CANDANGÃO

Os pedágios para o sucesso

Candidatos ao título da segunda divisão, Brasília e Paranoá tiveram um técnico em comum: Tiago Nunes

Marcos Paulo Lima Victor Parrini
postado em 23/10/2021 00:12
 (crédito: AIZAR RALDES)
(crédito: AIZAR RALDES)

Finalistas da segunda divisão do Campeonato Candango em jogo único, hoje, às 10h, no Mané Garrincha, Brasília e Paranoá tiveram um badalado técnico em comum no vaivém dos processos de reconstrução. Campeão da Sul-Americana (2018) e da Copa do Brasil (2019) pelo Athletico-PR e com passagens por Corinthians e Grêmio, Tiago Nunes usou os dois times do Distrito Federal como estágios para o sucesso.

Em 2019, o técnico do Ceará lembrou em entrevista ao Correio as discretas e frustrantes passagens pelo Distrito Federal. A primeira delas foi em 2015, no Paranoá, justamente na segunda divisão do Candangão. “Ficamos em terceiro lugar. Não subimos por detalhe. Fiz amizade com todos. Tenho boas lembranças. Pena que não havia estrutura para a continuidade. Não tiveram a paciência necessária para a gente continuar o projeto. Fico sentido com o fato de o futebol do Distrito Federal não estar em um nível melhor. Falta atenção especial com as estruturas, a formação, as condições necessárias para que haja amparo às pessoas que vão aí para trabalhar”, disse, à época.

Curiosamente, Tiago Nunes também tocava um projeto no Brasília, adversário de hoje do Paranoá na decisão. Era dele a missão de preparar o time colorado para a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2016. Com apenas dois meses de trabalho, ouviu que não servia para o cargo. Despedido, deixou a equipe pronta para Klesio Borges levá-la além da primeira fase, algo raro para o futebol local, e cair nas oitavas contra o campeão Flamengo, de Zé Ricardo, Paquetá e companhia.

“Eu era treinador da categoria sub-20 do Juventude-RS. Fui contatado pelo Fábio Bleiter, um agente de futebol parceiro do Brasília à época. Convidado para tocar um projeto de formação de jogador com o papel de coordenar e treinar a categoria sub-20. Em 2022, Brasília e Paranoá jogam a elite com Brasiliense, Capital, Ceilândia, Gama, Luziânia, Santa Maria, Taguatinga e Unaí.

Lição
Cinco anos depois, Brasília e Paranoá aparentam ter aprendido a lição. Paciência foi o trunfo o acesso dos dois clubes à primeira divisão do ano que vem. Um dos dois times pode se tornar o primeiro tricampeão da segundona local. Ambos entram em campo na matinê de hoje ocupando a prateleira dos bicampeões do torneio, ao lado de equipes como Brazlândia, Sobradinho, Formosa, Real Brasília, Capital e Samambaia.

O Colorado tem o Mané Garrincha como salão de festas. Em 2014, superou o Paysandu-PA diante de quase 40 mil torcedores e tornou-se o primeiro campeão a Copa Verde. O Paranoá parte em busca da primeira comemoração no palco mais importante do esporte candango.

Os times chegam embalados para a decisão. Estão invictos. Sob o comando do técnico Luís dos Reis, o Brasília tem 100% de aproveitamento. Para ele, a meta traçada no início da competição foi atingida. “O objetivo era o acesso. Tira um peso nessa decisão, mas não a responsabilidade, afinal, se trata de um título”, ressaltou.

No caminho até a final, o Paraná venceu quatro e empatou dois jogos. Segundo melhor ataque da competição com 18 gols marcados, o Paranoá conta com dois jogadores no top 3 de goleadores da segunda divisão local. As esperanças de título passam pelos pés do atacante Daniel e do meia Kennedy. Juntos, eles balançaram as redes 10 vezes.

Independentemente do campeão, o Mané Garrincha testemunhará mais um título em 2021. Antes, o Flamengo conquistou a Supercopa do Brasil, o Defensa y Justicia celebrou a Recopa Sul-Americana e o Brasiliense comemorou o decacampeonato candango. Hoje, a festa será de Brasília ou Paranoá.


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