UFC

"O cinturão continua no Brasil"

Em conversa com o Correio, Charles do Bronx abordou preparação para lutas e polêmicas com possíveis adversários

Victor Parrini*
postado em 08/10/2021 22:48
 (crédito: Carmen Mandato/AFP - 15/5/21 )
(crédito: Carmen Mandato/AFP - 15/5/21 )

Brasília recebeu, durante a última semana, um dos grandes nomes da atualidade do Ultimate Fighting Championship (UFC). Charles de Oliveira, conhecido no mundo das artes marciais como Charles do Bronx, visitou o Distrito Federal para a gravação do videoclipe da música O céu é o limite, junto ao cantor Tcheller Durrepp, e conversou com o Correio a respeito dos próximos desafios nos octógonos.

Atual campeão do peso-leve (até 70kg), do Bronx tem uma importante luta marcada para 11 de dezembro, em Las Vegas, nos Estados Unidos. No UFC 269, o brasileiro defenderá o cinturão pela primeira vez diante do americano Dustin Poirier. Recordista de finalizações no UFC — com 14 —, Charles quer continuar fazendo história e manter o status de principal nome da categoria.

O paulista de 31 anos disse estar se preparando para o novo desafio e mostrou otimismo para o combate. “Sei que vai ser uma luta dura, mas vou tentar levar o meu melhor para dentro do octógono. Se for a vontade de Deus, com certeza esse cinturão continua aqui no Brasil. Então, é isso, é levar ousadia, alegria e conquistar esse título para nós”, complementou.

O lutador detalhou, ainda, o sentimento de retornar à capital federal e relembrou a disputa do UFC Brasília, realizado em março de 2020. No evento, ele venceu o americano Kevin Lee. “Toda vez que venho a Brasília, sou muito bem tratado. Os brasilienses gostam muito de mim. Quando vim para a disputa do UFC aqui, durante a pandemia, senti o carinho e sou muito grato por isso”, ressaltou.

* Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

 

Entrevista // Charles do Bronx

Como está a preparação para o UFC 269?
Estou muito feliz em viver essas coisas. Viemos aqui fazer o lançamento da plataforma de apostas e agora para o lançamento do videoclipe. Mas, lógico, nunca vou perder o foco, sempre vou estar treinando e esperando a minha oportunidade de lutar. Em 11 de dezembro, a gente vai lutar pelo cinturão e defender aquilo que é nosso e, com certeza, o título vai continuar aqui no Brasil

Qual a sua análise fria da luta contra Porier?
Antes do combate, passei a semana acompanhando os dois lutadores de perto e, na minha visão, o Mcgregor ganharia, mas o Dustin Poirier surpreendeu e venceu. No entanto, me enxergo melhor do que o Poirier, tanto no chão quanto em pé, fisicamente e também espiritualmente. Esse cinturão continua aqui no Brasil. Lógico, será uma luta dura, ele merece todo respeito do mundo, mas eu estou em outro patamar, em outro nível.

Como enxerga os elogios de Poirier a você?
Poirier é respeitador, não é bobo e está falando a verdade. São onze anos que luto pelo UFC, enfrentando os melhores e fazendo história. Sou recordista de finalizações e bônus, não estou à toa. O campeão dos pesos leves se chama Charles Oliveira, Charles do Bronx.

Isso mostra que o MMA é mais que um “todos contra todos”?
Na realidade, muitos lutadores não gostam um dos outros, de verdade, e eu não tenho treta contra nenhum competidor. Sou amigo de todos. Estou ali para trabalhar, fazer aquilo que é nosso esporte. Darren Till falou bem de mim, sempre me tratou bem, me elogiou e não tem porquê eu não estender a mão para ele.

Qual é o sentimento de ser uma referência nesse universo?
Sou muito grato por isso. Venho de uma comunidade. Então, meu sonho é inspirar a molecada para procurar algo melhor e não através do errado, o crime. Poder ver atletas que já têm um grande nome, como o Marlon, dizer que sou como espelho, me motiva cada vez mais a treinar, me dedicar e fazer história. Fico feliz e sou grato.

Justin Gaethje disse que as suas lutas não costumam ser de alto nível. Como encara isso?
Sabe aquele cara que está ofuscado? Não tem o que falar? Esse é o Justin Gaethje. Eu tenho nove vitórias seguidas, recordes de finalização e bônus. Eu não deixo na mão do juiz. Ou vou para o nocaute, ou finalização. Esse cara é mais um que vai cair sentado na minha frente. Procuram algo para poder tentar entrar na minha mente. Mas estou bem mentalmente e espiritualmente.

O que dizer para os fãs de todo o Distrito Federal?
É agradecer pelo carinho de todos, que continuem pensando positivo, muita oração, e mandando muita energia para que esse cinturão continue no Brasil. Esse título não é só meu, é de todos vocês também que torcem e vibram.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação