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Chegou a hora de colorir as últimas seis letras que faltam para o Clube Atlético Mineiro encerrar 50 anos de jejum. Triunfo contra o Bahia, hoje, encerrará hegemonia do Flamengo e igualará feitos épicos de times como Chelsea e Milwaukee Bucks

MARCOS PAULO LIMA

Cinquenta anos separam o primeiro do segundo título do Chelsea no Campeonato Inglês. O Clube Atlético Mineiro está prestes a regravar o longa metragem digno de cinema, hoje, às 18h, na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela 32ª rodada do Brasileirão.

Há mais coincidências entre os Blues e o Galo: a influência dos mecenas na quebra do jejum. O dinheiro do magnata russo Roman Abramovich foi fundamental para o clube londrino sair da fila de meio século na Premier League. O time havia sido campeão na temporada de 1954/1955. Reconquistou o troféu em 2004/2005 sob a batuta do Special One José Mourinho. Em abstinência desde 1971, o time mineiro faz do investimento de Rubens Menin o trunfo para a quebra do tabu cinquentenário.

Petr Cech, Ricardo Carvalho, Frank Lampard, Joe Cole, Didier Drogba e Arjen Robben viraram a página da história do Chelsea sob o comando de José Mourinho. O Atlético-MG está prestes a canonizar Nacho Fernández, Hulk, Diego Costa, Zaracho, Eduardo Vargas, Everson, Keno e companhia, todos liderados pelo não menos especial Cuca.

Há mais links entre o fim das secas de dois clubes gigantes. O Chelsea encerrou 50 anos de jejum desbancando, talvez, o maior Arsenal de todos os tempos. Os Gunners defendiam o título conquistado de maneira invicta em 2003/2004 às ordens de Arsene Wenger. O Chelsea encerrou a Premier League de 2004/2005 com incríveis 95 pontos contra 83 do Arsenal. Simplesmente 12 pontos de vantagem.

O Atlético-MG caminha para quebrar a hegemonia de Flamengo (2020 e 2019) e Palmeiras (2018). Não é pouco. O Galo tem oito pontos à frente do rival rubro-negro — único capaz de superá-lo. Quinze a mais do que o ex-concorrente alviverde. Se derrotar o Bahia, ampliará a distância para 11 e consumará o bi.

Campanha irretocável. À altura da missão de devolver o Galo ao olimpo do futebol nacional. O desempenho é brilhante. Hulk e seus companheiros estão deixando para trás simplesmente os finalistas deste ano da Libertadores. Os dois últimos campeões do torneio continental.

A possível conquista do Atlético hoje à noite lembraria outro feito épico recente. Em julho deste ano, o Milwaukee Bucks também quebrou 50 anos de jejum ao superar o Phoenix Suns na decisão da NBA — a liga norte-americana de basquete. Assim como o Galo, a franquia não conquistava o título desde a temporada de 1971. Tal como o Galo, contou com exibições memoráveis de uma estrela. O pivô grego Giannis Antetokounmpo foi o cara da conquista.

Hulk veio da China para conquistar a massa alvinegra. Usando termo da NBA, é o MVP da temporada do Brasileirão. Artilheiro isolado com 17 gols e sete assistências. O deus grego do Galo.