Vôlei feminino

Em jogo eletrizante, Brasil vence Rússia e avança às semifinais do vôlei

A Seleção Brasileira feminina de vôlei venceu a equipe russa de virada, por 3 sets a 1, pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio

Maíra Nunes
postado em 04/08/2021 12:12 / atualizado em 17/08/2021 09:01
Após passar pelo Comitê Olímpico Russo, Brasil pegará a Coreia do Sul nas semifinais dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 -  (crédito: JUNG YEON-JE / AFP)
Após passar pelo Comitê Olímpico Russo, Brasil pegará a Coreia do Sul nas semifinais dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 - (crédito: JUNG YEON-JE / AFP)

Brasil e Rússia já viveram tempos de “Guerra Fria” no vôlei feminino. O clima dentro de quadra tinha até troca de provocações e ofensas. As lembranças seguem vivas da traumática virada sofrida pela Seleção Brasileira na semifinal dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, passando por eliminações em Mundiais, até o troco nas quartas de final das Olimpíadas de Londres-2012. Em mais um duelo digno de uma das maiores rivalidades da modalidade, as brasileiras venceram as russas, por 3 sets a 1 (23/25, 25/21, 25/19 e 25/22), nesta terça-feira (4/8), e avançaram às semifinais dos Jogos de Tóquio-2020.

O próximo desafio do Brasil na busca pela vaga na final olímpica será na sexta-feira (6/8), às 9h, contra a Coreia do Sul, pela semifinal. A outra briga pela classificação à decisão do vôlei feminino nas Olimpíadas de Tóquio será entre Estados Unidos e Sérvia.

O início do Brasil no jogo na Arena Ariake, na capital japonesa, foi preocupante. A equipe entrou com Roberta como titular, mas sentiu o volume ofensivo das russas, que nestes Jogos Olímpicos atuam como Comitê Olímpico Russo (ROC). Independentemente do nome, a adversária era uma antiga conhecida das brasileiras e abriu 4 pontos de vantagem logo no início da partida. Após pedido técnico de José Roberto Guimarães, a equipe verde-amarela foi, aos poucos, entrando na partida. Mas não passou à frente do placar em nenhum momento do primeiro set, que terminou 23 x 25 para as adversárias.

O Brasil esboçou uma reação no início da parcial seguinte, ficando pela primeira vez à frente na disputa (3 x 2). Mas as russas voltaram a abrir grande vantagem. O placar chegou a ficar 15 x 10 e Zé Roberto já havia pedido tempo. Mas o treinador precisava mexer no time. Primeiro, ele colocou a levantadora Macris no jogo. Depois, Rosamaria entrou como oposta no lugar de Tandara. E funcionou. As brasileiras tiraram a diferença, empatando em 16 x 16. A virada veio com 18 x 17 e o set passou a ser disputado a cada ponto.

O técnico italiano no comando do Comitê Olímpico Russo, Sergio Busato, até quis relembrar tempos controversos da rivalidade envolvida no duelo. Para tentar reverter o momento ruim do time, o treinador foi vigoroso em uma reclamação com o treinador Zé Roberto e, em pedido de tempo, instigou as atletas comandadas por ele a provocar as brasileiras. Não adiantou. O Brasil manteve a tranquilidade e ainda ganhou um respiro no fim do set, fechando por 25 x 21. Reação que deixou a partida empatada em 1 set a 1.

O Brasil voltou com o mesmo grupo e embalo. Com ace no saque da central Carol Gattaz, a seleção abriu 7 x 4 e manteve uma vantagem de três pontos até metade da parcial. A Rússia se recuperou marcando dois pontos seguidos e encostou no placar novamente: 15 x 14. Mas o bloqueio brasileiro se agigantou, com destaque para Carol Gattaz. Foi dela o ponto que cravou a virada brasileira no jogo. Com o 9º ponto dela, a Seleção viraram a partida, ao fechar o set por 25 x 19.

Na parcial seguinte, o enredo se repetiu. Apesar de ataques potentes dos dois lados, as defesas e os bloqueios se sobressaiam, deixando o jogo eletrizante. As brasileiras começaram melhor e as russas correram atrás, deixando tudo igual em 15 x 15 até virarem o set  em passagem da jovem  Fedorovtseva, de 17 anos, pelo saque. Zé Roberto solicitou tempo técnico quando as russas abriram 17 x 15. Na volta, Gabi mostrou as credenciais que a colocam como uma das jogadoras mais completas do cenário mundial.

Com a confiança retomada, o Brasil voltou à frente em 20 x 19 e ampliou com o bloqueio de Rosamria, que comemorou o ponto batendo no peito. A vibração evidenciava a tensão do duelo e a força do elenco bicampeão olímpico que, desta vez, não chegou em Tóquio como grande favorito ao ouro. Com essa atmosfera, as brasileiras fecharam a quarta e última parcial, por 25 x 22, sacramentando a classificação para as semifinais após uma virada memorável.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação