FUTSAL

O bronze é a cor do recomeço

No primeiro mundial sob a tutela da CBF, Brasil termina com lugar no pódio e aprendizados para o futuro

Danilo Queiroz
postado em 03/10/2021 23:15
 (crédito: Thais Magalhaes/CBF)
(crédito: Thais Magalhaes/CBF)

A participação do Brasil na Copa do Mundo de futsal, na Lituânia, foi encerrada com um lugar no pódio. Ontem, o time verde e amarelo se recuperou da sofrida derrota na semifinal para a Argentina e venceu Cazaquistão, de virada, por 4 x 2. O triunfo valeu o terceiro lugar no pódio e o bronze na principal competição de seleções da modalidade. O sonho do hexacampeonato da Fifa não foi concretizado, mas a medalha conquistada na primeira disputa com o time sob a tutela da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deixa diversos aprendizados e esperança de dias melhores.

Atravessando profunda crise financeira, a Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) repassou a gestão para a CBF em abril. A decisão atendeu um pleito antigo dos jogadores da modalidade no Brasil. Na visão de quem pratica o esporte, a mudança foi um passo muito importante para o desenvolvimento da estrutura. A conturbação do ciclo para a Copa do Mundo na Lituânia cobrou um preço alto, que foi contornado muito pelo talento e esforço de jogadores e comissão técnica da Seleção. O time foi 19 meses sem atuar — desde fevereiro de 2020 — e teve uma preparação de apenas 30 dias na Granja Comary.

Em meio ao caos, o Brasil ganhou no coletivo. O torneio na Lituânia foi o primeiro Mundial sem Falcão — maior ídolo brasileiro do esporte, aposentado desde 2018. Em quadra, sob o comando de Marquinhos Xavier, Ferrão, Guitta, Pito, Rocha e Rodrigo foram alguns dos jogadores que se destacaram pela entrega e qualidade com a bola no pé. Guiaram o time durante toda a campanha com personalidade. Rodrigo, com 37 anos, não deve disputar o torneio de 2024. Entretanto, a renovação da Seleção se faz presente em nomes como o de Leozinho, de apenas 22 anos, e com algumas Copas pela frente.

Diante de todas as variáveis negativas do ciclo desde a queda nas oitavas de final em 2016 — o pior resultado do Brasil em Copas —, o terceiro lugar na Lituânia foi mais que honroso. Serviu para renovar as esperanças com foco na próxima edição do Mundial, daqui a três anos. Para ela, a preparação será feita toda sob os cuidados da CBF. “Para esse grupo, para esse ciclo, talvez a medalha de terceiro lugar possa, não digo abrilhantar tudo que foi feito, as pessoas querem o primeiro lugar, mas é importante a gente sair daqui marcando esse momento, essa passagem”, destacou o técnico Marquinhos Xavier

“Ao final, acreditar no que precisávamos fazer, colocar o Brasil nesta colocação é importante para marcar o propósito dessa Seleção. Iniciamos um novo trabalho a partir daqui. As coisas vão caminhar. Espero que o futsal brasileiro cresça e ganhe espaço. Esse é o esporte que aprendemos a amar e é a nossa profissão”, continuou Xavier. “A gente tem que olhar para frente. Essa Seleção ainda tem muito para ganhar. O Brasil voltou a gostar de futsal. Depois de muito tempo que a gente não via isso do povo brasileiro e isso é bom para gente”, complementou Ferrão.

O jogo
Em quadra, ontem, o Brasil fez jogo duro com o Cazaquistão, em Kaunas. Akbalikov colocou o país asiático na frente. Taynan, contra, empatou para a Seleção e, depois a favor, recolocou os adversários na frente. Antes do intervalo, Rodrigo empatou. Na volta para o jogo, o time verde e amarelo deslanchou. Ferrão virou e Lé garantiu o triunfo que valeu o terceiro lugar na Copa do Mundo da Lituânia.

“Para esse grupo, para esse ciclo, talvez a medalha de terceiro lugar possa, não digo abrilhantar tudo que foi feito, mas é importante a gente sair daqui marcando esse momento, essa passagem”

Marquinhos Xavier, técnico


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Portugal fica com o título

Portugal garantiu o inédito título da Copa do Mundo graças ao herói Pany. O jogador fez os dois gols na decisão diante da Argentina, que defendia o título. O goleiro Bebé fechou a meta no fim e também deu enorme contribuição na vitória, por 2 x 1. Um pedido de desafio do técnico português Jorge Braz foi decisivo. Ele cobrou revisão de uma agressão de Borruto em Ricardinho. Após olhar o VAR, o árbitro expulsou o argentino.

Com um jogador a mais por dois minutos, os portugueses conseguiram abrir o marcador com Pany. O atacante bateu forte e indefensável no momento em que o quarto jogador voltava nos rivais. Naquele momento, Basile já havia carimbado a trave para a Argentina. Na etapa final, Erick quase faz um golaço. Passou por dois argentinos e deu cavadinha, carimbando o travessão.

A partida estava bastante disputada até Pany ampliar, aos 12 minutos, batendo colocado. Claudino, na saída de bola, diminuiu, recolocando a Argentina na briga pela medalha de ouro. A atual campeã cresceu e começou a acumular chances perdidas. O goleiro Bebé fazia grandes defesas. Com o passar do tempo, o clima esquentou, com entradas mais fortes e jogadores se peitando.

Restando três minutos, a Argentina foi para o tudo ou nada com Cuzzolino como goleiro linha. O desafio que ajudou os portugueses, não deu resultado para os argentinos em um pedido de pênalti. A arbitragem viu como irregular o toque de mão. Portugal se segurou no fim, ainda levou uma bola na trave restando um segundo, mas fez a festa. “Não sei o que falar, estou muito feliz. Não sou herói. É um título do grupo todo”, afirmou Pany.

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