Projeto Social

Conheça projeto Skate para Crianças Autistas realizado em escola do DF

O programa foi criado por uma professora do Jardim de Infância 303 Sul, em 2014, para contribuir com o desenvolvimento dos estudantes por meio do esporte

Júlia Mano*
postado em 15/10/2021 16:30 / atualizado em 15/10/2021 21:26
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Professora há 29 anos e skatista há 34, Juliana Porto Gomes, 49, é a idealizadora do projeto. A educadora começou a trabalhar no Jardim de Infância 303 Sul em 1996, mas somente em 2014 decidiu unir a antiga paixão pelo esporte ao trabalho que faz na turma com estudantes com transtorno do espectro autista (TEA). Assim, surgiu o “Skate para Crianças Autistas”.

Juliana conheceu a prancha com quatro rodas em 1987, mas passou a treinar diariamente e a participar de competições apenas 15 anos mais tarde. A partir dessa experiência mais profunda no skate, ela percebeu que os vários aspectos da modalidade poderiam ser trabalhados com as crianças no desenvolvimento delas. “Equilíbrio, destreza, foco, confiança, percepção tátil, linguagem matemática, produção de artes visuais com o tema, além de ser muito prazeroso andar de skate", enumera a professora.

Para tocar o projeto, Juliana contou tanto com apoio dos pais dos estudantes, quanto de professoras e diretoras da escola. "A probabilidade de uma criança autista participar disso é mínima, a não ser que os familiares também pratiquem o esporte”, ressalta a educadora. Ela estima que 54 crianças foram impactadas com o projeto, que atualmente atende seis estudantes do período matutino.

 

 

Os estudantes sobem no skate descalços para se trabalhar a percepção tátil
Os estudantes sobem no skate descalços para se trabalhar a percepção tátil (foto: Arquivo Pessoal)

 

Atividades desenvolvidas

Antes da pandemia, a atividade era oferecida aos alunos uma vez por semana com o longboard da própria professora. Além da parte prática de andar de skate, os estudantes que passaram pela escola desde 2014 receberam visita de skatistas, fizeram artes visuais sobre o esporte e puderam participar de eventos da modalidade. Juliana destaca que os alunos também subiam descalços na prancha para sentirem a lixa e, com isso, trabalhar a percepção tátil e o equilíbrio.

Com a chegada da pandemia de covid-19 no Brasil, houve a necessidade do isolamento social, assim, as aulas das escolas do país passaram a ser ministradas de forma remota e on-line. O mesmo ocorreu com o projeto. Juliana precisou adaptá-lo à nova realidade e inseriu o trabalho com o skate de dedo.

 

Durante a pandemia, foi trabalhado o skate de dedo
Durante a pandemia, foi trabalhado o skate de dedo (foto: Arquivo Pessoal)

 

Retorno ao presencial

Um evento produzido pelo Jardim de Infância 303 Sul marcou o retorno das atividades presenciais do projeto na quarta-feira (13/10). A festividade contou com a presença de amigos skatistas de Juliana, entre eles, o professor de skate Robson Ventura. "Fico muito realizada em poder dar a oportunidade deste momento tão rico de aprendizado e alegria para os nossos estudantes autistas do Jardim de Infância 303 sul”, orgulha-se Juliana.

A educadora da escola ainda conseguiu doação de equipamentos e o apoio de uma loja especializada na modalidade. “Com a grande visibilidade que o skate ganhou, acredito que o projeto possa crescer cada vez mais e aumentar o número de apoiadores", almeja.

 

Serviço

Skate para Crianças Autistas
Endereço: Escola Jardim de Infância 303 Sul (SQS 303, Área Especial)
Contato: (61) 9617-9773 - Juliana Porto


*Estagiária sob supervisão de Maíra Nunes

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    Durante a pandemia, foi trabalhado o skate de dedo Foto: Arquivo Pessoal
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    Os estudantes sobem no skate descalços para se trabalhar a percepção tátil Foto: Arquivo Pessoal
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