Após o cancelamento provocado pela pandemia da covid-19 em 2020, a corrida de São Silvestre volta às ruas de São Paulo com a "cara" modificada pelos impactos da doença. Com a previsão de reunir 20 mil corredores na Avenida Paulista, a principal do estado, a prova terá largada às 7h40 para as mulheres e 8h05 para os homens, com transmissão da TV Globo. Criado em 1925, o evento retorna ao cenário de competições depois de não ser realizado pela primeira vez no ano passado.
A principal evidência do novo normal da São Silvestre é a recomendação do uso de máscara durante a prova. A maioria dos competidores pretende correr sem a proteção e uma pequena parcela não vai dispensar o equipamento, que ainda é obrigatório em lugares públicos na cidade de São Paulo para evitar a disseminação da covid-19.
Principal corrida de rua da América Latina, a São Silvestre tinha expectativa inicial dos organizadores de contar com 35 mil participantes. As incertezas sobre a realização do evento em função do avanço da variante ômicron afastou os competidores. O réveillon da Paulista, por exemplo, foi cancelado para evitar aglomerações.
O regulamento da competição determina que o uso de máscara é obrigatório "durante todo o período de permanência na Arena da Prova Presencial que compreende as áreas de largada e chegada, incluindo a dispersão". Ao longo do percurso, no entanto, o uso é apenas recomendado, assim como o porte de máscaras reservas. Isso significa que o próprio corredor decide se corre de máscara ou não. Somente atletas vacinados poderão participar da disputa. A prova será realizada sem a presença do público. Especialistas afirmam que há um risco baixo de contaminação em eventos esportivos ao ar livre, menor do que em bares e restaurantes.
O aposentado Abelardo Recco, de 62 anos, não vai correr de máscara, em sua 6ª participação na prova de rua mais tradicional do país. "Tomei as três doses da vacina e confio nelas", destaca o corredor. "Já participei de quatro provas este ano, todas com protocolo de uso de máscaras, distanciamento e dispersão rápida. Não peguei covid-19. Acho que têm funcionado bem e os competidores respeitam direitinho", assegura.
Também aposentado, José Oswaldo Gonçalves Silva, 58 anos, reclama de falta de ar e de incômodo para a optar por descartar o acessório. "Mas irei usá-la na largada, quando estiver no meio da multidão, e na chegada", planeja o corredor de rua desde 2008. Para o professor de educação física Wagner Bernardo Cardoso, de 41 anos, a máscara prejudicaria o ritmo forte que pretende adotar na prova. "Eu vejo sentido em ambientes fechados, mas não ao ar livre, mas temos que aderir", afirma.
O representante comercial Maximario Souza, de 51 anos, não se sente seguro para tirar a máscara em sua 10ª participação na corrida. "Esta prova é o fechamento da temporada de corridas para mim. Eu me preparei com planilhas personalizadas do treinador até a alimentação com nutricionista esportiva. Vou ficar de máscara na largada e correr com ela", garantiu.
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