Os guardiões

Correio abre a contagem regressiva para a decisão brasileira de sábado, em Montevidéu, mostrando como as trajetórias na Seleção diferenciam os patamares dos craques Weverton e Diego Alves debaixo das traves

Marcos Paulo Lima
postado em 24/11/2021 00:01
 (crédito: kleber sales)
(crédito: kleber sales)

Se invejinha saudável matasse, Diego Alves não estaria vivo para a inédita decisão de sábado da Libertadores, às 17h, no Estádio Centenário, em Montevidéu, contra o colega de posição Weverton. O dono das traves do Palmeiras ostenta títulos — e alguns mimos — que o do Flamengo sonhou e não tem.

Weverton foi herói do Brasil na conquista da primeira medalha de ouro do país no futebol masculino nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Era o homem de confiança de Rogério Micale. Brilhou na casa de Diego Alves, o Maracanã, pegando uma cobrança de pênalti de Petersen contra a Alemanha. Depois disso, bastou Neymar converter a última cobrança e decretar a festa verde-amarela.

Oito anos antes, Diego Alves havia tentado. Era um dos goleiros de Dunga na edição de Pequim-2008. Não o titular. Amargou a reserva de Renan. Do banco, viu o Brasil ser eliminado nas semifinais pela Argentina de Messi, Riquelme, Mascherano, Di Maria e Agüero. Uma seleção dourada deixou o Brasil com bronze.

Diego Alves trabalhou com Tite no Atlético-MG. Foi até convocado pelo técnico da Seleção Brasileira no início do trabalho, em 2016. Porém não se firmou. Ficou fora da Copa da Rússia em 2018. Dificilmente irá ao Catar daqui a um ano. Fora do radar, ele vê Weverton firme entre os preferidos do comandante verde-amarelo. O ídolo do Palmeiras atua no Brasil, mas briga com Alisson (Liverpool) e Ederson (Manchester City) pela posição de titular.

Diego Alves ao menos pode se gabar de ter um título contra Weverton em um duelo à parte no qual ambos foram protagonistas. Em abril, os goleiros desequilibraram no tempo normal e na prorrogação no Mané Garrincha na decisão da Supercopa do Brasil. A final terminou 2 x 2 no tempo normal, e o Flamengo virou a decisão nos pênaltis, graças ao seu goleiro. Diego Alves pegou quatro cobranças.

Tira-teima

Como Palmeiras e Flamengo são dois timaços, não surpreenderia um novo tira-teima entre os craques das traves no sábado, em Montevidéu. Neste caso, o jogo teria de terminar empatado no tempo normal e na prorrogação.

A importância dos dois vai muito além dos pênaltis. Weverton e Diego Alves são bons com os pés. O goleiro alviverde, um pouco mais. Na derrota recente no Allianz Parque, por exemplo, deu lançamento longo e deu início a um gol do Palmeiras. A jogada se repete muito, e o Flamengo deve ter cuidado com ela na final da Libertadores. A zaga rubro-negra prefere sair jogando de pé em pé, mas de vez em quando Diego Alves também surpreende na ligação direta.

Diego Alves e Weverton desembarcarão no Uruguai rezando para que as defesas de Flamengo e Palmeiras os projetam. O titular rubro-negro sofreu 43 gols em 47 jogos nesta temporada. Média de 0,91 por partida. Acredite se quiser: quase a mesma de Weverton. O goleiro do Palmeiras entrará em campo com 41 gols sofridos em 47 exibições (0,87). A final de sábado tem tudo para "desempatar" o aguardado duelo à parte.

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