COPA DO BRASIL

Baile tático

No duelo de ida das quartas, Flamengo joga com um a menos durante todo o segundo tempo, mas, em 45 minutos perfeitos, cresce na adversidade, marca quatro no Grêmio e encaminha vaga para as semifinais

Danilo Queiroz
postado em 26/08/2021 00:23
 (crédito: Alexandre Vidal/Flamengo)
(crédito: Alexandre Vidal/Flamengo)

O Flamengo encontrou forças na adversidade para abrir uma vantagem enorme sobre o Grêmio nas quartas de final da Copa do Brasil. A caminhada da goleada carioca sobre os gaúchos, ontem, por 4 x 0, na Arena, é explicada por um rubro-negro de duas posturas. Quando tinha 11 em campo, o time de Renato Gaúcho não fez muito diante de um tricolor insistente, mas sem mira. Com um a menos por 45 minutos, o Fla se multiplicou em campo, desandou a marcar e, reorganizado, fechou o cerco para a equipe de Luis Felipe Scolari. O suficiente para voltar ao Rio de Janeiro com um pé e meio nas semifinais.

A vitória de almanaque no Rio Grande do Sul dá ao Flamengo o direito de perder por até três gols de diferença para estar em sua sétima semifinal em busca da quarta taça. Algo pouco provável diante do retrospecto recente do rubro-negro. Para o Grêmio, só resta sonhar com uma remontada histórica. A vaga no tempo normal vem apenas com uma vitória por cinco de diferença. Se o tricolor devolver o placar, a definição será nos pênaltis. A partida de volta está marcada para 15 de setembro, às 21h30, no Maracanã.

A chuva em Porto Alegre, aliada à falta de pontaria dos dois times, deu um ritmo sem emoção ao jogo. Levemente melhor, o Grêmio finalizou o dobro de vezes em relação ao Flamengo, mas não provocou nenhuma defesa de Diego Alves. Os lances capitais do primeiro tempo surgiram em outros vieses. Cada um time foi obrigado a fazer uma substituição por lesão: Douglas Costa desfalcou os gaúchos e Bruno Henrique os cariocas. Na reta final, o rubro-negro ficou com um a menos após Isla receber o segundo amarelo e, consequentemente, ser expulso.

Com a desvantagem em campo, Renato voltou com mudanças. O reposicionamento surtiu efeito e o Fla se transformou. Aos três, Michael exigiu boa defesa de Chapecó. Com sete, Bruno Viana aproveitou falha do Grêmio em escanteio para marcar. No minuto seguinte, Alisson respondeu com chute no travessão. O tricolor tentou uma blitz, aos 20, mas Borja parou em Diego Alves. Em contra-ataque com Everton Ribeiro não mataram. Mas, a partir dos 40 minutos, o rubro-negro desandou a fazer gols.

Primeiro, Michael recebeu na área e bateu com força para ampliar a vantagem. Com os gaúchos batidos, o Fla agrediu mais. Vitinho fez cruzamento perfeito e Rodinei ampliou de peixinho. No fim, o Grêmio se perdeu ainda mais ao ver Vanderson ser expulso. Ainda teve tempo para Vitinho, em pênalti marcado pelo árbitro de vídeo, fazer o quarto e garantir o dilatado placar.

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Furacão sai na frente

O Athletico-PR venceu o Santos, por 1 x 0, ontem, na Arena da Baixada, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. Com amplo domínio, especialmente no primeiro tempo, o time da casa marcou com Renato Kayser e poderia ter feito mais. Na etapa final, os visitantes melhoraram um pouco, mas não foi o suficiente para empatar. A partida de volta acontece em 14 de setembro, na Vila Belmiro, e a equipe paranaense tem a vantagem do empate. Qualquer vitória por um gol de diferença do Peixe leva aos pênaltis.

O Athletico começou marcando a saída de bola. Nos primeiros minutos, Jader já acertou a trave. Por outro lado, o Peixe não conseguia sair do campo de defesa. O gol saiu aos 16 minutos. Kayzer apareceu livre e cabeceou para as redes. O Santos esboçou uma reação com chute de Jean Mota para defesa do goleiro Santos e em cobrança de falta de Carlos Sánchez, que saiu por cima. Mas o Athletico retomou o controle e Nikão, em dois chutes com perigo, voltou a assustar o gol adversário.

No segundo tempo, o Athletico, que também disputa o Brasileirão e a Sul-Americana, sentiu o cansaço e diminuiu o ritmo. A melhor chance do Santos poderia ter vindo de um pênalti. Após cruzamento, Kayzer abriu o braço e a bola bateu em sua mão. Os santistas reclamaram, mas o VAR mandou seguir o jogo. Nos minutos finais, o estreante Pedro Rocha serviu Mingotti, que chegou a ampliar para o Athletico. Mas ele recebeu em impedimento e o gol foi anulado.

