Portas em automático. #Partiu Montevidéu! Apenas um gigante do futebol brasileiro poderá usar essa hashtag hoje à noite com destino à capital do Uruguai, sede da final deste ano da Libertadores 2021. Atletico-MG e Palmeiras decidem às 21h30, no Mineirão, em Belo Horizonte, quem pegará o primeiro avião com destino a felicidade de disputar o título continental contra Barcelona de Guayaquil ou Flamengo, em 27 de novembro, no lendário Estádio Centenário, parco da terceira decisão em jogo único do torneio.
Os dois times desembarcam no gramado do Gigante da Pampulha com planos de voo distintos. O Galo está em um céu de brigadeiro. A viagem rumo a quatro troféus na temporada segue tranquila. Depois de conquistar o Mineiro, o time do comandante Cuca lidera o Brasileirão com folga e está nas semifinais da Copa do Brasil contra o Fortaleza e da Libertadores diante do Palmeiras. O primeiro duelo terminou empatado por 0 x 0 no Allianz Parque, em São Paulo. Quem vencer leva, mas há variáveis. Se o placar do duelo de ida se repetir, a decisão da vaga será nos pênaltis. Igualdade com gols carimbará o passaporte alviverde para a decisão.
O Palmeiras vive tempos de turbulência. Iniciou a temporada perdendo três títulos. Foi vice do Flamengo na Supercopa do Brasil; do Defensa y Justicia na Recopa Sul-Americano e do São Paulo na decisão do Paulistão. A eliminação precoce da Copa do Brasil contra o CRB, no Allianz Parque, e a perda da liderança da Série A, justamente para o Atlético-MG, desafiam o piloto português Abel Ferreira a criar uma rota de emergência para passar com segurança pelo timaço do colega Cuca. A derrota para o rival Corinthians no fim de semana deixou o clima ainda mais tenso. Outro insucesso pode instaurar de vez a crise na cabine alviverde.
O deslocamento do Galo no radar da Libertadores caminha rumo à perfeição. Passou facilmente por Cerro Porteño, América de Cali e Deportivo La Guaira na fase de grupos e fez a melhor campanha geral. No mata-mata, desbancou as maiores potências do futebol argentino. Despachou Boca Juniors e River Plate de volta para Buenos Aires. A campanha será ainda mais inesquecível se os passageiros do voo rumo ao bi superar os útlimos dois campeões da LIbertadores — Palmeiras (2020) e Flamengo (2019).
O mapa de bordo do Palmeiras é cheio de altos e baixos. O alviverde avançou em primeiro na chave contra Defensa y Justicia, Independiente del Valle e Universitario. A partir do mata-mata, o time teve sucesso nos duelos com Universidad Católica e o arquirrival São Paulo na útlima exibição de gala da trupe de Abel.
Sob pressão, o técnico português promete um Palmeiras diferente. “Estaremos prontos, confiantes, trabalhando a parte mental. É um jogo que decide vaga para a final da Libertadores. Somos os atuais campeões e vamos defender o título com unhas e dentes. Com as novas armas e inteligência, vamos procurar entrar competitivos. Nosso objetivo é estar na final.”
Munições
Um dos trunfos é Dudu. Embora a estrela da companhia tenha apenas um gol em 14 jogos desde a volta ao Palmeiras, é quem tem mais capacidade de desequilibrar a partida. No primeiro jogo, ele deixou o campo chateado e trocou farpas com Abel Ferreira. Ouviu do treinador que “ninguém está acima dos interesses da equipe” e reagiu dizendo que o “Palmeiras é muito maior do que todos, sim”, e que cada um deve trabalhar para fazer a equipe evoluir. Os dois conversaram e o episódio foi superado.
Do outro lado, Cuca tem trabalhado a saúde mental do Atlético. “Não chegamos com pressão nenhuma, não podemos nos pressionar. Não é assim que funciona. Tomamos um gol em casa na Libertadores. Pode tomar dois na terça? Podemos, mas podemos fazer dois, três, quatro… Cada jogo é uma história”, comentou.
A autoestima de Cuca se escora em Hulk. O atacante é o vice-artilheiro da Libertadores, com sete gols, e na temporada balançou a rede 21 vezes, além de 11 assistências em 41 partidas. Apesar de ter perdido pênalti no jogo de ida, Hulk não perde o foco. “Esperamos fazer um grande jogo e pretendemos aproveitar mais as oportunidades”, promete o astro do Galo.
As bagagens históricas
Atletico-MG
Um título
O Atlético busca o segundo troféu continental. Esteve na final uma vez, em 2013, e venceu.
Técnico vencedor
Cuca esteve em duas decisões da Libertadores: campeão com o Atlético-MG e vice no Santos.
A massa
O Mineirão terá 30% da capacidade e a torcida do Galo historicamente pesa nas decisões.
Palmeiras
Dois títulos
O escudo alviverde ostenta as estrelas das conquistas da Libertadores de 1999 e 2020.
Tradição
Além dos dois títulos, o Palmeiras acumula três vices nas edições de 1961, 1968 e 2000.
Time de chegada
O Palmeiras caiu três vezes nas semifinais da Libertadores nas versões de 1971, 2001 e 2018.
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