Quase três mil quilômetros separam o Estádio Centenário, em Montevidéu, capital do Uruguai, do coração de Brasília, centro do poder no Brasil. Em 27 de novembro, a arena sagrará a Glória Eterna para Flamengo ou Palmeiras. Com a final nacional, muitos alviverdes e rubro-negros do Distrito Federal sonham em ocupar as arquibancadas e verem a briga dos times pelo tri da Libertadores. E, para estar na final com os últimos campeões como protagonistas, vale tudo: caravana, uma road trip, voo direto, ir à Porto Alegre (RS) e, de lá, pegar um ônibus e, até mesmo, fretar um jato em grupo. Essa última e inusitada opção passou a ser alternativa entre os brasilienses.
A empresa Sete Táxi Aéreo, de Goiânia (GO), está sendo procurada por torcedores desde agosto. Mas, no fim de setembro, os pedidos de cotação de aeronaves aumentaram. Há cerca de 20 dias, três jatos, que comportam 12 passageiros, foram reservados para o roteiro. E tem mais um que aguarda a finalização do aluguel na próxima semana. Agora, a companhia só tem aviões com capacidade para sete pessoas e dois tripulantes para o período. Os maiores já estão esgotados. Segundo a companhia, é comum essa alta procura pelas aeronaves para jogos decisivos com times brasileiros. O mesmo ocorreu em 2019, quando o Flamengo foi à final da Libertadores, em Lima, capital do Peru.
O torcedor palmeirense Alex Jacob cogitou alugar, em grupo, um jato particular para ir a Montevidéu. “Disseram que sairia por volta de R$ 50 mil. Aí, pensei que, com 12 pessoas, ficaria R$ 4 mil para cada um. A primeira coisa que me perguntaram, quando dei a data, foi: ‘É para final, né? Está alta a procura e não temos mais de 12 pessoas, só de sete’. Quando mandaram os valores, ficava mais caro do que a passagem de avião e eu desisti dessa ideia”, relata. Agora, o alviverde deve ir de caravana ou de carro e ainda profetiza: “O Palmeiras vai ser campeão. Os flamenguistas podem não gostar, mas este ano é nosso”.
Os amigos rubro-negros, Glênio da Costa e Aleixo Silva, vão fazer uma viagem de carro de Brasília até Montevidéu com mais seis parceiros de torcida. “A expectativa pelo nosso tricampeonato é grande e também teremos a emoção de estar no Estádio Centenário, onde o Flamengo ganhou a primeira taça Libertadores, em 1981”, explica Aleixo. Essa não será a primeira vez que os dois estarão juntos nas arquibancadas em uma final de Libertadores. Eles também viajaram para Lima, em 2019.
Os amigos já planejavam a ida para o Uruguai antes mesmo das semifinais. A intenção era ir de avião, por isso, pesquisaram os valores de passagens e de hospedagem com antecedência. Glênio chegou a comprar o bilhete aéreo para 20 de novembro — data que a final estava marcada inicialmente —, mas, com o adiamento para o dia 27, não conseguiu fazer a troca da passagem devido ao aumento dos valores. Foi, então, que os companheiros decidiram ir de carro. “Uma viagem dessa com os amigos é uma aventura e tanto. Uma história para contar por muitos anos”, conta Glênio.
Caravanas
A Mancha Verde, torcida organizada do Palmeiras, começou a planejar a caravana alviverde logo após o jogo de volta contra o Atlético-MG, que colocou o Palestra na final. A pretensão é de que 108 pessoas, acomodadas em dois ônibus, saiam do Distrito Federal rumo ao Uruguai dias antes da grande decisão. No meio da caravana palmeirense, estará Bruno Liporoni e o filho de sete anos, Vinícius, que já viajou com o pai a São Paulo (SP) e a Belo Horizonte (MG) para torcer, de perto, pelo time do coração. “Depois de muito tempo, quase dois anos afastado dos estádios, devido à pandemia (de covid-19), e poder voltar, lógico que com segurança: tem que estar vacinado e seguir todos os protocolos, vai ser sensacional! É mais um aperitivo aí para conseguirmos encher os ônibus”, se anima.