Fortaleza arranca igualdade

 (crédito: Rubens Chiri/São Paulo FC)
crédito: Rubens Chiri/São Paulo FC

Em um jogo elétrico no segundo tempo, o Fortaleza arrancou empate heroico no Morumbi. Com dois gols de Rigoni, o São Paulo abriu 2 x 0 e teve até chance de fazer três antes de ver o goleiro Tiago Volpi colocar tudo a perder. Saiu mal do gol e viu Yago Pikachu empatar. Valente, o time visitante aproveitou erro na saída de bola para cruzar a bola na medida para Romarinho decretar o empate. O resultado deixa a série aberta. Quem vencer, leva no duelo de 15 de setembro, no Castelão. Nova igualdade faz a decisão da vaga nas semifinais ir para os pênaltis.

“Acabei errando o passe no meio que resultou no (primeiro) gol do São Paulo. Procurei ficar concentrado, qualquer momento tem oportunidade de fazer o gol. Consegui. Estamos vivos em busca da classificação. A gente não pode dar certeza, mas vamos trabalhar para isso acontecer”, festejou Romarinho, em entrevista ao SporTV.

O Fortaleza explorou velhas fragilidades do São Paulo. Investiu nos erros na saída de bola e quase chegou rapidamente ao gol nas roubadas próximas da área. Em uma delas, Wellington Paulista acertou a trave. Felipe também desperdiçou boa oportunidade.

O São Paulo demorou, mas incomodou em dois lances. Rigoni desperdiçou gol feito na primeira tentativa. Em outra trama, iniciada por Benítez, o argentino acionou Daniel Alves e o ala-direito perdeu.

A expectativa era por um um São Paulo mais pilhado no segundo tempo, mas o time repetiu os mesmos dramas da etapa inicial e mostrava carência de criatividade.

O duelo ficou morno até Reinaldo arrancar pela esquerda e acionar Rigoni. O argentino dominou a bola no peito, livrou-se da marcação e finalizou de canhota para estufar a rede. Rigoni ampliou depois da roubada de Liziero.

Quando o São Paulo ensaiava matar a série, uma boa trama do Fortaleza deixou Yago Pikachu na cara do gol e ele contou com a ajuda do indeciso Tiago Volpi para diminuir o placar. Persistente e muito bem configurado, o Fortaleza seguiu à caça dos erros do São Paulo e aproveitou para empatar. Henriquez cruzou da direita e ele fuzilou Tiago Volpi: 2 x 2.

Fluminense e Atlético-MG se reencontram no Rio de Janeiro

 (crédito: Pedro Souza/Atlético MG)
crédito: Pedro Souza/Atlético MG

Três dias depois, Fluminense e Atlético-MG voltam a se enfrentar, às 21h30 de hoje, desta vez pela ida das quartas de final da Copa do Brasil. O novo confronto será disputado no Nilton Santos, no Rio de Janeiro, e encontra as duas equipes com ânimos e contextos bem distintos.

Isso porque o Flu divide sua atenção somente com o Brasileirão, onde está mais preocupado em escapar do rebaixamento do que em buscar conquistas. É apenas o 16º colocado, uma posição acima da zona da degola. A Copa do Brasil, portanto, é a única chance de título para a equipe carioca nesta temporada. Mas o esforço terá que ser grande. O tricolor vem de cinco jogos sem vitória, incluindo uma dolorosa eliminação nas quartas de final da Libertadores. A sequência causou a demissão de Roger Machado.

Para hoje, o mandante terá o reforço do meia colombiano Jhon Arias, contratado recentemente, e do atacante Caio Paulista, recuperado de lesão. Ambos devem começar no banco de reservas. O único desfalque de peso é Paulo Henrique Ganso, que se reabilita de cirurgia por fratura no braço direito.

Do outro lado, o Atlético-MG deve entrar em campo sem a mesma disposição do rival carioca. O time mineiro vive boa situação nas três competições que disputa. Apesar disso, Cuca garante que não trata a Copa do Brasil como coadjuvante em sua temporada. “Não fica em segundo plano. Eu, particularmente, não penso em prioridade nenhuma, ainda que a Libertadores esteja bem mais afunilada”, afirmou o treinador.

O bom momento no ano será testado contra um rival geralmente indigesto para o Galo. O time mineiro não vence o Flu no Rio de Janeiro há seis jogos, em seis anos. Ao mesmo tempo, não perde do rival carioca há cinco jogos, disputados ao longo dos últimos três anos.

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