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Na véspera do Dia do Professor, Tite comemora três ex-alunos empregados como técnicos na Série A, convence César Sampaio a abraçar profissão e desconversa sobre longevidade semelhante à do mestre Tabárez no Uruguai

Marcos Paulo Lima
postado em 14/10/2021 00:29
 (crédito: Lucas Figueiredo/CBF)
(crédito: Lucas Figueiredo/CBF)

Aos 25 anos, Adenor Leonardo Bachi, o Tite, conciliava o emprego de meia daquele Guarani vice-campeão do Brasileirão contra o São Paulo com a vida de calouro da faculdade de educação física na Pontifície Universidade Católica de Campinas (SP). Formado, o hoje sessentão foi de aluno a técnico da Seleção Brasileira. Amanhã, Dia do Professor, ele pode se orgulhar do legado acadêmico construído nas quatro linhas da academia do futebol. Três ex-auxiliares dele comandam times da Série A: Sylvinho (Corinthians), Fabio Carille (Santos) e Guto Ferreira (Bahia). O próximo na linha de produção pode ser, um dos atuais assistentes: César Sampaio.

“Conheci o Tite no curso de treinadores da CBF. Estávamos estudando. Não tinha tanta proximidade. Fui convidado pelo Juninho Paulista (coordenador) para ser auxiliar pontual, depois efetivado e tem sido desafiador e prazeroso. Descobri aqui uma maneira de integração totalmente diferente nessa parte de gestão. Estou encantado, feliz com que estamos produzindo. Eu tinha dúvida quando cheguei aqui, mas hoje estou seguro de que darei sequência na minha carreira de treinador, sim”, afirmou o autor de três gols na Copa de 1998 ao Correio.

Antes da resposta, Tite interrompeu para citar outro ex-aluno. “Roger Machado”. Além de César Sampaio, Tite tem ao lado Cleber Xavier e o filho Matheus Bachi.

César Sampaio tem sentido a pressão do cargo. Há três anos, Tite desembarcou na Copa da Rússia praticamente como unanimidade. A Seleção encantava nas Eliminatórias. A derrota para a Bélgica nas quartas virou a chave. Tite é questionado. O futebol do Brasil é insosso e não passa confiança a 13 meses da Copa.

Hoje, às 21h30, na Arena da Amazônia, em Manaus, o Brasil terá pela frente um Uruguai comandado há 15 anos pelo mesmo treinador: Óscar Tabárez. Nesse período, a Seleção teve à frente Dunga, Mano Menezes, Luiz Felipe Scolari, Dunga de novo e Tite. O desgaste no cargo é evidente em uma resposta ao Correio. Questionado se teria cabeça para mais 10 anos à frente da Seleção ou se a Copa do Qatar-2022 é o ponto final da missão, fugiu da pergunta e até filosofou.

“Eu estou me lembrando de um poeta gaúcho. Ele falava que a grande caminhada é sempre olhar para o próximo passo. Tenho orgulho muito grande de estar como técnico da Seleção hoje. E viver hoje. E fazer o melhor trabalho possível. Eu quero ter essa paz comigo mesmo. Então, é sempre o próximo passo que eu vou estar atento", afirmou.

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AFAGO

 (crédito: Nelson Almeida/AFP)
crédito: Nelson Almeida/AFP

Depois de dar entrevista à DAZN afirmando que a Copa de 2022 pode ser a última da carreira, Neymar treinou, ontem, sob os olhares do pai, na Arena da Amazônia, em Manaus. Seu Neymar da Silva Santos teve acesso à arquibancada e deu afagos ao atacante. Questionado sobre o apoio familiar a Neymar na atividade de ontem, o técnico Tite desconversou: “Essas situações são normais e particulares de cada um. Converso com Neymar de ele vir para a Seleção e desfrutar”.

Como uma ideia argentina ajudou o Brasil

 (crédito: Lucas Figueiredo/CBF)
crédito: Lucas Figueiredo/CBF

Possível novidade da Seleção entre os titulares hoje, às 21h30, contra o Uruguai, em Manaus, pelas Eliminatórias para a Copa de 2022, o atacante Raphinha é um achado descoberto pelo técnico argentino Marcelo “El Loco” Bielsa. Destaque na virada contra a Venezuela e no empate por 0 x 0 com a Colômbia, o jogador do Leeds United deve ganhar a posição de Gabigol hoje à noite.

Raphinha está na Seleção porque o técnico argentino Marcelo Bielsa pediu ao Leeds United o pagamento de 25 milhões de euros para tirá-lo do Rennes da França. O atacante gaúcho chamou mais atenção de Tite na Premier League do que na Ligue 1. Foi convocado pela primeira vez na Data Fifa de setembro, não se apresentou porque o clubes ingleses impediram, mas aproveitou a chances e tornou-se solução para um setor carente desde o início da Era Tite.

A ponta-direita do Brasil ainda não tem dono. Passaram por ali Willian, Philippe Coutinho, Douglas Costa, David Neres, Everton Cebolinha, Richarlison, Gabriel Jesus e Everton Ribeiro, mas ninguém se apodera daquela fatia do campo. É cedo para dizer que Raphinha chegou para tomar conta do pedaço, óbvio, mas ele tem mostrado personalidade.

Autor de duas assistências contra a Venezuela, faz na Seleção o que realiza no Leeds. Foi autor de nove assistências na temporada passada, sempre buscando Tyler Roberts e Bramford. Quando é possível, ele também balança a rede. A essência é servir, jogar para o time pela direita.

“Tite pediu para eu fazer o que faço no Leeds United e me trouxe até a Seleção. Assistência vale a mesma coisa que o gol. Sou um jogador de beirada”, afirmou depois da vitória contra a Venezuela.

Tite é cauteloso. “Ele é jogador externo que dá amplitude, velocidade. Tem jogada de linha de fundo. Finalização de média distância. Mas vamos com calma, senão dá expectativa em demasia”, comentou o treinador. (MPL).

Argentina

Vice-líder das Eliminatórias, a Argentina receberá o Peru, hoje, às 20h30, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. A trupe de Messi vive grande momento sob o comando de Lionel Scaloni. Na última rodada, a Albiceleste recebeu o Uruguai para um clássico em casa e os campeões sul-americanos venceram a Celeste, adversária de hoje do Brasil, por 3 x 0. Principal nome argentino, Messi tem seis gols no torneio seletivo para a Copa.

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