Sacrifício pela glória eterna

O palmeirense Bruno Oliveira e o rubro-negro Gabriel Aurélio contam como planejaram a viagem de 2.900km de Brasília até Montevidéu para a decisão de sábado. Logística inclui aéreo, pé na estrada e investimento de R$ 3.500

Victor Parrini*
postado em 25/11/2021 00:01
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Palmeiras e Flamengo não embarcaram sozinhos para Montevidéu. Pelo contrário. Em busca de dominar a América do Sul pela terceira vez, paulistas e cariocas levaram consigo parte de suas torcidas apaixonadas.

O duelo de sábado pela final da Libertadores, às 17h, no Estádio Centenário, extrapola as divisas das duas maiores cidades brasileiras. Alviverdes e rubro-negros do Distrito Federal também se movimentam para testemunhar mais uma possível glória eterna de seus times do coração.

Os mais de 2.900km que separam Brasília e Montevidéu não desanimam o palmeirense e morador do Jardim Botânico, Bruno Oliveira, de 37 anos, e o flamenguista de Vicente Pires, Gabriel Aurélio, 21. Eles contam as horas para a bola rolar.

"O coração está para sair pela boca. Ansiedade total e com dificuldade para dormir. A cabeça está pensando única e exclusivamente no jogo", afirma o torcedor alviverde.

"Realizar um sonho é sempre muito especial, então, não vejo a hora de poder viver esse momento tão aguardado", disse o fanático rubro-negro.

Os dois fãs pensaram na viagem desde a confirmação das equipes na final e não fizeram nenhuma "loucura". O palmeirense Bruno Oliveira compartilha que monitorava a situação, enquanto o flamenguista Gabriel Aurélio resolveu abraçar a possibilidade.

Mas, para acompanhar de perto a decisão continental, os fãs candangos tiveram de desembolsar, em média, R$ 3.500. A maior parte disso vem do ingresso. O tíquete mais barato para a finalíssima custa R$ 1.100.

Os dois mostram descontentamento com a Conmebol pelos valores cobrados. "O Brasil e a América do Sul não têm o mesmo contexto da Europa. Não temos trens e fácil locomoção. É um desrespeito ao torcedor", desabafa Bruno.

"Fui surpreendido com o ingresso a R$ 1.100. A expectativa era de que fossem cobrados R$ 500 ou R$ 600", reforça o flamenguista Gabriel.

Além das entradas, os apaixonados precisaram pensar na logística até a capital uruguaia. Isso ampliou ainda mais o custo final da caravana pelo título.

Com os preços das passagens áreas nas alturas, Bruno e Gabriel encontraram alternativas semelhantes para chegar a Montevidéu. Ambos sairão de Brasília rumo a Porto Alegre e, a partir da capital gaúcha, pegarão ônibus até a capital uruguaia.

Natural de São Paulo, Bruno Oliveira mora no Distrito Federal desde 2010 e conta que testemunhou a conquista de outras taças do Verdão. Ele esteve no título da Copa do Brasil 2012 contra o Coritiba, no Couto Pereira e no triunfo sobre o Santos, três anos depois, no Allianz Parque.

Gabriel Aurélio também coleciona títulos do Mengão na memória. O estudante de jornalismo foi ao Mané Garrincha em 2020, na vitória rubro-negra por 3 x 0 sobre o Athletico-PR pela Supercopa do Brasil.

A dois dias do confronto, palmeirense e flamenguista não escondem o otimismo e até arriscam palpites para a final. "Vai ser um jogo díficil, mas vai dar Verdão 2 x 0, com gols de Dudu e Rony", crava Bruno Oliveira. "Teremos emoção até o fim. Meu palpite é 2 x 1 para o rubro-megro com dois gols de Bruno Henrique", profetiza Gabriel Aurélio depois de um animado encontro no Mané Garrincha.

* Estagiário sob a supervisão

de Marcos Paulo Lima

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