Dudu é considerado, por muitos, um dos maiores ídolos recentes da história do Palmeiras. Esteve em campo em momentos importantes, mas, por questões pessoais, não pôde viver a conquista da Libertadores, em 2020. Ontem, o camisa 43 escreveu um dos capítulos que faltavam na relação com o clube e deu ao time paulista o direito de defender o trono continental e buscar a América pela terceira vez. No Mineirão, a equipe de Abel Ferreira soube sofrer. Na base da frieza, segurou o poder de fogo de um Atlético-MG empurrado por 18.350 mil torcedores nas arquibancadas, empatou por 1 x 1, e a confirmou um lugar na decisão da competição.
Durante o jogo decisivo em Minas Gerais, o Atlético-MG foi coração. Por outro lado, o Palmeiras apostou na razão para conter o ímpeto dos donos da casa e dos torcedores nas arquibancadas. A fórmula foi certeira e carimbou o passaporte alviverde para a defesa do bicampeonato continental, em 27 de novembro, no estádio Centenário, em Montevidéu. O time paulista aguarda de camarote o adversário. Hoje, o Flamengo coloca em campo uma vantagem de dois gols diante do Barcelona, em Guayaquil.
O primeiro tempo trouxe ao gramado duas equipes preocupadas em serem golpeadas. Em muitos momentos, Atlético-MG e Palmeiras mantiveram o equilíbrio dos 90 minutos disputados na última semana no Allianz Parque. O nervosismo também se fazia presente em campo. Com uma linha de cinco na defesa, três deles zagueiros, o alviverde neutralizou o Galo nos primeiros minutos, mesmo com alguns sustos. No ataque, porém, não conseguia ser incisivo. Na melhor oportunidade, Piquerez chutou forte, mas errou o alvo. O time mineiro procurava espaços na barreira defensiva, mas, quando passou — algumas vezes por erros do adversário —, parou no goleiro Weverton. Vargas teve duas boas chances. Hulk, outra.
Jogo se transforma
Os decisivos 45 minutos finais transformaram os ânimos da partida. O Atlético-MG assustou com Hulk, aos dois, mais foi na cabeça de Vargas que os mineiros tiraram o zero do placar. Jair fez cruzamento primoroso para o chileno subir alto e empurrar para as redes de Weverton. Em meio à comemoração mineira, Abel Ferreira apontou os dedos para a cabeça em um pedido de concentração. Animado e empurrado pela comemoração de seus torcedores, o Galo se lançou para o ataque. Protagonistas do primeiro gol, Jair e Vargas perderam boas chances de ampliar.
A partir dos 15, o Palmeiras ressurgiu. Primeiro, Rony perdeu de frente para Everson, que salvou a finalização com a palma da mão. O desafogo veio sete minutos depois. Gabriel Veron, sangue fresco no jogo, aproveitou escorregão de Nathan Silva e cruzou rasteiro para a área. Dudu se jogou na bola para empatar. No carrinho do camisa 43, a frieza proposta pelo Palmeiras virou explosão. A igualdade com gol marcado fora de casa — um dos critérios de desempate nos mata-matas da Libertadores — garantia a vaga.
O grito entoado pelos torcedores no Mineirão passou a ser o do “eu acredito”, mantra atleticano de outros momentos decisivos. Aos 31, Hulk tentou e bateu forte de esquerda. Weverton não foi enganado pelo desvio e salvou. Precisando do gol, o Atlético-MG ensaiou uma pressão final, mas esbarrou, mais uma vez, no sistema defensivo alviverde. Com o apito final, o Palmeiras comemorou a vaga para definir a Libertadores pela sexta vez na história — a segunda em forma consecutiva — e brigar para alcançar a Glória Eterna pela terceira vez.
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