Soy loco por tri, América

Mais maduro do que no título de 2020, Palmeiras desfigura o gigante Flamengo e mantém o continente pintado de verde e branco com outro gol de herói inesperado. A nova missão é a conquista do inédito Mundial de Clubes da Fifa

Correio Braziliense
postado em 28/11/2021 00:01
 (crédito: Juan Mabromata/AFP)
(crédito: Juan Mabromata/AFP)

Não faltou emoção na decisão do título mais importante da América do Sul. Palmeiras e Flamengo mostraram ao continente o que o Brasil tem de melhor e fizeram uma bela final da de Libertadores. A conquista do terceiro troféu continental veio somente na prorrogação, graças a um personagem predestinado. Deyverson saiu do banco, aproveitou péssimo recuo de Andreas Pereira, invadiu a área, fez 2 x 1 e decretou o clube paulista tricampeão. O alviverde é o primeiro bi em anos consecutivos desde o Boca Juniors de Carlos Biachi, em 2000/2001. Os técnicos portugueses consolidam incrível fase dominante no torneio. Depois de Jorge Jesus em 2019, Abel Ferreira é bi em 2020 e 2021.

O Palmeiras começou melhor, aproveitou a desorganização rubro-negra e precisou de apenas quatro minutos para inaugurar o placar com Raphael Veiga. Mayke arrancou pela direita, rolou a bola para trás e o meia chegou de frente chutando de esquerda para estufar a rede. O gol lembrou o de Borré do River Plate na decisão contra o mesmo Flamengo em 2019. Nacho Fernández rolou para trás e o colombiano finalizou no contrapé de Diego Alves.

A desvantagem flamenguista só foi superada aos 26 da etapa final, quando Gabriel Barbosa finalizou firme no canto do goleiro Weverton. A igualdade prevaleceu até o apito final e o título ficou para a prorrogação.

No tempo extra, brilhou a estrela de Deyverson, que substituiu Raphael Veiga, autor do primeiro gol. Aos quatro minutos, o Palmeiras pressionou a saída de bola flamenguista e forçou o recuo bizarro de Andreas Pereira, que perdeu a passada ao atrasar a bola para Diego Alves. Atento, o camisa 9 palmeirense acreditou no lance, roubou a bola, invadiu a área e estufou as redes, marcando o gol do título.

Na comemoração, Deyverson foi às lágrimas e partiu em direção de Abel Ferreira para celebrar o iminente título.

O Flamengo tentou devolver na mesma moeda com Gabigol, mas a finalização do camisa 9 passou muito longe da meta adversária.

Nos últimos 15 minutos, o rubro-negro era todo ataque, enquanto o Palmeiras se segurava como podia. Apesar das entradas de Pedro e Vitinho, o Flamengo não conseguia concluir em gol e viu os paulistas administrarem o resultado e garantirem o tricampeonato continental.

Herói

Pouquíssimos torcedores do Palmeiras apostariam que Deyverson seria o herói da conquista do tricampeonato da Copa Libertadores. Mas o roteiro do "herói improvável" se impôs pelo segundo ano seguido. Depois de Breno Lopes garantir o bi sul-americano no início do ano, Deyverson garantiu a "glória eterna". O cara do tri é polêmico e criticado.

"Tive altos e baixos. Não culpo ninguém pelos altos e baixos. Cometi falhas, mas nunca deixei de trabalhar e ajudar meus companheiros. Só tenho que agradecer a Deus. Não tenho palavras para agradecer meu pai, minha mãe, meu empresário, um cara sensacional. Só agradecer a Deus por tudo e por essa conquista maravilhosa. Estou muito feliz. Nem sei explicar", afirmou o atacante após a conquista.

No final do jogo, o atacante também desabafou em relação ao favoritismo atribuído ao Flamengo, segundo ele, por parte da imprensa. "As pessoas falam muitas coisas, mas elas têm de respeitar o Palmeiras e todos os grandes jogadores que passaram por aqui. Vencemos um grande adversário, mas o Palmeiras também é gigante."

O herói da conquista também comentou a diferença da ocupação do Centenário, que teve mais flamenguistas que palmeirenses. "O importante não é quantidade e sim qualidade. Qualidade da torcida e qualidade do grupo do Palmeiras. Esse grupo não é somente do Deyverson, é de todos", comemorou o centroavante.

* Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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