LUTA CONTRA O PRECONCEITO

Botafogo lança uniforme em campanha contra o racismo

As tradicionais listras da camisa alvinegra foram transformadas em gráficos, que trazem números da desigualdade em razão do preconceito racial. Peça será usada no próximo domingo (21/11), contra o Brasil de Pelotas

Às vésperas do Dia da Consciência Negra, o Botafogo lançou uma campanha contra o racismo. O clube carioca trocou as tradicionais listras pretas do uniforme por gráficos na mesma cor, que evidenciam o impacto do preconceito racial no Brasil. A ação foi uma parceria com sua patrocinadora master.

Com o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro confirmado, o Botafogo usará o vestuário no próximo domingo (21/11), na partida contra o Brasil de Pelotas, às 16h, pela penúltima rodada da segunda divisão nacional.

Ao final da partida, as peças serão autografadas pelos atletas e leiloadas. O Glorioso repassará os lucros para o Observatório de Discriminação Racial no Futebol. O modelo especial também estará à venda na loja virtual do Botafogo. Os preços variam de R$ 249,90 a 259,90, com descontos para sócios-torcedores.

“A luta contra o racismo é de toda a sociedade, e o envolvimento do Botafogo na luta antirracista é importante demais, pois através dos clubes de futebol as vozes são ampliadas e chegam a todas as camadas da sociedade. Racismo mata, causa desigualdade e adoece, diz Marcelo Carvalho, diretor e criador do Observatório do Racismo no Futebol.

Divulgação/Botafogo - Listras viram gráficos na camisa botafoguense em campanha contra o racismo

Dados trazidos nas listas botafoguenses

Listra 1 - branca: Apenas 27% entre os mais ricos são negros
Listra 2 - preta: 61% das vítimas de feminicídio são mulheres negras
Listra 3 - branca: Negros são apenas 10% dos estudantes das 20 melhores escolas do Brasil
Listra 4 - preta (central): 56,2% da população do brasil é negra
Listra 5 - branca: Apenas 18% dos médicos são negros
Listra 6 - preta: 75% das vítimas de homicídio são negras
Listra 7 - branca: Somente 27% dos alunos de medicina são negros

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima