Brasileiros conquistam ouros no atletismo

Com reta final impecável, Yeltsin Jacques conquistou o topo do pódio nos 5000m. Silvânia Costa leva no salto em distância

Correio Braziliense
postado em 27/08/2021 00:12
 (crédito: Wander Roberto/CPB)
(crédito: Wander Roberto/CPB)

O Brasil levou, na noite de ontem, dois ouros no atletismo dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. Em uma prova decidida em um sprint recheado de emoção, o brasileiro Yeltsin Jacques conquistou o lugar mais alto do pódio na prova dos 5000m. No salto em distância, Silvânia Costa cravou cinco metros e também ficou com a medalha dourada no peito. Ambos competiram na classe T11 — voltada para pessoas com deficiência visual.

A conquista de Yeltson surgiu em uma prova repleta de emoção. Cadenciando o ritmo, o brasileiro chegou a ser ultrapassado na última volta pelo japonês Kenya Karasawa, que deu indícios de que partiria na direção do ouro. Porém, Jacques engatou um ritmo impressionante, ultrapassou o adversário e abriu vantagem para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar com bastante folga e confirmar o lugar mais alto do pódio paralímpico.

“É nosso! É do Brasil. Foi uma prova de bastante estratégia. A gente definiu previamente algo próximo a isso e os meninos foram me passando todas as informações. Como a minha esposa estudou antes, ela me falou que o japonês não ganhava de mim na chegada. Dito e feito”, comemorou o brasileiro, em entrevista ao canal SporTV.

Em Tóquio, Silvânia confirmou a segunda medalha paralímpica de ouro em sequência. Ela também havia ganho a disputa na Rio-2016. A conquista brasileira foi confirmada no quinto e penúltimo salto da competição no Japão. Nos dois primeiros, ela acabou queimando a tentativa. O terceiro e o quarto sequer chegariam ao bronze. Na sequência, a atleta confirmou a marca cravada de cinco metros de distância que confirmou o primeiro lugar da competição.

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Rodolpho Riskalla leva prata no hipismo

 (crédito: Behrouz Mehri/AFP)
crédito: Behrouz Mehri/AFP

Com uma grande apresentação, ao som de Aquarela do Brasil e de Halo, da cantora Beyoncé, o brasileiro Rodolpho Riskalla conquistou, ontem, a medalha de prata no hipismo na Paralimpíada, na prova de adestramento classe IV, ao marcar 74.659 pontos.

O brasileiro foi o terceiro a competir e cumpriu todos os requisitos de movimentos exigidos no programa e demonstrou entrosamento com o cavalo, Don Henrico. Ao terminar a apresentação, foi possível vê-lo comemorando o desempenho.

Atual campeã mundial, a holandesa Sanne Voets superou o brasileiro, com a pontuação de 76.585. O bronze ficou com o belga Manon Claeys. No hipismo, cada grau de dificuldade é crescente conforme a avaliação e classificação funcional da deficiência (física ou visual) do atleta. Riskalla aderiu ao hipismo paralímpico em 2016, após perder a parte inferior das pernas, a mão direita e um dedo da mão esquerda.

Até então, Riskalla competia no hipismo olímpico, que praticava desde os oito anos, seguindo os passos do avô e da mãe, Rosangele — esta hoje é sua técnica. A irmã de Rodolpho, Vitória, também é amazona e participa na comissão técnica do irmão. Fora do esporte, o atleta trabalha como gerente de eventos de uma marca de moda.

Brasil fatura bronze no revezamento

A natação brasileira fechou o segundo dia da Paralimpíada de Tóquio-2020 com mais um bronze. Depois de Daniel Dias conquistar uma medalha da mesma cor na prova de 100 metros livre na classe s5, a equipe brasileira, formada pelo próprio Dias, ao lado de Patricia Pereira, Talisson Glock e Joana Neves chegou em terceiro lugar no revezamento 4x50 metros livre 20 pontos.

A prova opõe nadadores de diferentes classificações, cuja soma tem que dar 20. Por exemplo, dentre os brasileiros, Daniel Dias e Joana Neves são da classe s5 (amputados ou com má-formação congênita nos membros superiores e inferiores), Patrícia Pereira é da classe s4 (paraplégicos ou hemiplégicos) e Talisson Glock é da classe s6 (amputados de um membro).

A prova foi vencida pela China, que levou quatro atletas da classe s5, teve grande vantagem para o segundo colocado e ainda obliterou o recorde mundial em quase três segundos. A prata ficou com a Itália. O Brasil fez o tempo de 2min24s82, apenas sete centésimos abaixo da Ucrânia, em quarto lugar.

A medalha foi a 27ª de Daniel Dias em Paralimpíadas, a terceira de bronze em Tóquio. No primeiro dia, o nadador já havia conquistado o bronze na prova dos 50m livre da classe s5. Os outros três membros da equipe, Talisson, Joana e Patrícia fizeram parte da equipe que conquistou a medalha de prata na mesma prova na Paralimpíada do Rio-2016.

Após a prova, Daniel Dias disse estar grato pelo resultado, por ter visto que as coisas “estão fluindo” e que se sente mais leve, após a primeira disputa de quarta-feira, nos 50 metros livre classe s5. O brasileiro demonstrava apreensão após uma mudança de classificação do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), que acabou levando nadadores que anteriormente eram da classe s6 para a s5.

Na prova dos 100 metros feminino da classe s5, a brasileira Joana Neves acabou em oitavo na final. O ouro foi da britânica Tully Kearney, que bateu o recorde mundial anterior, que também era dela, em quase dois segundos. Nos 200 metros medley da classe CM6 masculino, Thalison Glock terminou na sexta colocação, em prova vencida pelo colombiano Nelson Crispim Corzo.

Guissone garante medalha na esgrima

Após uma grande campanha, o brasileiro Jovane Guissone garantiu mais uma medalha para o Brasil na Paralimpíada: uma prata na esgrima em cadeira de rodas, espada individual B. Guissoni foi campeão olímpico em Londres-2012 e atualmente é o vice-líder do ranking mundial da categoria. O esgrimista encarou Alexander Kuzyukov, do Comitê Paralímpico Russo, na grande decisão e acabou derrotado por 15 a 8.

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