LIBERTADORES

O vizinho imaginário de Abel

Candinho e Crespo moram no condomínio do português, mas não são os "chatos" citados pelo técnico

Correio Braziliense
postado em 01/10/2021 00:09
 (crédito: Ricardo Moraes/AFP - 29/1/21 )
(crédito: Ricardo Moraes/AFP - 29/1/21 )

Abel Ferreira deu uma de suas entrevistas mais curiosas depois de conduzir o Palmeiras à final da Libertadores. Incomodado com questionamentos a respeito de seu trabalho, o técnico português enviou recado a um suposto vizinho “chato”, em tom de desabafo. Mas quem seria esse indivíduo tão irritante que incomoda o comandante alviverde dessa maneira? O episódio mobilizou o condomínio onde mora Abel.

A reportagem conversou com pessoas ligadas a Abel e com moradores do prédio onde o português reside na Zona Oeste de São Paulo, próximo ao CT do Palmeiras, para entender a questão. Descobrimos que, na verdade, o suposto vizinho seria uma metáfora criada pelo treinador para rebater os críticos de seu trabalho. O recado seria direcionado à imprensa e parte da torcida que criticam suas escolhas e estratégias no comando da equipe.

O português se exaltou muito quando Dudu marcou o gol de empate com o Atlético-MG que garantiu o Palmeiras em mais uma decisão do torneio continental, a sexta na história do clube, e teve de ser contido pelo gerente de futebol, Cícero Souza, e o auxiliar Vitor Castanheira, quando gritava em direção a uma das câmeras da transmissão da partida no Mineirão.

“Quando apontei pra câmera, não foi pra nenhum jogador ou o treinador do Atlético-MG. Tenho um vizinho que mora no meu prédio que é um chato. Foi diretamente ao meu vizinho, porque quem manda na minha casa sou eu. Está calado! Quem trabalha dentro do CT sou eu e meus jogadores. Defendo meus jogadores porque são meus nas vitórias e derrotas. Ao meu vizinho, xiu”, esbravejou o técnico.

A reportagem consultou pessoas que moram no mesmo condomínio de Abel. Segundo os vizinhos, o português é discreto, comedido, introspectivo e não frequenta tanto o local, visto que dedica boa parte de seus dias ao trabalho, nos treinos na Academia de Futebol ou em jogos com o Palmeiras. Em suas primeiras semanas de Palmeiras, quis morar no CT para se ambientar. Está perto de completar 11 meses no comando palmeirense e é o segundo técnico mais longevo do futebol brasileiro.

Ontem, dia seguinte à classificação alviverde, o técnico ganhou folga, bem como o elenco. Foi visto saindo de seu carro da garagem de seu prédio e acenou rapidamente para quem passava por ali. Um dos vizinhos de Abel no condomínio na capital paulista exerceu por muito tempo a mesma profissão do português e também trabalhou no Palmeiras. É Candinho, ex-jogador, técnico e dirigente do time alviverde. “Eu me dou muito bem com ele. Já almoçou e jantou em casa. Conheci a família dele quando veio de Portugal. Já jantamos juntos algumas vezes”, conta, aos 76 anos, o treinador da Portuguesa no vice-campeão brasileiro de 1996. Candinho foi auxiliar de Vanderlei Luxemburgo na Seleção e até comandou o Brasil contra a Venezuela nas Eliminatórias para a Copa de 2002.

Candinho diz nunca ter ouvido alguma reclamação sobre Abel no condomínio, nem o contrário. “É simpático e uma pessoa até difícil de encontrar. O pessoal do prédio sempre diz que ele sai cedo e volta muito tarde. É um cara que trabalha demais no Palmeiras. Ninguém reclama dele aqui”, descreve.

A menção de Abel ao suposto vizinho desagradável repercutiu no conjunto residencial, onde também mora o técnico do São Paulo, o argentino Hernán Crespo. Alguns jogadores de Palmeiras e São Paulo moram em prédios no mesmo bairro.

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Everton Ribeiro defende rodízio no Flamengo

Finalista da Libertadores depois de vencer o Barcelona de Guyaquil por 4 x 0 no placar agregado, o Flamengo teve o elenco inteiro à disposição nas semifinais, mas a situação foi diferente na última rodada do Campeonato Brasileiro. Para Éverton Ribeiro, a estratégia de “poupar” jogadores é importante.

Ao desembarcar no Rio de Janeiro, ontem, o meia foi questionado sobre o fato de alguns atletas não terem atuado contra o América-MG, no último domingo, em Belo Horizonte. Éverton Ribeiro foi um dos poupados pelo técnico Renato Gaúcho, além do goleiro Diego Alves e do centroavante Gabriel.

Segundo o meia, o elenco rubro-negro permite que seja feito o “rodízio” e reforçou a necessidade de ser poupado em alguns momentos. “Às vezes, a gente precisa parar um pouco. Treinar e se preparar para estarmos na melhor forma. A gente tem uma equipe com grandes jogadores, que podem entrar para ajudar e dar conta do recado. O Renato tem feito isso muito bem”, disse.

Classificado à final da Libertadores contra o Palmeiras, em 27 de novembro, no estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, o Flamengo vira a chave e foca no Campeonato Brasileiro. A tendência é de que Renato Gaúcho poupe alguns titulares novamente. O time encara o Athletico-PR, domingo, às 16h, no Maracanã, pela 23ª rodada da Série A. Enquanto o Flamengo ocupa a quarta colocação, com 35 pontos — e três jogos a menos que a maioria dos rivais —, o Athletico-PR está em nono lugar, com 30. O líder é o Atlético-MG, com 46 pontos.

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