A cidade maravilhosa foi palco do resplendor brasiliense na última semana. O Campeonato Brasileiro Interclubes de Remo e Para-remo de 2021 foi realizado no Rio de Janeiro (RJ), entre 20 e 26 de setembro. A participação dos atletas da capital federal foi a melhor da história do remo candango na competição. Ao todo, eles faturaram 4 medalhas de prata e 3 de bronze.
Angela Dornelles, Bárbara Barboza, Carmen Elisa Mattos, Caroline Wulf, Christian Barbbosa, Enrico Pizarro, Estevão Lopes, Flavia Nóbrega, Gabriela Corassa, Lara Pizarro, Lilia de Oliveira, Luciana Bex, Luiza Bulhões e Marília Brito formaram a delegação candanga.
Lara Pizarro, do clube Crossrowing, subiu três vezes ao pódio, ao conquistar o vice-campeonato no 2-JF, no 4xJF e no 4-JF. Enrico Pizarro e Pedro Silva, do mesmo clube, ficaram com a prata no 8+JM.
Christian Barbbosa, do Remo Brasília, conquistou o inédito bronze candango no Skiff Sênior. A equipe do 8+F, formada por Caroline, Flávia, Carmen, Gabriela, Luiza, Lara, Luciana e Lilia, também ficou com o terceiro lugar do pódio. As remadoras são dos clubes Remo Brasília, Asbac-Guaíba, Crossrowing e Clube Naval de Brasília.
Estevão Lopes foi o único paratleta do quadradinho a entrar na Lagoa Rodrigo de Feitas, na capital fluminense. Pelo clube Capital do Remo, no qual é o sócio-fundador, conquistou a primeira medalha do para-remo candango, ao ficar com o bronze do PR1. “Desde a hora que a gente embarcou, eu senti aquela adrenalina e um frio na barriga. Por mais que eu já tenha ido em várias competições, essa foi como se fosse a primeira. E estar no Rio de Janeiro é surreal, é um dos lugares mais lindos do mundo”, comentou Estevão.
Segundo Mauro Osório, presidente da Federação Brasiliense de Vela Adaptada (FBVA), o sucesso dos representantes do DF na capital carioca se deu, entre vários fatores, pelo Lago Paranoá ser convidativo para a prática dos esportes náuticos. O presidente da FBVA ainda destaca que nas competições de canoagem, paracanoagem, maratona aquática, vela, remo e para-remo sempre têm atletas de Brasília ou que atuaram na capital, justamente pela amistosidade da água doce do Paranoá.
“Os brasilienses sempre buscaram muito as atividades físicas. Nesses últimos 20 anos, isso aumentou demais. Isso trouxe muitos adeptos aos esportes náuticos, porque o Lago foi redescoberto, as pessoas passaram a se interessar cada vez mais pelo local. Isso gera um celeiro de campeões”, explica Mauro Osório.
O multiatleta candango
De Brasília, Estevão Lopes acumula passagens pela vela adaptada, paracanoagem e para-remo. Também é educador físico e advogado, mas foi nos esportes náuticos que teve a oportunidade de viajar o mundo para participar de competições internacionais. O atleta passou por 30 países e conquistou o direito de disputar os Jogos Paralímpicos da Rio-2016.
O atleta entrou no mundo dos esportes após o acidente que o deixou paraplégico em 2012. Estevão foi atingido por uma bala perdida quando saía de uma festa. Ele fez a recuperação na Rede Sarah, que mantém uma parceria com o programa Vela Para Todos. Foi assim que Lopes chegou às águas.
Depois de anos de atuação como atleta, Estevão percebeu que gostaria de transformar a vida de mais pessoas com deficiência por meio do esporte, principalmente a de crianças. Em 2016, se uniu a Eduardo Freitas para fundar o complexo náutico Clube do Remo. Pouco tempo depois, levou o projeto Vela Para Todos, desenvolvido por Mauro Osório, ao local. “Nunca imaginei que, de atleta, eu conseguiria me transformar em um gestor. Hoje, minha vida é pautada em ajudar o próximo”, afirma, bastante inspirado no antigo mestre, que, agora, é parceiro na empreitada.
O projeto social Vela Para Todos foi idealizado por Mauro Osório em 2009. O trabalho funciona em parceria com a Rede Sarah; com a Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB); com o Centro de Ensino Especial para Deficientes Visuais — instituto vinculado ao Governo do Distrito Federal (GDF) — e com o Centro de Ensino Auditivo Ludovico Padovani.
Também são feitas atividades semestrais com as crianças da Abrace pelo programa Abrace e Veleje, mas está paralisado devido a pandemia de covid-19. Osório estima que entre 100 e 150 atletas já foram formados pelo programa.
Mais brasilienses em ação
Na última terça-feira (28/9), Maria Iracema Ferreira e Carmen Charchar embarcaram rumo a Palermo, na Itália, para participarem do Mundial de Vela Adaptada Classe Hansa 303. O torneio ocorrerá entre 2 e 9 de outubro e reunirá 181 atletas de 24 países.
*Estagiária sob supervisão de Maíra Nunes
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