeiro.
Na última regata, a medal race, com valor duplo para a classificação geral, Martine e Kahena ficaram na terceira colocação. Elas iniciaram o dia com a melhor campanha na classe 49er FX, empatadas com as holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz – as duas duplas com 70 pontos perdidos. As representantes europeias chegaram atrás das brasileiras.
Martina e Kahena ficaram nas principais colocações da última regata durante todo o tempo. No começo, chegaram a liderar, mas, ao final da primeira perna, caíram para terceiro. No entanto, como as principais adversárias estavam bem para trás, as brasileiras apenas administraram a vantagem até o barco cruzar a linha final.
A última regata da classe 49er FX deveria ter sido realizada na segunda-feira. No entanto, a organização do evento acabou adiando a disputa por questões climáticas, primeiro por falta de vento e depois pela perspectiva de um clima instável no Japão, o que prejudicaria uma medal race mais técnica.
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Alison voa e fatura medalha de bronze
Tóquio — Alison dos Santos foi um menino tímido na infância. O acidente com óleo quente, quando tinha 10 meses de vida, deixou marcas — na pele e no psicológico. Mas aquele garoto instrospectivo encontrou no atletismo uma maneira de seguir em frente. E seguiu. Até a medalha de bronze nos 400m com barreiras nos Jogos Olímpicos de Tóquio, prova disputada nesta madrugada (início da tarde no Japão).
Aos 21 anos, o “Piu”, como é conhecido, percorreu o trajeto na pista do Estádio Olímpico em 46.72s. À frente dele, apenas o norueguês Karsten Warholm, que fez a prova em 45.94s — recorde mundial. A prata ficou com o estadunidense Rai Benjamin (46.17s). Cumpriu-se o #PiuDay, hashtag utilizada nas redes sociais para incentivá-lo antes da prova.
Nascido em São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, o brasileiro conquistou a primeira medalha brasileira no atletismo nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na raia 7, Piu ouviu incentivo das arquibancadas que ecoavam pelo suntuoso estádio com capacidade para 68 mil pessoas, mas que só receberam alguns jornalistas e atletas que não estavam competindo.
“Bora, Piu!”, gritavam os poucos atletas-torcedores brasileiros presentes, enquanto outras provas se desenvolviam no local. E bastou. Piu buscou forças do apoio que teve e, muito concentrado, foi o primeiro a se ajeitar na raia e iniciar o aquecimento. Ao retornar para o ponto de partida, mostrou as palmas das mãos para os céus como se pedisse apoio divino para cumprir o sonho olímpico.
Só depois do aquecimento é que Piu, enfim, respondeu aos gritos da arquibancada. Timidamente, fez um sinal com a mão direita e se direcionou, ao lado dos adversários, para a parte interna do estádio. E só voltou para fazer história.
Da timidez ao estrelato
Natural da cidade de São Joaquim da Barra, em São Paulo, Alison Brendom Alves dos Santos. Por ser muito alto mesmo jovem, chamou a atenção de professores de um projeto social do município paulista já aos 14 anos. Contudo, Alison se recusava a participar.
O garoto era tímido, muito por conta de uma cicatriz que carrega consigo por conta de um acidente doméstico quando criança — aos 10 meses, uma panela de óleo de cozinha quente caiu sobre ele, o que impede o nascimento de cabelo em certos pontos da cabeça. Após insistência dos professores e de pessoas próximas, o modesto Alison, que já tinha seus 1,90m, aceitou dar início no atletismo.
Desde a primeira competição — no Centro Olímpico de São Paulo, quando correu com uma touca amarela por vergonha da cicatriz — até os Jogos Olímpicos, Piu teve um crescimento enorme. Entre 2014 e 2019, quando se firmou como atleta olímpico, Alison dos Santos se sagrou campeão dos Jogos Pan-Americano de Lima, em 2019, e foi sétimo colocado no Campeonato Mundial de Atletismo de Doha, também em 2019.
Rapidinhas
Vôlei
Brasil pega russas nas quartas
A campanha da Seleção Brasileira de vôlei feminino na fase de grupos dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 foi impecável. Ontem, o Brasil venceu com facilidade o Quênia, por 3 sets a 0 – com parciais de 25/10, 25/16 e 25/8 –, classificando-se com 100% de aproveitamento no Grupo A, com cinco vitórias, na primeira colocação. Agora, as brasileiras entraram no caminho do Comitê Olímpico Russo nas quartas de final. As russas perderam da Turquia e acabaram ficando na quarta colocação do Grupo B. Um velho conhecido estava à beira da quadra do Quênia: o técnico Luizomar de Moura, que comanda o Osasco na Superliga Feminina.
Vôlei de praia
Campeão sofre eliminação
O Brasil sofreu mais uma dura eliminação no vôlei de praia na Olimpíada de Tóquio. Ontem, o brasiliense campeão olímpico Bruno Schmidt e o carioca Evandro foram superados pelos letões Martins Plavins e Edgars Tocs, por 2 sets a 0, com parciais de 21/19 e 21/18, em 49 minutos. No domingo, Ágatha e Duda caíram na chave feminina, também pelas oitavas. Ana Patrícia e Rebecca caíram nas quartas de final. Com essas quedas, o Brasil segue com apenas uma dupla ainda competindo em Tóquio. Alison e Álvaro Filho serão justamente os próximos adversários de Martins Plavins e Edgars Tocs.
Tênis de mesa
Melhor campanha da história
O Brasil ficou entre os oito melhores do torneio masculino de equipes dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Ontem, no Ginásio Metropolitano de Tóquio, o time brasileiro foi superado pela Coreia do Sul, nas quartas de final da competição, por 3 x 0. Uma eliminação que acabou com a esperança da primeira medalha olímpica, mas que marcou um resultado histórico para a modalidade no país. Essa foi a primeira vez que o Brasil chegou tão longe.
Canoagem
Isaquias e Jacky em quarto lugar
Os brasileiros Isaquias Queiroz e Jacky Godmann terminaram em quarto lugar na final do C2 1000 metros, com o tempo de 3min27s03. A medalha de ouro foi para os cubanos Serguey Torres Madrigal e Fernando Dayan Jorge Enriquez, que venceram com novo recorde olímpico: 3min24s995. Logo atrás vieram os chineses Hao Liu e Pengfei Zheng, com 3min25s98. O bronze foi para os alemães Sebastian Brendel e Tim Hecker (3min25s615).