A organizada Raça Rubro-Negra iniciou o planejamento da viagem há um mês. “Começamos a especular os valores de uma caravana de ônibus para podermos chegar até o Uruguai. Já é uma tradição, dentro de torcida organizada, as viagens de ônibus. Muitos outros também vão de avião ou de carro. O pessoal está bastante animado para assistir ao jogo”, conta o diretor Luís Filipe Santos. Ele está com a passagem para Porto Alegre comprada há duas semanas e, quando chegar na capital do Rio Grande do Sul, ainda vai pegar um ônibus e encarar 805 km até Montevidéu.
*Estagiária sob supervisão de Danilo Queiroz
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No Brasileirão, Fla faz três no Athletico-PR
O Flamengo, finalista da Libertadores, levou a melhor sobre o Athletico-PR, finalista da Sul-Americana, ao vencer por 3 x 0, na tarde de ontem, no Maracanã, no Rio de Janeiro, pela 23ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Éverton Ribeiro, Bruno Henrique e Andreas Pereira fizeram os gols rubro-negros. O resultado colocou o time rubro-negro na terceira posição na classificação da competição nacional.
O resultado foi todo construído no primeiro tempo. Com quatro minutos, Everton Ribeiro aproveitou rebote de bola na trave e empurrou para o gol vazio. Aos nove, Gabi cruzou na medida para Bruno Henrique ampliar. Com 48, o Flamengo fez um golaço. Em contra-ataque de almanaque e apenas dez toques na bola, Arrascaeta rolou para Andreas Pereira deslocar o goleiro Santos e anotar o terceiro.
O belga, que chegou recentemente e já garantiu sua vaga de titular no time do técnico Renato Gaúcho, se destacou diante dos paranaenses e saiu de campo como o melhor da partida. "O time vem voando, jogando bem. Entrar nessa equipe facilita muito meu trabalho. Lógico que a concorrência é muito grande. O elenco é muito forte. É preciso trabalhar todo dia e mostrar que sou capaz de ajudar a equipe', disse o jogador.
Renato Gaúcho também destacou a boa fase do rubro-negro após a vitória. “Meu trabalho está ligado ao grupo. Os números não mentem. O Flamengo está em semifinal de Copa do Brasil, final de Libertadores, estamos brigando no Brasileiro. Vamos dar continuidade para chegar ao objetivo de dar a volta olímpica”, ressaltou o treinador. Fora de campo, o rubro-negro encaminhou as renovações de Diego Alves, Filipe Luís e Diego até o fim de 2022.
Palmeiras empata e fica mais longe do líder
As duas faces de um mesmo resultado foram experimentadas pelo Palmeiras em um período de somente quatro dias em duas competições diferentes. Se na quarta-feira o empate, por 1 x 1, com o Atlético-MG, no Mineirão, valeu a classificação para a segunda final seguida de Libertadores e foi bastante comemorado pela torcida, ontem, a igualdade pelo mesmo placar diante do Juventude, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro, foi lamentada e teve um gosto de frustração para o time alviverde.
Entre os três times mais bem posicionados na classificação da Série A após 23 rodadas, o Palmeiras foi o único a tropeçar. Agora, o alviverde está a 10 pontos de distância do líder Atlético-MG e somente com um de vantagem para o Flamengo, o terceiro colocado. O resultado, portanto, complica ainda mais a busca pelo título nacional.
O Juventude saiu na frente com cinco minutos, quando Guilherme Castilho cobrou falta lateral na direção do gol e surpreendeu Weverton. Danilo empatou, aos 28, após cobrança de escanteio de Gustavo Scarpa. O time alviverde se lançou ao ataque no segundo tempo e chegou a colocar uma bola na trave. Entretanto, a equipe da casa não fez o suficiente para deixar o Allianz Parque com mais três pontos na Série A.
Ao apito final, Gabriel Menino não jogou a toalha na perseguição ao Atlético-MG pelo título brasileiro. “Acho que nada é impossível. A gente vai buscar até o fim, jogo a jogo. Não foi o resultado que a gente queria, mas é focar no próximo jogo porque não acabou o campeonato ainda. Faltou um pouco de capricho no último passe e nas finalizações”, avaliou o lateral-direito palmeirense.