O mundo da bola também dá suas voltas e une o destino de personagens de maneiras que podem até parecer despretensiosas. Mas não se engane. Os encontros e desencontros nas quatro linhas acontecem por algum propósito. O de amanhã, às 17h, no Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, definirá o campeão da Copa Sul-Americana 2021.
O segundo título mais importante do continente será decidido entre Athletico-PR e Red Bull Bragantino e passará, necessariamente, pelas mãos e filosofias de Alberto Valentim e Maurício Barbieri. Mesmo em lados opostos, os comandantes estão interligados.
A história em comum dos dois treinadores começou a ser escrita há três anos, a pouco mais de 2.300km do palco que consagrará um dos dois como campeão sul-americano. Em 23 de março de 2018, a semifinal do Campeonato Carioca colocou frente a frente o Botafogo, de Alberto Valentim, e o Flamengo do experiente Paulo César Carpegiani.
O rubro-negro jogava apenas pelo empate, mas viu o Glorioso abrir o placar com Luiz Fernando e fechar a casinha. O marcador do Maracanã, não mais alterado, garantiu a equipe de General Severiano na final do Estadual e aumentou a pressão sobre o comandante da Gávea.
A eliminação rubro-negra custou o cargo de Carpegiani, que viu o então auxiliar-técnico Maurício Barbieri assumir interinamente a prancheta. Logo, quis o destino do futebol que o êxito de Valentim no Botafogo fosse trampolim para a primeira experiência real de Barbieri como treinador. A oportunidade foi agarrada.
Nos primeiros 18 jogos à frente do Flamengo, o novato somava, em partidas oficiais, 10 vitórias, sete empates e apenas uma derrota. O bom desempenho o levou à efetivação. Mas o vínculo de Barbieri na Gávea foi encerrado em setembro daquele ano, após eliminação para o Corinthians na semifinal da Copa do Brasil. O jovem técnico perdeu o emprego para o experiente Dorival Júnior.
A temporada de 2018 chegou ao fim com resultados distintos para os atuais técnicos de Athletico-PR e Red Bull Bragantino. Enquanto Valentim conquistou o primeiro — e único título — como técnico levando o Botafogo à glória na decisão do Carioca contra o arquirrival Vasco, Barbieri lançou de vez seu nome no mercado como treinador profissional. Apesar da demissão no Flamengo, Barbieri colaborou com o vice no Brasileirão de 2018.
Depois da experiência no Rio, Barbieri passou por Goiás, América-MG e CSA até fincar raízes no Red Bull Bragantino e levar o clube do interior paulista à inédita final continental. Não é pouco. A multinacional de bebida também banca o Red Bull Salzburg (Áustria), o Leipzig (Alemanha) e o New York (Estados Unidos). Nenhum deles bateu meta como o Bragantino, primeiro time do mecenas a alcançar uma decisão continental.
Frutos da nova safra de treinadores brasileiros, a dupla comemora a chance de brigar por um título continental.
“É a chance de ser bicampeão, algo inédito entre os brasileiros. Treinar o Athletico, queira ou não, tem um sabor diferente, pelo fato de eu ter sido atleta aqui. Foi onde fui mais feliz”, declarou Valentim à Conmebol.
“Nosso desejo, agora, é tentar conquistar esse título. Seria um momento histórico. Já é, mas a coroação com um título marcaria a história do clube, de Bragança Paulista”, ressaltou Barbieri.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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