Os xerifes

No segundo episódio da contagem regressiva para a final de sábado no Uruguai, o duelo entre zagueiros lapidados na Europa. Gustavo Gómez terá de passar por cima de David Luiz para ser novamente o carrasco de Renato Gaúcho

Marcos Paulo Lima
postado em 25/11/2021 00:01

Gustavo Gómez incorpora o trecho "defesa que ninguém passa" do Hino do Palmeiras. É o xerifão da Academia. O Flamengo valoriza diversão e arte, mas está sempre à caça de um deus da raça. De um Rondinelli para chamar de seu. Rodrigo Caio era o cara até o desembarque do reforço europeu David Luiz no Ninho do Urubu.

O acerto das defesas dos clubes candidatos ao título da Libertadores no sábado, às 17h, no Centenário, em Montevidéu, passa pela imponência dos beques de Palmeiras e Flamengo. Um representa perigo ao outro. Principalmente nos combates na área. Ambos disputarão cada centímetro nas cobranças de faltas e de escanteios. Afinal, as bolas aéreas são um dos pontos fortes do time de Abel Ferreira. E fracos da trupe de Renato Gaúcho. Logo, o equilíbrio no setor depende do paraguaio e do brasileiro.

Gustavo Gómez é decisivo. Causou hematomas no Grêmio, de Renato Gaúcho, na partida de ida da final da última Copa do Brasil. Foi dele o gol da vitória do Palmeiras por 1 x 0, na Arena, em Porto Alegre. A vantagem ajudou o tricolor gaúcho a consolidar a conquista na volta, no Allianz Parque, com 2 x 0 — 3 x 0 no agregado.

O beque paraguaio faz parte da última grande safra da base paraguaia. Em 2013, era o capitão da seleção guarani no vice no Sul-Americano Sub-20. Liderava colegas como Junior Alonso (Atlético-MG) e o volante do Flamengo Piris da Motta.

A missão de Gustavo Gómez é ingrata. Como se não bastasse monitorar David Luiz, ele é um dos responsáveis por deter Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa. A movimentação do quarteto deixa as defesas adversárias sem referência. A experiência na Itália pelo Milan fez Gómez evoluir. Ele é o símbolo de quatro títulos do Palmeiras.

David Luiz não é somente o candidato a deus da raça. Embora tenha sete jogos no Flamengo, o time sofreu só um gol com ele em campo. O paulista de 34 anos e 1,89m é anjo da guarda nas horas vagas. Com reflexo, evita gols em cima da linha.

A chegada do campeão por Vitória, Benfica, Chelsea, PSG, Arsenal e Seleção deu ao Flamengo mais que liderança: força aérea, cobranças de falta, lançamentos longos e cabelos cacheados. David é versátil. Era meia, virou volante e foi para a base do São Paulo. Dispensado, firmou-se como zagueiro no Vitória e foi feliz vestindo vermelho e preto. Coincidentemente, as cores do Flamengo, candidato ao tri da Libertadores. A conquista representaria muito para quem voltou da Europa frustrado por jamais ter conquistado a prima rica Champions League.

» Mais Libertadores na página 24

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação